Desporto

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

domingo, 30 de agosto de 2015

Alfredo Kraus canta "Amapola"

Porta 18

   Deplorável o caso de tráfico de droga no qual está envolvido um, agora, ex-Director do Benfica, que entrou no clube pela mão do actual Presidente. Um facto que vem reforçar as suspeições dos seus detractores que há muito lançam rumores do seu envolvimento em negócios esquisitos, apesar de nada ter sido apurado que seja do conhecimento público. Seja qual for o resultado das investigações, o Benfica, ainda que nada tenha a ver com o caso, fica despojado de autoridade moral para apontar o dedo aos rivais. Mais uma vez, fica demonstrada a falta de prudência de Filipe Vieira na escolha dos seus colaboradores. Mais grave, a falta de controlo! Então entra e sai das instalações do clube gente desconhecida de origem colombiana e ninguém estranha? Não há controlo? Amadorismo e irresponsabilidade, intoleráveis! 

   Os benfiquistas e a população em geral necessitam de saber , sem equívocos, que o clube,  efectivamente, nada tem a ver com o caso. Esperemos que a PJ investigue a fundo o assunto e torne públicas as suas conclusões, o mais rapidamente possível. E que os envolvidos sejam acusados e julgados.

   Francamente!

(Tela de Amadeo Modiglianni: A Dama de Arminho)
   

Em que ficamos?

   Frente ao Moreirense, uma vitória sofrida e já inesperada; a equipa do Benfica apresentou-se, mais uma vez, sem intensidade nem dinâmica. Pratica um futebol estático, previsível e inócuo, vivendo do talento de alguns jogadores, em especial Gaitan, Jonas, Mitroglou e agora Jimenez. Carece gritantemente de criatividade no meio-campo e de ala direita. Aos avançados, exímios no jogo aéreo, faltam os centros e cruzamentos a preceito, que só Gaitan tem mostrado capacidade para produzir. 

   Guedes e Talisca vieram provocar roturas obrigando os adversários a correr, a cometer faltas, e a defesa a desposicionar-se. Perante um adversário que montou a equipa em trinta metros, os jogadores do Benfica insistiam, sem convicção, em transportar a bola num labirinto que faz lembrar os tetrápodes de proteção marítima. Com este tipo de equipas, o futebol português não tem futuro; entram a proteger o pontinho adquirido por entrar em campo. E não saímos disto! 

   Felizmente que o mercado fecha em breve permitindo que cada um se concentre no seu trabalho, acabando com a incerteza que paira sobre jogadores e Treinador. Não há coração que aguente!

   Está visto que, após tanta e persistente berraria - salvo seja -, contra os árbitros e Vitor Pereira, aqueles acusam o condicionamento nos jogos. Ainda vamos na terceira jornada e os efeitos já se fazem sentir; o Benfica deveria ter, pelo menos, mais um ponto...ou três.

   Rui Vitória ainda tem que conquistar a confiança dos jogadores e o coração dos adeptos. Ontem deu mais um pequeno passo...mas não chega!

   Há que continuar a trabalhar com ideias e com inteligência.

(Tela: "Nu" de Amadeu Modiglianni)

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Em frente!

   Aconteceu o pior; lá foram os primeiros dois pontos quando podíamos ter-nos isolado no primeiro lugar! Enfim, faz parte do crescimento da equipa. O Arouca tem tido boas equipas e o Lito Vidigal já demonstrou ser um bom treinador; fala pouco mas sabe o que faz. Por outro lado, algumas equipas pequenas apresentam-se em pico de forma no início da época quando as grandes, normalmente, ainda não têm o plantel nem os processos de jogo estabilizados.
 
   Pelo que ouvi do relato, dos comentários e vi nos resumos, inexplicavelmente, a equipa entrou apática, sofrendo o golo num lance em que os centrais ficaram estáticos perante o ponta de lança que, "nas barbas de ambos", com um movimento simples, fez um golo fácil!

   O domínio que se seguiu não foi suficiente para inverter o resultado, graças à falta de concentração dos avançados encarnados, à exibição de Bracali, ao anti-jogo do Arouca e ao critério da equipa de arbitragem. De facto, ficou uma grande penalidade por assinalar contra o Arouca e foi anulado um golo limpo ao Jonas. Assim não vale; o efeito Proença já está a dar frutos.
 
   Bem sabemos que a evolução implica, sempre, turbulência e instabilidade, que a aposta na renovação da equipa implica assunção de risco, que o início da época com o mercado aberto é um absurdo que provoca instabilidade nas equipas que aspiram ao título, mas nada justifica a passividade inicial nem a falta de controlo emocional. dos encarnados.
 
   Por outro lado, é tempo de deixar de falar nos bicampeões e no tricampeonato, sendo implícito que o Benfica quer sempre ganhar! Reafirmá-lo compulsivamente não faz do Benfica mais candidato. Está visto que, semelhantemente à época anterior, a ordem é para não falar de arbitragens. Não concordo. Deve falar-se quando há razões para tal sem desrespeitar pessoas e instituições. Não o fazendo o Treinador, alguém na estrutura terá de o fazer e indagar da respectiva classificação.
 
