Desporto

sábado, 27 de agosto de 2016

A guerra da Choupana

    
                    
Pablo Picasso - (1881 -1973) '' Periodo blu '' La minestra (1902)
 
   Difícil, como se esperava, foi o jogo com o Nacional (1-3).  As mesmas deficiências no meio campo e na ala esquerda, que se verificaram no jogo anterior. Mais remates, mesmo défice de criatividade. Sálvio e Jonas melhoraram as dinâmicas ofensivas; o primeiro assistiu para o segundo golo. Parece haver algo errado no eixo da defesa; mais uma vez os centrais ficaram a ver jogar, no lance do golo. Jimenez  trabalhou muito e teve merecido prémio ao fazer o terceiro num belo movimento técnico. Carrilho, é craque; segura a bola, sabe o que fazer com ela e é inderrubável. No meio campo é preciso fazer qualquer coisa; passar ao 433?, meter o Célis ou o Pizzi no meio? Não sei, mas é preciso melhorar o posicionamento, a combatividade e a criatividade.
 
   Nacional muito combativo; velocidade, força e boa circulação de bola. Muito bem no golo. Treinador tipo vintém!
 
  Surpreendeu-me o árbitro; esperava umas rasteiras, mas, se as houve, não dei por elas.
 
   A equipa da última meia-hora pode aspirar ao título. Parece-me!

   Quanto a nevoeiro...népia!...e esta?
 
Força, Benfica!

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Mediocridade tuga

  
 

 Antonella Cinelli - Segreti
  
   O jornal diário Correio da Manhã (CM), revela frequentemente, em matéria desportiva, especialmente na que envolva o Benfica, atitudes asquerosas. Percebemos que professa ativamente um anti benfiquismo militante usando as mais variadas artimanhas para, ou denegrir o clube vermelho quando perde ou depreciar as suas vitórias. Não sei se 17 milhões euros de encargos públicos com o projeto olímpico nacional - cerca de 4 milhões por ano - é muito ou pouco. Porém sei que tal avaliação deve contemplar o impacto global no desporto nacional de alta competição e não apenas nas medalhas.
 
   As participações portuguesas em provas olímpicas sempre foram parcas em medalhas. As limitações são muitas, a começar pela falta de relevância que a doutrina política nacional atribui à massificação do desporto juvenil e seu enquadramento técnico; seja relativamente a pessoal seja quanto a infraestruturas. De todo o modo, não se exigem medalhas olímpicas como quem pede uma bica!, ganhar aos melhores do mundo, seja em que modalidade for, não é coisa que se exija, ou que seja alcançável só com dinheiro; pessoal e infraestruturas. Sem talento, os tais ovos, nada feito. E isso não se inventa! Carlos Lopes, Rosa Mota, António Leitão, Fernanda Ribeiro, Nelson Évora e Telma Monteiro, são casos excecionais. Ainda assim, Além da medalha da Telma houve participações honrosas várias, acima do 1oº lugar, o que me parece muito bom, sendo de considerar que, quer a Telma, quer o Nelson se viram a braços com lesões graves - mais o Nelson -, no período antecedente.
 
   Mas o ponto que pretendo focar não é este. Aparentemente, o que o CM quer dizer é que 17 milhões de euros é excessivo para tão fraco resultado, criticando, implicitamente, todo o projeto olímpico. Por outro lado, a montagem da notícia - título com a foto da Telma ao lado mostrando a medalha - visa; implícita e explicitamente criar no leitor a ideia de que aquela medalha não valeu a pena!...Evidentemente. Porque a atleta em questão é do Benfica e este clube se empenhou muito ativamente na sua preparação, bem como de outros atletas, alguns dos quais com resultados dignos, casos da Dulce Félix, de um canoísta e de um triatleta, dos quais não recordo os nomes.
 
   Ora o que é adequado é enaltecer o feito da Telma, conseguido graças à excelência com que domina a sua disciplina e à sua tremenda vontade de vencer, bem como o Benfica, desafiando outros a seguirem lhes as pisadas.  
 
Mas não!, o anti benfiquismosinho, mesquinho, doentio e bafiento mais uma vez surgiu em todo o seu esplendor  em mais uma demonstração da falta de qualidade do jornalismo de que Portugal padece, uma das causas do estado de decadência em que a "democracia" lusa se encontra.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Mãozinha do Proença

  
Alberto Pla Y Rubio, 1867, 1937
 
   Apesar de o Vitória de Setúbal ter criado apenas a oportunidade que lhe deu o golo e de ter havido algum ascendente ofensivo por parte do Benfica em quase toda a partida, o empate encerra alguma justiça.
 
