Desporto

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Benfica personalizado

  
Foi um Benfica serenamente concentrado, equilibrado, talentoso e destemido que venceu, esta noite, o Atlético de Madrid que viu assim terminado o ciclo d e 24 jogos sem derrotas.
   Perante a postura autoritária e confiante das estrelas do campeão espanhol, os encarnados apresentaram-se táticamente coesos, ajustando-se, quase sempre, à dinâmica do adversário, excepto no lance do golo dos "colchoneros", disputando a bola sem cerimónias no meio-campo e partindo para a ofensivo sem "pedir licença". Nem o estádio cheio, nem o golo sofrido, num lance de movimentação ofensiva complexa dos madrilenos, fizeram esmorecer os benfiquistas, que, por sinal, já tinham "ameaçado" o guarda-redes adversário. Não sem passar por alguns apuros defensivos, os encarnados foram à procura do golo, de forma controlada, o que conseguiram num esplêndido remate cruzado de pé esquerdo de Gaitan, ao segundo poste, a meter a enrolada bola "no buraco da agulha" na sequência de um cruzamento saltitante da direita - de Guedes (salvo erro). Muito bem a disputar as bolas no meio-campo mas mal na cobertura em alguns lances pelas alas, que o adversário não soube aproveitar, os benfiquistas, não se deram por satisfeitos e foram à procura da vitória, que conseguiram numa incursão de Gonçalo Guedes pela direita, que num remate cruzado pleno de "escola", bateu o Oblak, que lhe fechava o ângulo ao 1º poste. Aumentou o assédio dos madrilenos, que chegaram a encostar o Benfica às cordas, embora não por muito tempo e com pouco discernimento. Foi neste período que Júlio César fez duas estupendas defesas seguidas, dignas dos anais de bem jogar à bola. Com o tempo a correr, os colchoneros foram perdendo a convicção e qualidade, enquanto Rui Vitória refrescava a equipa, consolidando o meio-campo, col Feysa e Pizzi. E assim se chegou ao final da partida, sem que a vitória do Benfica tivesse sido seriamente ameaçada.
 
   A certa altura receei pelo árbitro, mas, felizmente não houve casos.
 
   De Martinez, não se viu grande coisa, embora fosse uma ameaça permanente.
 
   Rui Vitória fez aqui a sua prova de fogo. A equipa está no bom caminho.
 
   Parabéns a todos!
 
   PS: Infelizmente alguns adeptos, mais uma vez, fizeram asneira, comprometendo o clube!, não compreendo esta forma bárbara de festejar as vitórias! Alguém tem que pôr termo a isto!

TONY DE MATOS - LISBOA À NOITE (BIOGRAFIA DO FADO)

DIZ - ME MÃE

Fernando Mauricio-Boa noite Solidão

Mornas

domingo, 27 de setembro de 2015

Regresso às vitórias

   Não correu mal, o jogo com o Paços de Ferreira; uma boa vitória contra uma boa equipa é sempre estimulante. Este Paços faz jus à sua tradição; com boa condição física, muito solidária, pressionando logo no meio-campo adversário e muito compacta a defender, conseguindo, nesta fase, quase sempre, superioridade numérica. É verdade que rematou pouco, mas nem por isso foi um osso fácil de roer.

  Já o Benfica, apresentou algumas melhorias, mas ainda não as necessárias; continua a falhar-se muitos passes, a lateralizar-se sem justificação, a faltar profundidade nas alas e a empastelar-se o jogo na defensiva. Falta criatividade, para indução de incerteza na defensiva contrária, falta mais rapidez, precisão e inteligência nos lançamentos a partir da defensiva e faltam centros e cruzamentos "comme il fault"; com cabeceadores como Mitroglou, Jonas e Jimenez, necessitamos de cruzamentos como de pão para a boca. É um "crime" que não aconteçam com mais frequência.

  Os encarnados poderiam ter marcado mais um golito ou dois, mas os três que aconteceram foram obras-primas, dignas de serem vistam em qualquer parte do globo. Nos três está o Guedes, em dois está o Jonas e o Gaitan. Pormenores deliciosos de Guedes, quer na recepção orientada do passe de Gaitan quer no passe requintado ao Jonas, que por sua vez, não perdeu tempo a ajeitar a bola, rematando logo de biqueira. 