Há que trabalhar com inteligência e determinação e adotar um discurso mais mobilizador.
 
Força Benfica!

domingo, 23 de agosto de 2015

Caldeirada hipócrita

   Tenho Santos Neves na conta de jornalista idóneo, moderado e competente, mas tenho que criticar a sua crónica recente em que aconselhava de forma autoritária os Dirigentes de Benfica e Sporting a "calarem-se", a propósito da polémica em torno das atribulações de Jorge Jesus.
 
   Antes de mais, é evidente que este tipo de polémicas contribuem para impedir a emergência do futebol nacional do pântano em que se afundou nas últimas décadas. Os Dirigentes devem orientar os seus esforços no sentido da credibilização do futebol e viabilização económica dos clubes.
 
   No entanto, são precisamente os meios de Comunicação Social que mais têm contribuído para alimentar o lavar de roupa suja no futebol, entre os quais, o jornal que emprega Santos Neves. Enquanto omitem, sistematicamente, o debate dos problemas estratégicos do futebol, arregimentam "incendiários" como Miguel Sousa Tavares e outros que usam os espaços mediáticos para destilar e difundir o ódio quer lhes vai na alma, sobretudo um absurdo e estúpido ódio ao Benfica. Porque vende. A hipócrita equidistância clubista que cultivam, serve de pretexto para omitirem a investigação e denúncia da corrupção e manobras saloias que viciam as provas desportivas. Pelo contrário, esforçam-se por credibilizar um desporto que todos vemos viciado. Para ser levado a sério, Santos Neves, deveria fazer crítica interna, exigindo aos seus patrões que a "A Bola" deixasse de ser o jornal castrado em que se transformou.
 
   Mais, fica-lhe mal meter todos na mesma "panela"; uma velha tradição de quem contemporiza com os arruaceiros, por medo ou seja lá pelo que for. Os Dirigentes do Benfica têm o direito e a obrigação de defender o  seu clube. Mesmo que tenham cometido erros, não insultaram ninguém, neste caso. Jorge Jesus poderá até ter todas as razões e mais algumas para não renovar com o Benfica, mas desrespeitou o clube que lhe deu guarida e glória bem como os adeptos que lhe não negaram apoio e afeto. Mais, com o contrato em vigor iniciou a colaboração com o novo clube, abrindo lugar à suspeição entre os adeptos encarnados de que esse compromisso já se verificava há vários meses, secretamente. Os Adeptos do Benfica mereciam uma palavra de apreço de Jorge Jesus, independentemente de todas as razões da sua dissidência. Santos Neves foi incapaz de vincar esta evidência e com isso contaminou a sua intervenção de hipocrisia e interesseirismo. Respeitinho senhor Santos Neves, respeitinho pelo Benfica!
 
PS: Força para logo, Benfica; concentração e luta até à vitória.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

De pé direito

   Foi o da entrada da equipa do Benfica na Liga 2015/2016, restabelecendo a confiança dos adeptos e dos jogadores na equipa e dissipando as dúvidas que pairavam sobre Rui Vitória. Mas vi "a coisa" preta!, os homens do Estoril pareciam dispostos a morrer em campo! Fónix!"Salvé" César, que segurou as pontas em momentos cruciais, com três defesas superlativas! Cheguei a pensar que o empate seria um bom resultado para o Benfica!, Mas enganei-me; a equipa porfiou e...ganhou...merecidamente, graças, também, à magia de Gaitan à classe de Mitroglou e à liderança de Luisão. Lá está; sem ovos não se fazem omeletes! Não deixem sair o Gaitan!, vale muito mais que o que possam pagar por ele!, E o "bambino" Semedo, quem diria? Obrigado Máxi, afinal, não fazes falta à equipa do Benfica e não sabia! Vitor Andrade não me surpreendeu, depois do ter visto, na equipa B, fazer um sprint de 40 metros com bola, ganhando o despique a dois defesas, e, já na área, bater o guarda-redes adversário. Gonçalo Guedes teve pouco tempo de jogo mas gostei da forma como abordou os lances.
   Claro que falta condição física, entrosamento e assimilação das novas dinâmicas. Falta um defesa esquerdo de raiz e...um armador de jogo!, ou dois. Venha lá o Meli...se for bom. Saindo o Gaitan, teremos um problema dos bicudos!, há poucos, muitos poucos ao seu nível. Veremos o que nos reserva o mercado das transferências. 
   Afinal parece que, no lance em que o Treinador do Estoril reclama grande penalidade, a falta foi fora da área. Nem tinha reparado!
   Curioso mesmo foi ver o Estoril de azul e branco e patrocinado pelo banco BIC. Mais curioso será ver como se comportam quando jogarem com o Porto.
   Enfim, ganhámos tempo, mas necessitamos de evoluir rapidamente para outro patamar competitivo. Matéria-prima e "cérebro", já temos!
   Força Benfica!