   Este jogo revelou, no Benfica, claramente, a falta de Renato, de Gaitan e de Jonas. Faltou músculo no meio campo, criatividade no jogo ofensivo e mobilidade na zona de finalização. Ainda em busca de novas dinâmicas ofensivas, bloqueados nos flancos e pressionados no seu meio campo, com Mitroglou sozinho no eixo do ataque, os encarnados, praticando um futebol direto, tiveram grande dificuldade em criar situações claras de golo e quando as conseguiram lá estava o jovem Varela, intransponível.
 
   O Vitória jogou muito bem posicionalmente fechando bem as linhas, pressionando de imediato o adversário, quase sempre com vários jogadores, defendendo com grande concentração e empenho e recorrendo ao habitual antijogo perante o ascendente encarnado.
 
   Com as entradas de Raul e Guedes o ataque do Benfica foi avassalador e teria virado o resultado caso se tivessem verificado uns minutos mais cedo. A ratice de Jonas fez-lhes falta. Um ponto a menos para o Rui Vitória.
 
  Já Couceiro esteve muito bem com a forma como dispôs os seus jogadores e, sobretudo, no decisão da entrada do avançado sobre o qual foi cometida a falta da qual resultou o golo dos sadinos. Percebia-se a sua pretensão de sacudir a pressão encarnada, segurando o jogo à frente. E teve sucesso.
 
   O árbitro da partida, um tal Manuel Oliveira, da Associação de Futebol do Porto (donde haveria de ser?) - já velho conhecido dos benfiquistas pelo mau desempenho na época passada na Luz no jogo entre o Benfica e o Rio Ave -, com alguns erros graves nos minutos finais impediu os jogadores encarnados de tentarem dar a volta ao resultado. Com Pedro Proença nos destinos da Liga outra coisa não era de esperar; ele, que quando foi árbitro, com decisões polémicas proporcionou vários campeonatos aos azuis.   
 
   Há muito trabalho a fazer no Benfica; a ala esquerda continua sem dono e falta algo no meio campo.  Com o regresso de Jonas tudo se simplificará.
 
   Toca a trabalhar.   

domingo, 14 de agosto de 2016

Com o pé direito!

 
 David Alfaro Siqueiros - Retrato de Carmen T. de Carrillo, 1946.
 
O Benfica começou bem a nova época; depois da vitória na supertaça arranca outra ao Tondela na primeira jornada do novo campeonato, algo que não acontecia há uns anos. Relativamente à época anterior os encarnados apresentam-se num patamar superior desejando-se que tal não suscite excesso de confiança, sempre acompanhada de displicência. Humildade, inteligência, combatividade e ambição deverão, tal como na época anterior, manter-se no foco coletivo.
 
O jogo correspondeu à espectativa; um Tondela raçudo e combativo, à imagem do seu Treinador, criou imensas dificuldades ao Benfica faltando-lhe, por vezes, o talento individual para concretizar algumas oportunidades que soube criar. Lembremo-nos que, na época anterior, criaram graves dissabores aos outros "grandes".
 
Uma ansiedade tranquila habitava os adeptos encarnados na espetativa  das soluções do meio campo e no lado esquerdo, receosos, também, das habituais dificuldades inerentes aos campos pequenos e ao habitual posicionamento compacto e agressivo deste tipo de adversários. No meio campo, André Horta, confirma a titularidade, revelando excelente combatividade e capacidade nos passes longos e ainda na viragem repentina de flanco. Culminou a sua exibição com um golo monumental que, certamente, correrá mundo e, também ele, patenteou aquela qualidade que só os jogadores oriundos da formação do clube dispõem; o amor ao clube dá-lhes "asas", aos sonhos e....aos pés! Fantástico.
 
Lisandro está maduro para a alta competição e "Pizzi" é o playmaker" de excelência; a trajetória da bola no lance do primeiro golo é fatal para qualquer defesa. Um espanto!
 
Júlio César, o "Imperador", não faltou à chamada quando foi necessário, efetuando algumas defesas decisivas para a vitória.
 
Franco Cervi, iniciou o seu processo de adaptação ao futebol português; sem espaço e com muita "paulada". É craque, vai vencer.
 