   Creio que não houve casos a nível de arbitragem. E assim é que é bonito. 

   Esperemos que o Paços jogue da mesma forma contra os restantes adversários.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

A propósito de eleições

  
Apoio um governo que se empenhe na defesa intransigente da Liberdade, da igualdade de oportunidades e no apoio aos desafortunados da vida. A nossa sociedade, hoje, revela algumas características totalitárias, deixando o cidadão indefeso perante os interesses do Estado e de outros poderes dominantes; tal é o caso das portagens, do IUC, do IMI e dos bancos, entre outros.

   Apoio um governo que não permita o agravamento contínuo das restrições corporativas do acesso às profissões, fazendo respeitar a igualdade de oportunidades e impedindo o abuso de posição dominante, cada vez mais ostensivo, em resultado da profunda crise económica que o país atravessa associada ao défice de cultura democrática que vai prevalecendo.

   Apoio um Governo que não se conforme com a pobreza, e que, não pactuando com oportunismos, lute sem desfalecer para proporcionar a todos um mínimo de dignidade sem a qual nenhum projecto vale a pena. Um Governo que não se conforme com os cerca de mil pessoas sem abrigo que vagueiam pelas nossas cidades, sobrevivendo graças aos caixotes do lixo, aos vãos de escada e à caridade particular.

Apoio um Governo que não desista das pequenas empresas, que insista na desburocratização da actividade empresarial, que elimine os procedimentos administrativos anacrónicos e extorsionários, que não promova a concentração económica e que não permita as novas formas de “monopólio” sectorial.

Apoio um Governo que reconheça e promova o direito de qualquer cidadão de aceder à actividade empresarial sem sofrer os efeitos do odioso social induzido pela cultura política dominante, nem a angústia da desprotecção social característica da função.

Apoio um Governo que não se submeta à prepotência de Bruxelas como aconteceu com os DL  78/79 e 80/2006 revogados pelo DL 118/2013, e acontece com os DL 152/2005 e 56/2011 que transpuseram para a ordem interna, respectivamente, o regulamento  CE 2037/2000 e CE 303/2008 actualizado pelo CE 517/2014, violando, quanto a mim, Direitos Fundamentais dos Cidadãos constitucionalmente consagrados, condenando milhares de pequenas empresas à insolvência e milhares de bons Técnicos ao desemprego; Técnicos que construíram e mantiveram em funcionamento, durante décadas, infraestruturas fundamentais ao funcionamento do país.

Apoio um Governo que promova o debate relativamente ao tema das Alterações Climáticas Antropogénicas (ACA), abrindo espaço de opinião a cientistas, académicos e políticos discordantes; tais como John McIntyre - cientista canadiano que demonstrou o erro do modelo matemático que originou o famigerado “hokey Stick” térmico elaborado por Michael Mann et al, cientista americano cujos trabalhos apoiam o IPCC (Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas - John Casey - ex-cientista da NASA que afirma convictamente ter a Terra entrado em novo ciclo de arrefecimento -, Bjorn Lomborg - académico dinamarquês Director do Consenso de Copenhaga, que defende o investimento no combate aos factores de pobreza em vez da adopção integral do Protocolo de Quioto, cujos resultados considera marginais - seis anos de atraso do aumento de 2 ºC no final do século - face aos astronómicos custos que constituirão fator de atraso na criação de riqueza global,  Marlo Lewis Jr - membro sénior do Competitive Enterprise Institute, que, ponto por ponto, demonstra as desconformidades da tese de Al Gore na sua, “Uma verdade Inconveniente”, Luís Carlos Molion - cientista brasileiro que demonstra com rigor as fragilidades da Teoria do AGA, Rui Gonçalves Mora - académico português do IST (já falecido) – Jorge Pacheco de Oliveira - académico português do IST -, um lote de cem cientistas brasileiros que, em modo de carta aberta, alertaram Dilma Rousseff para os perigos do Protocolo de Quioto, um lote de cem cientistas internacionais que fizeram o mesmo relativamente ao Secretário Geral da ONU, Ban-Ki-Moon, etc, etc.