   PS: Bem visto o processo cível do Benfica a Jorge Jesus pelo grosseiro incumprimento contratual aparente deste. Não vale tudo, e o Benfica não deve deixar-se enxovalhar!

sábado, 15 de agosto de 2015

Os sócios do Benfica

   Cerca de noventa e cinco mil foi a redução do número de sócios do Benfica revelada pela recontagem estatutária agora concluída, cifrando-se em cerca de cento e cinquenta e seis mil o nº de sócios de actuais. Uma hecatombe, considerando o objectivo dos trezentos mil associados definido pela actual Direcção. Só a análise detalhada permitirá esclarecer as causas desta evolução, e para isso, são necessários dados estatísticos a que só a estrutura do Benfica tem acesso. Espero que alguém no clube faça esse trabalho. Nada nos impede porém de fazer um pequeno exercício especulativo sobre o assunto.

   Assim, desde logo, as causas naturais; a lei da vida impõe-se e a compensação deste factor faz-se pela abordagem às novas gerações  com projectos de envolvimento sócio-desportivo que complementem e enriqueçam o seu quotidiano, estruturando uma forma de estar civicamente exemplar. A actual Direcção tem feito um trabalho extraordinário nesta área, talvez mesmo sem paralelo em Portugal; nas modalidades, proliferam os desportos juvenis, a par de inúmeras actividades abertas aos sócios e ao público em geral. Um caminho a manter na perspectiva da diversificação e da qualidade, sem comprometer a sustentabilidade.

   O maior impacto talvez venha da tremenda crise económica e política que o país atravessa. O nível de insegurança que se abateu sobre as famílias, resultante da revolução económica e política em curso, a incerteza quanto ao futuro da maioria da população e a redução de rendimentos de quase todos, implica a contenção de gastos secundários, como é o caso das quotas dos clubes. Não passou a haver menos benfiquistas mas são menos os que podem pagar as quotas. Pois reduzam-se as quotas a metade e simplifique-se o método de pagamento; para o mesmo nível de receita é preferível ter o dobro dos sócios. E os benefícios indirectos serão alavancados desportiva e financeiramente. O mesmo para os bilhetes.

  E o desempenho desportivo? terá tido algum efeito nesta contracção?, teve com certeza...nos dois sentidos. Têm sido muitos anos de enxovalhos dentro dos relvados, que se traduziram num longo deserto de títulos e nas consequentes guerras internas que poderão ter levado ao afastamento de muitos benfiquistas. No entanto, o foco deve incidir nos últimos cinco anos, período em que se verificou a alteração. E o que aconteceu nos últimos cinco anos?...Jorge Jesus!, aconteceu Jorge Jesus! O ano do seu ingresso no Benfica, imediatamente anterior ao da penúltima contagem, foi avassaladoramente empolgante; com um plantel de luxo e a motivação em alta causada pela célebre declaração pública de pôr a equipa a jogar o dobro, o Benfica arrasou quase tudo e todos. É possível que o entusiasmo tenha provocado uma adesão maciça de benfiquistas esperançados numa viragem de ciclo. O ano seguinte foi decepcionante; pela saída de jogadores nucleares, pelo assédio a mais de meia-equipa, pela aposta prematura de Jorge Jesus em Roberto e pela quebra de motivação dos jogadores relacionada com novas exigências salariais de Jorge Jesus, na sequência do aliciamento de que foi alvo por parte de Pinto da Costa, soube-se depois. Esse campeonato e os dois seguintes "foram à viola", culminando com o descalabro do antepenúltimo, em que o Benfica tudo perdeu no último instante; foi demasiado violento! temi a debandada e...pode ter sido a debandada; a definitiva descrença para muitos. Julgo que as super-estruturas do futebol também o perceberam e temeram o descalabro de todo o futebol nacional, que, sem os benfiquistas, não tem viabilidade. Talvez tenha sido essa a razão da menor hostilidade das arbitragens  relativamente ao clube da Luz nos dois campeonatos seguintes; talvez tenha sido essa a razão de Jesus não ter sido despedido; talvez Jesus não tenha querido sair pela porta pequena comprometendo o resto da sua carreira desportiva. Talvez. O que é certo é que os dois anos seguintes não foram suficientes para recuperar os associados dissidentes apesar dos sucessos internos! A verdade é que as vitórias internas, sendo indispensáveis, não são suficientes para restaurar o fascínio dos Benfiquistas. Jesus falhou rotundamente neste capítulo apesar das oportunidades. 
  
