Desporto

terça-feira, 19 de abril de 2016

Não ganhar para o susto!


(Gabrielle with na open blouse, Pierre Auguste Renoir)  
   Foi o que me aconteceu ontem ao ver o avançado setubalense a correr isolado para a baliza. Como foi possível? Foi! Pizzi foi pau para toda a obra em todo o jogo; foi extremo esquerdo, foi extremo direito, foi avançado centro, foi defesa esquerdo, foi médio...sei lá....foi quase tudo! Naquele momento estava "estoirado", não tinha forças para receber a bola, aguentar a carga do adversário pelas costas, virar-se, fintar e progredir. Estava virado para a baliza e endossou o esférico ao Ederson esquecendo-se que na zona dos centrais estava o ponta de lança sadino, tal como fizera Aboubakar, à espera duma "abébiazinha" que quase sempre acontece. Aos encarnados valeu Ederson com a serenidade que o caracteriza; leu bem o lance e fez um desarme fabuloso. Acho que nem tocou no avançado. Ó Ederson!, dá-me a tua camisola!
   O Vitória esteve bem; aprendeu com o Bayern. Enquanto os jogadores encarnados disfrutavam, embevecidos, do aplauso dos seus adeptos pela campanha europeia, lançaram um ataque fulminante pela ala direita anichando a bola na rede em menos de um fósforo!, muita disponibilidade física, boa arrumação no terreno, boa qualidade de passe e verticalidade. Pareceu-me uma boa equipa.
   No lance do golo que poderia ter sido fatídico, Eliseu, que está a fazer uma época fantástica, não está isento de responsabilidades; repetiu um movimento que lhe é característico; declina para o interior e sobe no nterreno deixando o extremo adversário sem marcação. Quando este recebe a bola só o consegue apanhar â entrada da área; então, ou faz falta ou não consegue evitar o cruzamento. O segundo golo do Bayern na Luz foi parecido com este. Eliseu esteve fantástico no cruzamento para o golo da igualdade tal como Gaitan e Jonas. O segundo golo sai meio feito dos pés daquele para uma finalização tremenda do valoroso Jardel.
   Na etapa complementar quase todos os jogadores encarnados acusaram forte défice físico. Renato Sanches deixou de disputar os lances e quando recebia a bola fazia passes de três, quatro metros. A dinâmica, coordenação e força começaram a falhar. Mitro trabalhou imenso mas a bola chegava-lhe sempre meia enrolada ou tinha que andar à procura dela, resultado da falta de extremos (ai Sálvio). Perdemos o meio-campo. Julgo que se Rui Vitória tivesse optado pela substituição do Renato e mantivesse o Feysa  recuperaria o meio campo.
   Enfim, se há sorte no futebol, neste jogo esteve do lado dos encarnados, que, apesar de tudo, a mereceram.
   Há que recuperar os níveis físicos e atacar com determinação os jogos que faltam.
   Força, Benfica!
PS; não quero armar-me aos cucos mas uma linha não tem que ser, necessariamente, reta!, há as elíticas, as hiperbólicas, as parabólicas, as quebradas...as irregulares...ui!