Apoio um Governo que pondere o pesado investimento que a estratégia da UE nesta problemática está a impor às nossas empresas do ramo alimentar - e que muitos consideram injustificado -, condenando-as ao endividamento ou encerramento; criando, para as empresas dos países da EU mais desenvolvidos, reserva de mercado para a sua produção alimentar e expandindo o mercado interno da sua produção tecnológica.

Apoio um Governo que saiba explicar aos governados, com racionalidade, a razão da drástica redução do esforço de pesca da sardinha, condenando à fome milhares de pescadores e suas famílias, e milhares de operários do ramo alimentar e actividades conexas, quando este já é actualmente, cerca de 10 % a 20 % do que era há cerca de 30 anos (em Peniche, há hoje cerca de 10 traineiras, contra mais de 100 há cerca de 30 anos!).

Apoio um Governo que saiba explicar aos pescadores nacionais, porque têm insuficiente quota para o espadarte e esta não falta aos seus colegas ibéricos.

Apoio um Governo que assuma a gestão dos recursos nacionais sem se submeter à prepotência de entidades não eleitas de interesses duvidosamente altruístas.

Apoio um Governo que mostre perceber que de nada nos serve uma ZEE de 500 milhas se necessitarmos de licença externa para fazer o que quer que seja nos nossos mares. 

Apoio um Governo que, no projecto da reabilitação urbana, não se esqueça de que a grande maioria dos proprietários são pessoas comuns que sofrem com a redução de salário, de pensão, de rendimento patrimonial ou da sua ausência parcial ou total. Que sofrem com o drástico agravamento fiscal a que têm sido sujeitos, como no caso do IMI, que ainda apoiam filhos adultos com suas famílias - vítimas da falta de emprego crónico -, e  pais no ocaso da vida. Um Governo que compreenda que a instabilidade fiscal resultante dos, geralmente crónicos, défices orçamentais das nossas Câmaras Municipais, constituem as principais causas do abandono dos centros urbanos, tornando a sua recuperação economicamente inviável.

Apoio um Governo que apoie a reabilitação urbana pelos benefícios que pode trazer aos cidadãos e não pelos impostos e outras receitas de que necessita desesperadamente para “engordar temporariamente” os insaciáveis cofres públicos, extorquindo aos pequenos proprietários o que lhes resta das suas economias, condenando-os ao endividamento, à angústia da inevitabilidade de alienação de património por vezes ancestral e, ou, “empurrando-os” para a emigração..

Enfim, apoio um Governo que se mostre decidido a  pôr termo ao estado de “terrorismo” económico e fiscal em que vivem milhões de portugueses.

Com os votos de que possa contribuir para o progresso dos portugueses,

António José Rodrigues Barreto


Peniche, 22 de Setembro de 2015

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Sofrer para crescer

   Pelo que leio e ouço, o jogo Porto-Benfica foi equilibrado, com o resultado a decidir-se nos detalhes. O Porto cumpriu a sua obrigação de ganhar e o Benfica, em processo de alteração do seu modelo de jogo, teve aqui uma excelente oportunidade de testar a sua dinâmica e de identificar com detalhe os desequilíbrios que manifestamente tem. Foi pena, claro, até porque, parece que poderia ter ganho. Nada de pânico; serenidade, persistência, união e ambição. O talento já lá está!

Força Benfica!

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Boa entrada do Benfica na Champions

    A equipa do Astana, de que não se esperavam grandes façanhas, apresentou-se na Luz com o famigerado e desgraçado futebol hiperdefensivo; muito compacta e recuada, sem deixar espaços nas entrelinhas nem nas costas da defesa, obrigaram os encarnados a empastelar o jogo. Sem espaços, o Benfica circulava a bola sem velocidade nem intensidade, falhando inúmeros passes, afunilando o jogo e disputando os lances ofensivos quase sempre em inferioridade numérica. Bem posicionados, fisicamente possantes e com boa qualidade de passe, os jogadores do Astana partiam para a ofensiva rapidamente sempre que podiam, logrando enviar uma bola ao poste da baliza de Júlio César no início da 2ª parte.  Felizmente que os "atiradores" amarelos  se revelaram algo desastrados, apesar das exíguas oportunidades.