   O efeito Treinador também não deve ser afastado; Jorge Jesus dividiu os benfiquistas; pela sua teimosia, pelo seu mau relacionamento com históricos do clube, pela falta de cordialidade com os adversários,  por nunca se ter demarcado publicamente de Pinto da Costa, por não ter apostado na formação, por falta de capacidade nos momentos decisivos como os das finais europeias. Havia quem o considerasse o Fergusson do Benfica, mas também havia, e há, quem o tenha considerado um "submarino" no clube. A não ser que tenha ocorrido algo de muito grave ainda desconhecido, os acontecimentos recentes dão força à última tese, parecendo claro que andou pelo menos cerca de meia época a treinar um clube, comprometido com outro. Há quem não tenha digerido certos lances capitais e suspeite que Treinador, e, pelo menos, um atleta, tenham falhado intencionalmente em momentos capitais. Nunca o saberemos. A ser verdade valeria irradiação do futebol! Para além do que foi dito anteriormente, sublinhe-se ainda que, no ano do descalabro, andou-se cerca de toda a segunda volta em suspenso quanto à renovação do Treinador. E isso afectou todo o grupo de trabalho e os adeptos. Talvez então Jesus tivesse outro compromisso em carteira, como referiu recentemente. Neste capítulo, cabe ponderar um velho e mau hábito do Presidente dos encarnados em privilegiar as amizades em matéria profissional e não discriminar preferências clubistas. Em matéria de trabalho e negócios as amizades só atrapalham, como mais uma vez ficou demonstrado. O Presidente do Benfica não deveria ter-se deixado pressionar. É um mau precedente. Avalia-se, não serve...rua...cordialmente! E a rua teria sido no segundo ano quando Jorge Jesus encostou o Presidente do Benfica à "parede"! Nesse instante, perdeu-se a magia! Quanto à cor clubista, sabíamos que Jesus é sportinguista, acreditámos que poderia tornar-se benfiquista! Erro crasso!, falhou a avaliação do carácter; é possível, mas só nalguns casos! Mais grave; há quem afirme que talvez haja mais submarinos no Benfica!, gente com outra filiação clubista que nunca se sabe a quem servem!, não sei; mas sei que tal política é imprudente e também sei que benfiquismo sem competência não serve. Uma opção a rever. E a reter; que Jorge Jesus dividiu os benfiquistas, mesmo nos melhores momentos.

   Outro factor a ter em conta é a rotação alucinante de jogadores!, não há coração que aguente!, outrora, os adeptos afeiçoavam-se aos jogadores dos seus clubes que constituíam autênticos porta-estandarte, anos a fio, cimentando a união do respectivo universo clubista. Uma realidade completamente ultrapassada nos dias de hoje. Não há tempo para afectos; os jogadores são adquiridos, primordialmente, para servir financeiramente os clubes e servir-se deles financeiramente. Assim que dão nas vistas são repassados de imediato! Witsel, Ramirez, Matic, David Luiz...criaram tremendas expectativas de crescimento competitivo...hoje são uma boa recordação...apenas. Os adeptos afastam-se, põem o coração ao  largo...e isso afecta a adesão afectiva ao clube, cada vez mais industrializado e cada vez menos clube. Não sei como se combate isto!, parece uma inevitabilidade dos tempos modernos; subordinação quase total dos clubes aos jogadores, com crescente endividamento daqueles até ao inevitável colapso. Nem os tubarões escapam! UE, UEFA e FIFA a tudo assistem, implementando hipocritamente regras de fair-play que nada parecem resolver. No caso do Benfica, parece-me que a divisão da massa salarial por menor número de atletas, 45 a 50, associada ao recurso a mais atletas da formação e à estabilização de um núcleo estruturante da equipa, poderá atenuar o problema, mas nunca resolvê-lo. A abertura do capital da SAD a investidores estrangeiros poderá ser outra via, mas...quem quererá investir significativamente num campeonato carente de competitividade e credibilidade como o português? Nem esta é a via da actual Direcção embora os adeptos dêem prioridade às vitórias e não à origem do capital. O exemplo vem do Reino Unido. Só a argúcia e a capacidade dos dirigentes poderá atenuar esta turbulência....

   O efeito Presidente também não deve ser descartado. Luis Filipe Vieira ficará na história do clube em lugar de destaque; como uma obra notável ao nível das infraestruturas, na área organizacional e no crescimento económico.  Apesar dos recentes sucessos internos, subsiste ainda um défice de títulos que só será ultrapassado quando o Benfica vencer a Liga dos Campeões ao rival mais difícil, como fez no passado! Falta ambição ao Presidente do Benfica!, e a ousadia é a mãe de todas as vitórias!, foi comovente assistir ao empenho de Filipe Vieira na venda do Kit Sócio, mas é inegável alguma falta de carisma e de oportunidade na intervenção externa em momentos cruciais. Adeptos, funcionários e atletas sentem-no e reflectem-no. Por exemplo; foi feito um trabalho extraordinário com a Benfica TV que permitiu "escaqueirar" durante algum tempo o principal suporte do portismo, mas já se assumiu disponibilidade de adesão à centralização dos direitos desportivos, que, com Proença  na Liga e o quase monopólio das infraestruturas de transmissões na Sport TV, mais uma vez, parecem destinados ao Oliveira...afinal, "uma boa pessoa", como ainda há pouco tempo referiu Vilarinho. Ora os adeptos não percebem isto e desconfiam. Tal como desconfiam ao ter conhecimento que há gente de outros clubes em lugares chave como o da prospecção. E não gostam que se teime em denegrir Vale a Azevedo porque não esquecem a sua coragem na defesa do Benfica contra os Pintos, os Oliveiras, os Salgados, e até os Sócrates!, nem esquecem que, apesar de tudo, tinha um projecto mais sóbrio para o clube, com menor endividamento, abortado por efeito de uma falsa promessa de Vilarinho, que, curiosamente, considera Joaquim Oliveira"uma boa pessoa"! Nem aceitam a política de passividade perante os permanentes enxovalhos de Pinto da Costa e agora de Bruno Carvalho! É a capacidade de responder na mesma moeda que inibe os nossos inimigos de nos fazer mal, nunca a de dar a outra face. Nem aceitam a actual condição de subserviência da BTV, salvo excepções, recheada de yes-man!, sabemos que muitos adeptos, sócios ou não, praticam o irracional destrutivismo, mas nenhuma entidade sobrevive sem crítica interna e isso não está espelhado na BTV. E os adeptos desconfiam!

