Desporto

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Finalmente, a emancipação do futebol do Benfica

      O Benfica demonstrou, no último jogo com o Moreirense, ter finalmente ultrapassado o trauma da saída de Jorge Jesus e da insegurança no seu atual Treinador. Perante um adversário prevenido, que pratica bom futebol e mantém elevada intensidade no jogo, a equipa do Benfica mostrou uma qualidade de jogo muito elevada; desde logo na eficácia da ocupação dos espaços, na disponibilidade de todos os jogadores na luta pela posse da bola, na qualidade do passe com exploração dos espaços vazios, na dinâmica de jogo onde, finalmente, o futebol passivo deu lugar à inteligência coletiva e ao futebol criativo e sincronizado, terminando na superior qualidade de alguns jogadores sustentada no pulmão dos restantes. O segundo golo foi mais um hino ao futebol, pelo fulminante remate de pé esquerdo de Mitroglou, mas também pela força e inteligência de Renato e pela inteligência, velocidade e excelente cruzamento de Eliseu (Grimaldo já está a render mesmo não jogando). Mas também o primeiro constituiu um exemplar trabalho de equipa; com Mitroglou a arrastar os centrais para longe deixando espaço para a cabeçada fulgurante de Jonas a responder ao meio golo que foi o centro de Pizzi, efetuado como eu gosto; curvando para o atacante. E que dizer dos terceiro e quarto, com tabelinhas e movimentação coletiva alucinante bem pelo eixo da defesa, habitualmente sobrepovoada? Magnífico! Concentração, confiança e coletivo, as sementes das vitórias, estão lá. Finalmente. Soberba a defesa de Júlio César ainda na primeira parte, sem responsabilidade no golo.
 
   O Moreirense merece um grande aplauso pela qualidade do jogo que mostrou e por nunca se ter dado por vencido na partida. Mereceu o golo de consolação pelo Yuri, que explora muito bem o espaço vazio entre central e lateral, tem força precisão e remate fácil.
 
 
Do árbitro, nada há a dizer, a não ser, talvez, um lance em que poderia ter havido grande penalidade contra o Moreirense por empurrão nas costas de Jonas, salvo erro.
 
   Posto isto, tenho que dar a mão à palmatória por não ter acreditado em Rui Vitória nem na opção de Filipe Vieira.