  Apesar de tudo, na 1ª parte, a equipa do Benfica ainda dispôs de duas boas oportunidades para marcar no entanto foi constrangedor verificar a falta de autonomia que revelou para efectuar a transformação táctica que o jogo requeria. Mais velocidade, mais amplitude, mais profundidade nas alas e centros junto à linha final criando desvantagem posicional para os defensores. Não pode ser!, a equipa deve ser inteligente e, em campo, adaptar-se às circunstâncias do jogo. Não foi capaz de criar roturas em toda a 1ª parte.

   Depois do susto vieram as soluções  para o descongelamento do jogo; velocidade, aceleração da ala esquerda, tabelas, cruzamentos e golos, com Gaitan a desequilibrar e finalizar o 1º com grande categoria, acompanhado por Eliseu, Jonas e Kostas, que faria o 2º - à ponta-de-lança. Enfim, com o jogo controlado procedeu-se à gestão do plantel.

   Luisão "arrefeceu" muito o jogo na 1ª parte e...isso pega-se! Já Talisca, apesar do "seu fabuloso pé esquerdo", está longe de constituir o construtor de que a equipa desesperadamente carece. O flanco direito ainda não flui, a despeito da entrega e capacidade de Guedes e Nelson, que necessitam de melhor orientação e eficácia na gestão do esforço.

   Julgo que pouco haverá a apontar à equipa de arbitragem, que me parece ter-se equivocado nalgumas faltas menores e na amostragem de cartões.

   Talvez no Cazaquistão o jogo seja menos difícil.

   Enfim; dá para animar mas não para embandeirar!

   JOGO A JOGO É QUE É!  

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Johnny Cash & June Carter Cash Farewell Concert NYC 1999

A Ficção Científica de Al Gore

     
A Booknomics publicou o livro de Marlo Lewis Jr traduzido para português por Rui Gonçalo Moura e Jorge Pacheco de Oliveira, ex-professores do IST, com o título "A Ficção Científica de Al Gore", no qual o autor faz uma crítica extensiva e fundamentada ao livro daquele político " Uma verdade inconveniente".

   Marlo Lewis Jr é membro sénior do Competitive Enterprise Institute dedicando-se à análise dos temas do Aquecimento Global, da política energética, da reforma dos processos de regulação, e outros de política fundamental. Publica em jornais e revistas das especialidades e participa em programas de TV e rádio. 

   Neste livro, o autor, defende que as alterações climáticas são de origem natural nas quais o homem não tem capacidade de interferência. Recorre ao conhecimento da história climática da Terra e a numerosos trabalhos científicos para cotejar críticamente, uma por uma, todas as teses catastrofistas de Gore.

   Entre outros, cita o já nosso conhecido Bjorn Lomborg coordenador do "Consenso de Copenhaga" que defende como prioritário o combate à pobreza e outras calamidades planetárias de forma a proporcionar maior capacidade de adaptação das populações às alterações   climáticas. Uma estratégia que assegura maior eficácia na proteção das populações do que a preconizada pelo Protocolo de Quioto. Os custos astronómicos da implementação PQ além de reduzirem drásticamente a capacidade de criação de riqueza planetária, apenas atrasariam em cerca de seis anos o aumento de temperatura "previsto" de 2 º C no final do século.

   Steve McIntyre, o cientista canadiano, também nosso conhecido, que demonstrou os erros de cálculo do famigerado "hoquei Stick", gráfico de temperaturas produzido por Michael Mann et al, que serviu de base ao relatório do IPCC (Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas) é também referenciado.

   Publica uma carta dirigida ao Secretário Geral das Nações Unidas Ban-Ki-Moon por uma centena de cientistas todos identificados na qual estes o alertam para o alarmismo injustificado do livro de Al Gore e dos perigos que representa para a humanidade.

   Publica também um declaração do Presidente Checo Vaclav Klaus no Congresso dos EUA em Março de 2007 na qual este diz ter sido o comunismo substituído pela ameaça do ambientalismo militante, consistindo a invocação da origem antropogénica das alterações climáticas um dos mais perigosos argumentos de subversão do esforço humano e das políticas públicas em todo o mundo.