   Muitos outros factores poderiam ser aduzidos; como o efeito estádio, ou a partida de Eusébio, Coluna e outras glórias do passado, mas subsiste ainda outro da maior relevância; o da Comunicação Social!, Julgo que todos os órgãos, com uma ou outra excepção, são hostis ao Benfica; DN, JN, Público, O Jogo, Sport TV, TSF, afetos ao Porto; CM, Record, o I, O Sol, afetos ao Sporting; RTP, TVI e SIC, habitualmente hostis ao Benfica. Parece que o antibenfiquismo é uma regra implícita da ordem actual, havendo não poucos casos de segregação e violência, e isso, por si só, é dissuasor de novas adesões.

   A solução está na união, na competência e na imaginação; em aceitar e enfrentar a luta sem tréguas, tomando a iniciativa na inovação, mas não deixando desaforos e enxovalhos sem resposta sem cair na tentação das peixeiradas, em estabelecer alianças profícuas e leais e afastar os oportunistas ou infiltrados.

   Teremos de novo uma forte equipa e temos um Treinador com credenciais e ambição, falta-nos a centelha da motivação para nos tornarmos imparáveis mais uma vez. Poderá regressar amanhã.

Em frente Benfica!   
  

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Supertaça 2015

   A supertaça 2015 está bem entregue ao Sporting pois foi a melhor equipa no terreno; assumiu e mandou no jogo a maior parte do tempo, conciliando muito bem a qualidade do posicionamento com a intensidade e a qualidade do passe em ambas as fases, procurando sempre a baliza contrária. 

   Já o Benfica foi uma equipa mal dimensionada, apática, reactiva - só nos cerca de 20 minutos finais assumiu o controle do jogo - sem criatividade, sem intensidade, sem poder de fogo e sem ideias.

  Apesar de quase totalmente renovada, sem Luisão, André Almeida e Eliseu, gostei do desempenho defensivo. A "carambola" que deu o golo do Sporting enganando Júlio César, é fortuita, embora denuncie falha defensiva no meio campo.  Aqui e no ataque esteve o equívoco - será que foi?; com dois médios defensivos, Fejsa e Samaris e em inferioridade numérica, a dinâmica ofensiva era uma miragem, enquanto Jonas, basculando entre as laterais - um moiro de trabalho tal como Gaitan -, desposicionava-se, tornando infrutíferos os poucos cruzamentos efectuados. Gaitan, quase sempre travado em falta,  era o único a desiquilibrar e Ola John, no seu estilo molengão lá ia sacando uns cruzamentozitos mal amanhados. Talisca andou perdido no campo. 

   Se a passividade dos encarnados é compreensível face ao desgastante périplo pelas américas já o escalonamento e o posicionamento dos jogadores indicia ter sido este jogo encarado por Rui Vitória como mais um passo na preparação da equipa. Mas não se percebe a demora em mexer nela. Bastaria acelerar um pouco, meter criatividade e densidade no meio-campo - Pizzi ou Gaitan - e dar companhia a Jonas, para virar o jogo; o Benfica jogou a 25% do seu potencial, o Sporting esteve a 80 %.

   Disse Jesus que o Benfica teve medo mas eu julgo que foi o contrário; os verdes, quando perdiam a posse da bola metiam três trincos os quais subiam ao meio-campo na fase de construção criando superioridade numérica. A iniciativa de jogo resultou precisamente do medo de não conseguir travar o jogo dos encarnados. Se estes estiveram apáticos, os adversários denunciavam um falso poder, percebendo-se que se encontram numa fase de preparação mais avançada devido ao processo de apuramento para a Liga dos Campeões.

   No que diz respeito ao Benfica, a matéria-prima está lá; com uns ajustes voltaremos a ter uma boa equipa. Mas, francamente, não sei se o Treinador está à altura!, try me Rui Vitória, try me! Fazer testes arriscando troféus não é coisa que me agrade. E os meninos bem comportados levam sempre porrada dos outros.