Grimaldo joga "p'ra caramba" e ia "molhando a sopa" num livre exemplarmente executado e consta que Guedes se portou bem a fazer de Jonas.
 
Parece que não houve erros grosseiros de arbitragem, à exceção de uma falta na área do Tondela para penalty, e de um outro lance na área encarnada em que cai o avançado tondelense, eventualmente, devido a contacto do defesa.
 
Enfim; a vitória não oferece contestação e o rendimento da equipa é tendencialmente crescente. Resta-nos a desgraça das lesões, que continuam a assolar o plantel. Se calhar é melhor ir ao "bruxo" ou "bruxa" desfazer o bruxedo ou bruxedos. Esperemos que a lesão de Luisão não seja grave.

http://videos.sapo.pt/0zaUIaS1GFdHDUpONHGZ

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

As pequenas grandes histórias dos bastidores do desporto



Emil Nolde - Meer bei Alsen (Sea off Alsen), 1910.

""O Sporting precisava de reforçar-se para ficar no pódio na Taça dos Clubes Campeões Europeus em pista e dois atletas do Benfica estavam na agenda do ‘Senhor Atletismo’. Moniz não perdeu tempo e falou com José Manuel Antunes, na altura vice-presidente das águias, que acabaria por facilitar o ingresso dos atletas. E o Sporting seria campeão europeu pela primeira e única vez em 2000.

"O prof. Moniz Pereira convidou-me para tomar chá em sua casa. Nesse encontro disse-me que com dois atletas do Benfica, o Vítor Costa no martelo e, sobretudo, o Carlos Silva dos 400 m barreiras e da estafeta de 4x400 metros, o Sporting poderia chegar ao pódio. Portugal nunca tinha atingido um lugar nos três primeiros", recorda José Manuel Antunes, dando conta da forma como Moniz Pereira fez a abordagem: "Disse-me que estava com quase 80 anos e esse era um dos maiores sonhos da sua vida. Mas como havia um acordo de cavalheiros não iria mexer uma palha sem o meu consentimento", lembrou o ‘vice’ das águias.

Quando o Sporting conquistou a Taça dos Campeões Europeus, o ‘Senhor Atletismo’ telefonou de imediato a José Manuel Antunes a chorar. "E chorei com ele", recordou o dirigente. "

(José Manuel Antunes - Vice-Presidente para as modalidades na era Vale e Azevedo - citado por Norberto Santos, no Record, jornal conotado com o Sporting)

http://www.record.xl.pt/modalidades/atletismo/detalhe/o-pedido-especial-de-moniz-pereira-ao-benfica.html

domingo, 7 de agosto de 2016

Já cá mora mais uma Supertaça!

 
Brenda y el bebé. Juliette Aristide (1971)    
 
   Difícil, muito difícil!, o resultado não espelha o que se passou no relvado. Nos momentos certos, a classe dos jogadores encarnados decidiu a partida. Primeiros trinta minutos avassaladores da equipa do Benfica, que poderia ter resolvido desde logo a partida. Depois do sufoco, a equipa do Braga subiu no terreno pressionando os defesas contrários e obrigando-os a soltar a bola improvisadamente perdendo a capacidade construtiva até aí evidenciada. Até final do jogo assistiu-se a um ascendente territorial da equipa do Braga não materializada, muito por culpa própria. O jogo ofensivo dos encarnados ressentiu-se até à entrada de Jimenez e Sálvio; aquele trouxe mais mobilidade ao ataque e este dinamizou o flanco esquerdo donde saíu o passe "a rasgar" para o terceiro golo. Não consegui aferir bem o desempenho de André Horta mas fiquei com a ideia de que, à equipa do Benfica, faltou mais autoridade, mais pulmão e mais criatividade no meio campo, pelo menos até à entrada de Samaris, que ajudou a bloquear o meio campo numa fase em que o jogo estava decidido.
 
   Pizzi foi o "homem do jogo" com uma assistência primorosa para o segundo golo e uma execução soberba no terceiro. No primeiro tento Grimaldo e Cervi construíram um lance fantástico, concluído com exuberância por este.
 
   Franco Cervi é um sobredotado, Grimaldo está em grande forma e mostrou a solidez da sua escola, Sálvio jogou pouco, mas "partiu aquilo tudo" na primeira vez que tocou na bola. Jonas foi igual a si próprio; inteligente, frio e eficaz. Mitroglou esteve pouco em jogo, sobretudo, devido à ineficácia das alas. Nelson Semedo agarrou-se demasiado à bola; tem que soltá-la mais cedo. Lindeloff quase "entregou o ouro ao bandido" num passe desastrado semelhante ao que ocorreu no final da época transata. Júlio César, Luisão e Fejsa estiveram bem.
 