   Quanto aos Tradutores, referem não constituir o CO2 um poluente nem tão pouco o principal agente do efeito de estufa, cabendo este papel ao "inocente" vapor de água com uma contribuição que pode chegar aos 95 %. Indicam como prioritária a necessidade de investimento no armazenamento da energia solar dada a magnitude da sua disponibilidade.

   Pessoalmente considero que o tema do Aquecimento Global constitui uma nova forma de tentativa de colonização europeu pelo condicionamento do progresso económico dos países menos desenvolvidos através do negócio das licenças de emissão de CO2. Um patético, desastrado e dispendioso esforço de recuperação das lideranças normativa, tecnológica e económica perdidas com o fim do colonialismo. A potências emergentes, China, Índia e Indonésia e Brasil já não necessitam das velhas tutelas. 

   A nível interno, a UE e os Governos têm usado o expediente do Aquecimento Gobal para criar reserva de mercado aos grupos empresariais dominantes, criando regulamentos fortemente restritivos, proporcionando aos governos  a implementação de extorsionários, obsoletos e vexatórios planos de certificação que alimentam novas instituições parasitas, lançando o "terror" nos técnicos e empresas inerentes. Na verdade, este é mais um dos já abundantes tiques totalitários da UE, cada vez mais afastada dos princípios fundadores da Liberdade, Igualdade e Fraternidade e cada vez mais parecida com a extinta União Soviética.

   A dissidência é a chave do progresso. 
   

domingo, 13 de setembro de 2015

alteracoes climaticas 2

alteracoes climaticas

Longo caminho?

   Afinal, o percurso foi curto! foram necessários apenas duas semanas de trabalho com meia equipa para definir e estabilizar um futebol empolgante. As causas do fraco arranque  da equipa esta época foram, a instabilidade provocada pela saída atribulada do anterior Treinador, a turbulência do mercado de jogadores e a desastrada digressão americana. Teria sido preferível optar pelo trabalho tranquilo no Seixal. De todo o modo, as digressões internacionais do clube são para fazer boa figura; os benfiquistas querem ver o seu clube...mas a ganhar, mesmo que seja a feijões...ou milhões!
 
   A exibição empolgante frente ao Belenenses, mostrou que, afinal, o "longo percurso" que se esperava necessário para Rui Vitória pôr a equipa a jogar bem, foi curto. E foi curto porque a qualidade estava lá, nos jogadores, e o Técnico percebeu-o; bastou-lhe arrumá-los adequadamente e dar-lhes confiança. Lá está, mais uma vez, o trabalho da Direcção a tratar dos casos pendentes, deste vez com sucesso.
 
   Achei divertido e sintomático quando o público, com a Benfica a ganhar 6-0, desatou a assobiar a equipa, como quem diz "não queremos saber do resultado, queremos é bom futebol! percatem-se!"
 
   Fiquei com uma dúvida relativamente a Mitroglou; será que foi engraxador?, se foi, é melhor a equipa de scouting tomar nota, pode estar aí um filão!
 
    Bem, a difícil equipa do Belenenses, com bons desempenhos já nesta época, apesar das habituais cautelas defensivas, não resistiu ao excelente futebol encarnado; a equipa do Benfica esteve muito bem no posicionamento, nas dinâmicas ofensiva e defensiva e na motivação. Depois, é a tal história dos melões; quando há bons jogadores, basta um centro para fazer um golo! Foi o caso. O primeiro foi um hino ao futebol; o cruzamento de Jonas fez-me recordar um lance parecido de Savicevic do Milão, nos tempos de Boban, Baresi e Cª. Mais ou menos do mesmo local e com um ou dois adversários pela frente, Savicevic, parado, arranca um tiro direto à baliza e fez golo! Jonas optou pelo cruzamento; com tal categoria que a bola saíu como um míssil da cabeça do extraordinário Mitroglou. Indefensável. Há muito que não se vê no Benfica um cabeceador deste calibre. Gaitan maravilhou o público com os seus slalons e fintas de corpo, a dar um "cheirinho" a Chalana, culminando com um golo inteligente., e Talisca mostrou o já conhecido potencial do seu pé esquerdo, que requer movimentação apropriada do coletivo para ser materializado com Sucesso. Mais uma vez Júlio César respondeu à altura quando foi necessário naquele remate pleno de força e colocação de Luis Leal. Jardel, por sua vez, vai-se afirmando como o sucessor de Luisão, pela eficácia, entrega, autoridade e serenidade. Enfim, julgo que necessitamos de consolidar o flanco direito, com Guedes ou Andrade, de reforçar o miolo com um armador de créditos firmados e com um defesa-esquerdo de raiz.
 