  O futebol necessita desta velha rivalidade mas não das patetices de Jesus e quejandos. A atitude do ex-Treinador do Benfica denuncia insegurança, além da reiterada falta de carácter por desrespeito a quem o estimou durante seis anos. Esta ânsia injustificadamente acintosa  nada mais significa que ausência de confiança e respeito por si próprio. 

 Convém, no entanto, lembrar ao Presidente do Benfica, que nos negócios não há amizades. Bem sabemos porquê. O Adeptos do Benfica foram enxovalhados por uma pessoa sem categoria. Os Dirigentes do Benfica não devem permiti-lo, impedindo o arrastamento dos processos e reservando para si a última palavra. Não foi o que aconteceu com Jesus e com Máxi. O planeamento implica prazos e quem os define é o Benfica, não os funcionários!

   Ainda haverá mexidas no plantel; esperemos que sejam as adequadas e que Rui Vitória não nos decepcione. ...Mas temos de começar a ganhar, acabou-se o tempo.

   Jorge de Sousa esteve mal; da justiça dos golos anulados não sei. Mas devia ter assinalado penalti sobre  o Gaitan! Mau sinal, muito mau sinal!

   

   (Quadro de Abel Manta)

sábado, 8 de agosto de 2015

A propósito de desemprego (tela de Abel Manta)

      Vai por aí uma "guerra" a propósito da queda do desemprego para 11,9% segundo publicação do INE. As oposições ficaram tão ofendidas que mais parece que desejam o contrário, aduzindo vários factores susceptíveis de alterar aquele resultado; como a emigração, os estagiários, os formandos, os desistentes, etc. 

 Claro que, conclusões exaustivas, só poderão tirar-se após análise detalhada de todos os factores inerentes ao processo de cálculo. Parece no entanto fora de duvida que a tendência é de queda do desemprego, como bem demonstram José Manuel Fernandes (JMF) e José Villaverde Cabral no Observador bem como Carlos Guimarães Pinto no Insurgente e outros. É um facto que os governantes tentam mascarar o desemprego com artifícios vários, mas parece que, desde há tempos, há um método comum definido pela inevitável UE, insusceptível de ser afectado por tais habilidades.

    A verdade é que se inverteu o ciclo económico, com o PIB finalmente em crescimento, embora moderado, e as receitas fiscais a registarem ganhos significativos. Não custa pois acreditar no decréscimo do desemprego global apesar do desespero a que assistimos diariamente à nossa volta. Desde logo, os dados do INE também mostram uma redução significativa do número de ativos; gente que se viu forçada a emigrar à falta de futuro no seu país, o que, por si só, é suficiente para nos fazer repensar toda a terceira república. De tudo o que li, foi José Manuel Fernandes, com a seriedade e competência que o caracterizam, a ir mais longe na análise, identificando uma particularidade relevantíssima; a de que, há mais pessoas qualificadas empregadas! Ora isto quer dizer que, aparentemente, a tal "geração mais qualificada de sempre" está a chegar ao mercado de trabalho, o que anuncia um potencial de ganhos de competitividade de que a nossa economia desesperadamente carece. 

   Mas há uma particularidade que parece ter escapado a JMF e que Eugénio Rosa há uns anos identificou; é que a maior qualificação dos empregados foi obtida não pela qualificação dos trabalhadores no activo, mas pela exclusão dos activos menos qualificados! Ora esta realidade tem tanto de racional como de desumana e mostra a verdadeira face do projecto democrático em curso em Portugal e na europa. Um projecto que, contrariamente ao estabelecido, por exemplo, na Constituição Portuguesa quanto à ausência de descriminação de qualquer espécie e do direito ao trabalho dos cidadãos, promove sistematicamente, sob os mais variados pretextos - aquecimento global, eficiência energética, sustentabilidade das pescas, etc - , a implementação de processos destinados a criar reserva de mercado aos poderes instalados.

   É revoltante verificar a panóplia de regulamentos para Técnicos e empresas que Governo e Comissão europeia debitam continuamente e cujo resultado se traduz, essencialmente, na restrição do acesso ao trabalho, diga-se, ás riquezas nacionais do cidadão comum. É pois sem qualquer surpresa que li, ontem mesmo, que o saldo comercial da Alemanha aumentou em cerca de 36%!

   Mas há uma faceta ainda mais sórdida nisto que remete para o "multiplicai-vos" da Ministra das Finanças; é que, na origem das políticas públicas não está o propósito de proporcionar a felicidade das pessoas, mas tão somente, o superior desígnio de obtenção de mais receita para financiamento do sector público, seja a que preço for! Só assim se compreende o tenebroso poder conferido a algumas entidades públicas, que tem destruído a vida de muitas pessoas, muitas vezes por pequenos delitos, omissões, simples distracções, ou mesmo equívocos de valor inicial marginal. Casos não faltam na comunicação social nos quais está patente a subjugação total dos direitos das pessoas ao Estado, característico, afinal, dos regimes fascistas. Um paradoxo que, não surpreendendo, impõe reflexão sobre o rumo nacional europeu.