   De zero a dez, daria nota três a João Capela; demasiado permissivo para com os jogadores bracarenses permitindo jogo faltoso e fechando os olhos a, pelo menos, uma grande penalidade cometida sobre Jonas ainda na primeira parte e um livre direto à entrada da área por mão na bola de um defesa bracarense. Seis elementos constituintes da equipa de arbitragem e mais o famigerado vídeo, hoje, de nada valeram.
 
   Julgo que, no plano tático, há, ainda, na equipa do Benfica, um longo caminho a percorrer.

PS1: Depois de ver e rever o resumo do jogo e de ler e ouvir alguns comentários, percebi que o André Horta fez um excelente jogo, aparecendo em todo o campo, fosse para defender, junto à área, para disputar a bola no meio campo, ou para lançar a ofensiva a partir das faixas. O abraço emocionado a seu pai no final da partida, mostra a origem dessa tal magia do Benfica; uma autêntica escola de afetos...e de bem jogar futebol!
 

Ainda agora é agora!

  
 
Georges Seurat, Peasants Driving Stakes
 
   Já estão ligados os "motores" para a disputa do primeiro troféu da época, o da supertaça; esse troféu, segundo alguns, inventado nos tempos do auge portista com a finalidade de permitir ao clube da bela cidade do Porto, aproximar-se do glorioso Benfica em número de troféus conquistados. No mesmo tempo, do consulado de Madail, em que a FPF inventou numerosos jogos a feijões da seleção nacional com equipas  de seleções de "pernas de pau", com a finalidade de retirar a Eusébio o título de melhor goleador nacional de sempre. Uma feia infantilidade.
 
   A equipa do Braga já conquistou os seu estatuto de quarto grande e tem legítimas aspirações à vitória. Neste início de época, José Peseiro, apostará em desfazer a má imagem que deixou na época transata ao serviço do Porto. Estou certo que procurará implementar estratégia semelhante à que rendeu a vitória na Luz à equipa do Porto na época anterior; bloqueio dos espaços no seu meio-campo com um avançado deambulando na frente à espera de um qualquer desaire. Habitualmente provida de bons jogadores, a equipa da cidade dos arcebispos, é um adversário de respeito que exije a máxima concentração.
 
  A equipa do Benfica deu boas indicações na pré-época, subsistindo algumas dúvidas quanto à ocupação das faixas e do meio-campo e, sobretudo, relativas à capacidade criativa e ao sincronismo de todo o processo ofensivo. Iniciar a época com nove baixas por lesão deve ser algo único no mundo do futebol!, importa perceber as causas e se há forma de as evitar.
 
   A equipa B do Benfica "arrancou" com um empate a um golo com a equipa do Cova de Piedade, no Seixal. Pelo resumo, pareceu-me que fez o suficiente para ganhar. No entanto, o Sr árbitro apresentou neste jogo a matriz da época finda; o golo do empate resultou de um lance de mão na bola e já na ponta final ficou por assinalar uma grande penalidade pelo mesmo motivo. Porquê?, o lance foi bem visível e não deixou dúvidas!, são ordens?, É desconfortável começar a época com queixas da arbitragem, mas há razões para isso e é melhor chamar a atenção de quem de direito; quem cala consente.
 
   Algumas novidades dignas de elogio vão ser introduzidas pela FPF e pela LPFP na Liga; publicação dos relatórios dos árbitros a introdução do vídeo-árbitro e a possibilidade de recurso a árbitros estrangeiros. A primeira e a terceira medida contribuirão para impor aos árbitros maior adesão à realidade e menor flexibilidade na interpretação dos lances. Alegações como a da "intensidade", da "intencionalidade" ou do "posicionamento" e da "velocidade"  serão bem mais difíceis de justificar, mesmo com a condescendência tutelar. Já quanto ao vídeo-árbitro me parece estar em curso uma discussão algo patética!, não vejo onde está a dúvida!, quanto a mim, o árbitro de campo continuará a ser soberano e recorrerá ao parecer do "vigilante" quando entender. A diferença é que deixará de ter justificação para os erros grosseiros de avaliação que, geralmente, decidem jogos e campeonatos. Trata-se de impedir a manipulação impune de resultados que muitos dos adeptos percebem existir nalguns casos.
 