   Não dei por lapsos graves de arbitragem. No perigoso lance do qual Samaris poderia ter saído gravemente lesionado não fiquei totalmente esclarecido quanto à natureza da falta. É importante não fugir ao choque, mas quando há um potencial sério de lesão grave em zonas não vitais do terreno é preferível optar por estratégia mais favorável. Para quê arriscar partir uma perna se o adversário pode ser intersectado uns metros mais à frente?
 
   O futuro dirá mas parece-me que o desempenho das equipas da formação já reflete os efeitos do novo paradigma do clube. Uma estratégia que deve ter em linha de conta as observações de Carlos Janela quanto à inexistência em Portugal de formação de jogadores de alto nível. Oxalá o Benfica saiba dar esse salto.  

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Desencontros

   As entrevistas de Filipe Vieira e de Jorge Jesus, respectivamente a "A Bola" e a "Record", no que concerne aos motivos da recente divergência, pouco ou nada acrescentou ao que já se sabia. Sou de opinião de que não vale a pena remexer no assunto; como diz o velho aforismo, amigo não empata amigo ou; contas com Jorge, Jorge na rua!, apesar disso, não é de todo descabido alinhavar um ponto de situação à guisa de conclusão. 

   O que me parece é que os Dirigentes do Benfica decidiram virar a página, fosse porque sentiram que o projecto JJ estava esgotado no plano desportivo, seja por haver evidências de deslealdade por parte de JJ. A verdade é que no plano externo JJ não convenceu e os benfiquistas não se contentam só com vitórias internas. Por outro lado, a fraca adesão de JJ ao projecto da formação do clube não só desgostava os adeptos - que não lhe perdoam, pelo menos, o caso Bernardo Silva - como ameaçava arruinar toda a estratégia do clube nas vertentes económica e  identitária. Compreendo que os Dirigentes do Benfica não tenham querido abordar o tema da renovação antes do final do campeonato; quanto a mim, foi a pendência da renovação durante quase toda a 2ª volta do antepenúltimo campeonato a principal causa da derrocada. Mas considero que erraram se inverteram a sua intenção face à opção de JJ. Não o deviam ter feito!

   Quanto a Jorge Jesus, habituado ao assédio de alguns clubes, em especial dos principais rivais internos, instrumentalizado por estes no sentido de prejudicar a competitividade do seu clube, ficou ressentido ao perceber que as coisas tinham mudado; desta vez já não tinha um contrato à espera de assinatura mas uma promessa de apoio na busca de outros caminhos. Impulsivo,  com as "costas quentes" dos Dirigentes sportinguistas, salvo erro, decidiu vingar-se do Benfica...e foi o que se viu; não só infligiu um vexame aos que lhe ganharam afecto, como tentou levar jogadores e altos funcionários consigo. Não soube preservar o que de bom fez no clube que fez dele um Treinador reconhecido e um homem rico, dando razão aos seus detractores, demonstrando-se, mais uma vez, incapaz de retribuir o afecto aos adeptos dos clubes por onde passa, revelando, enfim, um invulgar nível de egocentrismo. Três particularidades da sua entrevista são sintomáticas; a da indiferença relativamente aos adeptos e à origem do financiamento do "seu" clube e a do Dever de Lealdade que qualquer trabalhador deve à sua entidade patronal. De facto, considera-se o vértice dos clubes que treina - "ele tem pedalada para mim" - disse, referindo-se ao Presidente do Sporting. Não tarda, considerar-se-á um semi-deus. 

   A questão do salário, está onde deve estar, nos Tribunais, mas preferia que o Benfica tivesse feito as continhas e pago tudo até ao último cêntimo, mesmo que não fosse devido.  Sem mais conversas. 

   No plano desportivo, há que levá-lo a sério; apesar das limitações, sabe montar uma equipa, e apoios financeiros parecem não faltar ao seu actual clube, espúrios ou não.