   Tudo isto para dizer que, nenhum progresso vale a pena se não incluir o respeito por cada cidadão, da sua liberdade, da sua soberania, da sua propriedade, do seu trabalho, da sua capacidade de sonhar, de estar e de viver, no respeito pela liberdade dos outros. A função do Estado consiste precisamente, através da lei, moderar, conciliar, os direitos de cada um e nunca de proporcionar a subjugação de uma parte da população por outra, dentro ou fora do Estado.

   O debate acerca da Liberdade é permanente.

Benfica!a!

   
Em vésperas do primeiro jogo oficial da nova época, o perfil desportivo dos principais candidatos ao título de campeão nacional está quase definido, adivinhando-se ainda algumas mexidas nos plantéis até final do período de transferências. Porto e Sporting investem fortemente, como lhes compete, sem que se perceba muito bem a origem dos respectivos capitais de investimento ficando no ar a ideia do elevado risco de exploração que ambos correm. Cabe aqui salientar o tema dos fundos, extintos por alegada proveniência obscura do correspondente financiamento numa pretensa luta pela transparência e fair-play desportivo. O exemplo português mostra que, afinal não é bem assim; trata-se sim de dificultar a competitividade de uns clubes em detrimento de outros. Sintomático é constatar que, as entidades que perdoaram parcialmente e, ou, reestruturaram as dívidas de Sporting e Porto, que lhes permitem, hoje, relançar os respectivos projectos desportivos, são as mesmas que asfixiaram o Benfica de Vale e Azevedo. Clube este que, cumprindo escrupulosamente os seus compromissos financeiros sem favores de entidades bancárias ou outras, enfrenta os seus adversários em condição de desigualdade. Como dizia o outro, o fair-play é uma treta!

   Porém, parece que poucos se aperceberam, ou fingem ignorar, a exuberante demonstração de competência da Direcção encarnada ao mudar radicalmente o modelo de financiamento do clube/SAD em simultâneo com o sucesso na gestão desportiva da equipa, num campeonato disputado palmo a palmo. A liderança de gestão organizacional e desportiva do  Benfica é uma evidência demonstrada pela contratação de Casilhas - reconhecimento do efeito Júlio César - e de Jesus - cuja evolução muito deve à Direcção encarnada. A liderança desportiva é consequência daquela. 

   A mudança de Jorge Jesus para o Sporting, acrescenta maior expectativa e interesse para a época que se avizinha, já que, aparentemente, confere àquele clube efectivo estatuto de candidato. O futebol nacional necessita de todos os adeptos, em especial dos dos principais clubes, e de incerteza dos resultados; só assim poderão maximizar-se as receitas globais associadas e a competitividade dos clubes.

   Inevitáveis são os excessos por parte de alguns dirigentes, treinadores e órgãos de comunicação social, cada um com os seus motivos; sejam de afirmação pessoal, de atenuação de fracassos recentes, ou de captação de receitas em época de defeso. Criou-se um grande e demorado alarido à volta dos rivais do Benfica subestimando-se  este clube, em consequência dos alegados fracos resultados que obteve lá pelas américas, contagiando até, muitos dos seus adeptos. No entanto, a racionalidade do plano em curso dos Dirigentes encarnados é incontestável;consolidado o projecto da formação com a ascensão de cinco jovens ao plantel principal, os dirigentes aguardaram o resultados do périplo americano para ouvirem o Técnico acerca das necessidades da equipa. Identificadas estas, precede-se às contratações necessárias. Isto é que faz sentido. Os últimos movimentos no mercado mostram que os Dirigentes encarnados estão atentos. Até ao fecho do mercado haverá ainda muitas novidades esperemos que o Benfica se reforce com êxito. A equipa parece necessitar de num defesa esquerdo de raíz, um médio criativo e mais um avançado, especialmente se Gaitan sair.

   Habituados à exuberância e às calinadas, então engraçadas e empolgantes, do anterior Treinador, os adeptos encarnados vêm na sobriedade de Rui Vitória um cinzentismo incapaz de motivar o mesmo empolgamento. No entanto, lembro, por exemplo, o caso de Erikson, pessoa discreta, cordial e serena, que construiu uma equipa talentosa e motivada graças, apenas, à sua competência técnica e humana.

   Filipe Vieira lançou já o repto da vitória à equipa, exigindo-se concentração e determinação. Somos melhores mas temos de querer ganhar.

Força Benfica!      