   Consta ainda que Hermínio Loureiro será o representante da FPF na Liga. Não sei bem qual será o propósito, mas, em princípio, parece-me um bom sinal; Hermínio Loureiro tinha boas ideias para o futebol nacional que tentou levar à prática quando desempenhou o cargo de Presidente da LPFP...a que renunciou na sequência das "pressões" a que foi submetido pelas forças dominantes, à época. As mesmas que viriam a afastar o seu sucessor, o corajoso Mário Figueiredo, que, apesar de tudo, conseguiu dar mais um passo para desalojar o parasitismo instalado.
 
   Fernando Gomes, está a surpreender-me pela positiva. Não esperava; paulatinamente, parece estar a conduzir o futebol nacional na senda da credibilização. Veremos como se comportará esta época, nomeadamente relativamente aos incendiários, que teimam em  adotar métodos que julgávamos em vias de banimento.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Agora é a doer!

   

 Édouard Vuillard - Le Banc Rose, c. 1890

   Contrariamente ao que se verificou na época transata, desta vez, a equipa de futebol sénior do Benfica fez uma pré-epoca a preceito, reforçando-se bem e testando metodicamente as várias soluções táticas face ao plantel disponível com destaque para o meio-campo e a ala esquerda; concretamente, encontrar os substitutos de Renato Sanches e Nicolas Gaitan. Não é fácil. Parece-me porém que, para já,  Franco Cervi é o homem certo para a esquerda e André Horta deverá ser a opção para o centro. Cervi é um predestinado; um mago com os pés, a que acrescenta combatividade e visão de jogo. A Horta, sem a mesma exuberância, não falta criatividade, combatividade e capacidade técnica; talvez necessite de mais concentração de forma a estar cada vez mais em jogo. Carrilho revela pormenores técnicos e táticos de categoria mas necessita de adquirir condição física. Grimaldo está na frente; fez uma pré-época fantástica - não brinca em serviço - raçudo, concentrado, grande leitura dos lances, bons cruzamentos e excelente nas bolas paradas. Júlio César está OK. Luisão e Lindeloff ainda têm que ganhar melhor condição física, tal como Nelson Semedo. Lisandro parece bem. Feijsa está fantástico, oxalá recupere da lesão. Mitro apareceu com o nariz todo rebentado!, que terá acontecido? (parece que não é grave). Jimenez vai dando um ar da sua graça mas parece demasiado preocupado em brilhar. Pizzi está fino. André Almeida está em forma, salvo a lesão de hoje, resultado da intervenção brutal do guarda-redes do Lyon. Samaris também está OK. Zivkovic ainda mostrou as suas qualidades antes de se lesionar. Os restantes; Celi, Benitez, Luca, Danilo, Rui Fonte - também lesionado hoje (isto é que vai uma fartura) -, têm que continuar a trabalhar para ganharem o seu espaço.
   A equipa tem revelado boa postura tática, boa circulação de bola e alguma insuficiência nas dinâmicas defensiva e ofensiva; com especial destaque para a criatividade no meio-campo e profundidade nas alas. Para já, além de Pizzi, vejo Cervi, Grimaldo, Semedo e André Almeida para o efeito. Naturalmente que Jonas dará outra eficácia a todo o processo ofensivo.
   Enfim; demasiadas lesões para uma pré-época! Esta rapaziada do Lyon fez estrago; cheguei a pensar que estavam a "vingar-se" da derrota no europeu. Espero que Rui Vitória tenha já o "esquema" bem definido e que consigamos ganhar o próximo troféu.
   À parte a dureza, esta equipa do Lyon, tem muita qualidade; atacavam sempre com quatro, cinco jogadores muito bem posicionados e quando tinham a posse da bola sabiam guardá-la.
PS: Faleceu Mário Moniz Pereira; Paz à sua alma. Todos lhe devemos a dedicação e competência que deu ao atletismo nacional catapultando-o aos píncaros no meio fundo e fundo, especialmente através dos nossos grandes Carlos Lopes e Fernando Mamede; atletas que passaram a barreira clubista sendo admirados por todos os amantes do desporto. Mas também lhe devemos belos temas do nosso cancioneiro popular como os conhecidíssimos fados "Valeu a Pena" e "Até que a Voz me doa" eternizados pela grande fadista Maria da Fé.  Obrigado Professor; Deus o tenha em descanso. Não o esqueceremos.