   Agradou-me a coerência económica e desportiva de Filipe Vieira, revelando a racionalidade própria de quem gere em função das conjunturas, maximizando os recursos próprios e indo ao encontro do sentimento dos adeptos. No entanto, convém perceber que nada funcionará se a equipa de futebol sénior perder o empolgamento e a capacidade competitiva, o que se verifica actualmente. Sabemos que a turbulência é condição inevitável do progresso mas é necessário estar alerta para avaliar a tempo as opções tomadas, seja quanto à equipa técnica, seja quanto a jogadores. Rui Vitória ainda tem um caminho a percorrer até ganhar a confiança dos adeptos e da equipa e as aquisições devem ser mais contidas e assertivas; menos e melhores jogadores e mais estabilidade no plantel.

   Oxalá o próximo embate esteja a ser bem preparado.

(Tela de Abel Manta)
   

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Um Mundo sem Europeus (Henrique Raposo, Guerra e Paz)

  Uma obra na qual Henrique Raposo (HR) caracteriza e fundamenta a sua visão geoestratégica do mundo actual caracterizada pela perda de influência europeia face à emergência das novas potências asiáticas, traduzindo-se na deslocação do eixo do Mundo Ocidental, do Atlântico Norte para o Pacífico.

   Depois de mostrar os dois conceitos de Liberalismo fundadores dos EUA - o otimista de Jeferson e o cético de Hamilton -, HR evidencia a importância da Democracia Liberal no relacionamento entre nações em virtude da confiança que resulta da transparência política e salienta o realismo americano que lhes permite relacionar-se com países de regimes autoritários, como é o caso da China.

   Com o fim da descolonização a Europa perdeu o domínio militar, tecnológico e normativo que detinha sobre o resto do mundo e parece recusar-se a admiti-lo, assumindo o conceito de governação apolítica e supranacional defendido por Yurgen Habermas, enquanto procura garantir a liderança tecnológica e económica definindo políticas de natureza ambiental arrojadas e não consensuais no concerto das nações.

     A Europa já não dita as regras ao mundo; Índia, China, Turquia, Brasil, Chile, Indonésia, Austrália, etc, reclamam o  seu lugar nos areópagos normativos  internacionais - ONU, FMI, BM,  OMC, G20, etc -, constituindo atualmente os parceiros preferenciais dos EUA em detrimento dos países europeus. Um entendimento estratégico entre a França e o Reino Unido poderá constituir a alavanca impulsionadora da Europa num mundo onde o conceito de Ocidente assumiu nova dimensão.

   "Em suma, a democracia americana é um objecto político céptico e não idealista. É um regime político que nasceu para controlar o conflito entre homens violentos."

   "A sociedade de Estados surge quando os Estados acordam regras comuns para a sua interacção (regras de comportamento para a política externa e não para a política interna). Portanto, a ordem internacional surge quando um sistema de Estados se transforma numa sociedade de Estados; os Estados passam a interagir através de regras mínimas de conduta."

   "Ou seja, temos que aceitar que nem todos os povos associam o Bem à democracia liberal."

   "Sim, é verdade que a modernidade já não é sinónimo exclusivo de homem branco."

   "O mundo ocidental não tem qualquer direito de propriedade sobre as ideias democráticas."

   "Os EUA continuam a ser uma potência à parte, isto é, o sistema ainda é unipolar."

   "Hoje, os papeis inverteram-se. O Ocidente continua a pregar o comércio livre mas pratica-o cada vez menos."

   "A elite europeia não tem a humildade suficiente para se conformar com a realidade. Entre a ilusão da humanidade unificada no estirador eurocêntrico e a realidade pós-atlântica, a elite europeia escolhe sempre a primeira. A elite europeia prefere estar errada com Habermas do que estar certa com Haron. Os antigos tin ham um nome para este fenómeno: decadência. Este livro é uma revolta documentada contra esta decadência."

   Digo eu: uma decadência que cada um de nós pode observar no seu dia a dia.

   Um livro que vale a pena ler e reler, para quem aspira a compreender o mundo atual na vertente geoestratégica. 

AB

   

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

terça-feira, 1 de setembro de 2015