Vozes ousadas

"Daí um novo atrevimento: como seria a educação se o Estado não se tivesse ocupado dela de forma directa (educação estatal) e indirecta (escolarização obrigatória e regulação de cursos e planos de estudos)? Como seriam os modelos e os métodos de ensino sem a mão perversa e centralista dos políticos-burocratas que impedem a diversidade e a emergência de formas alternativas? Nesta como em outras áreas, estou com Ramón Rallo: não deveria prevalecer uma presunção a favor da liberdade de escolha: "In dubio pro libertate"? " (José Manuel Moreira, Económico)

http://economico.sapo.pt/noticias/morder-a-mao-que-te-da-de-comer_225719.html

sábado, 1 de agosto de 2015

A "chafurdice" do futebol

   
Desenganem-se os que esperam que, as pessoas, as instituições ou as nações se movem por princípios éticos; não é verdade. A retórica da ética, do humanismo, da solidariedade, não passa disso mesmo, salvo honrosas excepções. O interesse é o motor de todas as dinâmicas pessoais ou institucionais. Dizem as teorias liberais que estas são as dinâmicas do progresso, caracterizadas por uma turbulência resultante do permanente conflito de interesses.  Toda a entropia social e política a que assistimos actualmente constituiria pois o processo de ascensão a um novo patamar sociopolítico. Pode ser. Pode ser que também seja assim no futebol. No entanto, quando o poder moderador do Estado é capturado por uma ou algumas das partes, o resultado só pode ser o retrocesso. E é assim que estamos; no futebol e no país. 

   Como se previa, o "dragão de oiro" Pedro Proença foi eleito para a Presidência da Liga e, como se esperava, disse logo ao que vinha; retirar o controlo da arbitragem da Liga e entregá-la a nova instituição participada pela Liga e pela Federação. Naturalmente "para bem do futebol". E em que consiste o bem do futebol?, simples; nas vitórias do Porto!, na Pax portista!

   Proença subiu na arbitragem graças aos títulos que as suas actuações proporcionaram àquele clube e continuará a fazê-lo, seja na Liga, seja na UEFA, onde integra o Comité de arbitragem. Recordemos que o Porto perdeu todos os campeonatos sempre que lhe escapou o controlo da Liga; Cunha Leal, Hermínio Loureiro e Mário Figueiredo-Luis Duque. Falhada a tentativa de afastamento de Vitor Pereira do Concelho de Arbitragem, reconstituída a Sport TV, fácil foi arregimentar aderentes à causa, clubes cronicamente insolventes, prontos a prestar vassalagem ao poder do momento.

      O projecto de Mário Figueiredo é o único caminho para a viabilização do futebol nacional; maximização das receitas pela concentração na Liga da negociação dos direitos  dos clubes, abertura a vários operadores, distribuição mais equilibrada, reforço da competitividade e incerteza nas provas, supressão do controlo "remoto" da Liga e dos clubes por qualquer entidade externa, afastamento dos clubes sem autonomia. Projecto fracassado pela cobardia da maioria dos clubes, que abandonaram quem elegeram, e dos patrocinadores, que retiraram os financiamentos, apavorados com o previsível confronto dos poderes que há décadas dominam o futebol nacional, graças à influência política, ao potencial financeiro e ao domínio dos bastidores do futebol. 

   Qual Phoenix, a Sport TV reformulou a sua estrutura e o seu poder, com o contributo do "perdão de dívida"  do BCP e do BES - na verdade, conversão de dívida em capital -, com a adesão dos principais operadores do cabo, o contributo de capitais angolanos, o apoio de Amorim na direcção executiva e a supervisão de Proença de Carvalho, o homem que abre todas as portas. Noutra vertente, depois do desmantelamento do grupo  Pidá, outra organização estava já no terreno - ao que consta com 200 homens só em Lisboa -, ambos com ligações informais ao Porto, constituindo, ainda que implicitamente, importante meio de dissuasão de elementos com influência desportiva capazes de prejudicar os interesses daquele clube. Com a Liga na mão, com o apoio dos idiotas úteis, outros passos se seguirão até ao regresso do domínio total. Voltará então ao discurso da inevitabilidade e naturalidade dos erros humanos e da estupidez dos críticos. 

   Tal como o país relativamente a Bruxelas, também os clubes desistiram de si próprios, preferindo a paz podre conferida pela subjugação aos tiranos, na expectativa de umas migalhas ou de menor exposição às inevitáveis agressões por dissidência.

   Confesso porém, que, por vezes, chego a pensar que tudo isto não passa de uma enorme encenação. Razões não faltam. O futuro se encarregará de o demonstrar. A ser verdade, o futebol, inapelavelmente, caminha para o abismo. Ou talvez não!, afinal, o povo sempre gostou de circo.

PS. Luis Duque foi instrumentalizado com o fim de afastar Mário Figueiredo da Liga. Agora foi atirado borda fora sem apelo nem agravo. O Presidente do Benfica, mais uma vez, foi ultrapassado, graças à sua postura conciliadora; tem obrigação de saber que com Pinto da Costa, os acordos são sempre para perder. Deveria ter assumido frontalmente a posição de Mário Figueiredo e ter-se afastado do processo subsequente. Quanto ao sorteio ou nomeação dos árbitros, tendo em conta o campeonato transacto no qual o Porto foi o mais beneficiado, também preferia o sorteio. Mas não realizado pela Liga; teria de ser um processo público por entidade idónea e método insusceptivel de manipulação.