Desporto

domingo, 31 de maio de 2015

Tardio despertar

   Se é verdade que a FPF se insurgiu contra a reeleição de Blatter na FIFA e criticou severamente aquele organismo, é caso para dizer "ALELUIA"! Finalmente acordaram para a realidade! Só a cobardia, a cumplicidade ou o oportunismo justificam o silêncio de décadas. Veremos no futuro se bate a "bota com a perdigota", ou seja; se deixaremos de ver os "herdeiros" de Calheiros, Olegários ou Proenças, no futebol. É que ainda por cá andam alguns.
 
(Tela de Abel Manta)

sábado, 30 de maio de 2015

PLENO NO BASQUETE!

   Agora tenho mesmo que visitar o museu Cosme Damião. Estou preocupado. Desconfio que não há espaço livre suficiente para tantos troféus! É melhor ir verificar e começar a fazer banzé!
 
 
 
 
                                                                    PARABÉNS!
                                                                             
                                                                 (Cheira a Lisboa!)



Em beleza!

      Mais um troféu ao cair do pano é uma excelente forma de terminar a época e embalar para a seguinte. Foi uma vitória muito difícil, num jogo bem rasgadinho, perante um adversário que fez o que prometeu e saiu de cabeça levantada. De facto, a equipa do Marítimo mostrou ao que vinha jogando no campo todo com grande intensidade, dificultando a construção ofensiva dos encarnados logo à saída da área, trocando a bola com amplitude, profundidade e muita precisão. O seu golo foi muito bem construído. No plano defensivo, o Técnico do Marítimo não facilitou, colocando cinco defesas em linhas e nada menos que três trincos na fase defensiva. Negativo apenas a excessiva agressividade, nalguns casos mesmo violência, tão frequente que se percebeu fazer parte fulcral da estratégia para o jogo. Jonas foi um "mártir"!
 
   A equipa do Benfica respondeu à letra acompanhando a intensidade do jogo, tentando fugir à "pancada", assumindo um jogo aberto, como é seu timbre, criando oportunidades de golo que poderiam ter-lhe dado avanço no marcador, como aquele em que Lima, isolado, falha a baliza por pouco. O primeiro golo resultou de um excelente lance de bola parada, de primorosa execução de todos os intervenientes, Pizzi, Jardel e Jonas que concretizou com o golpe de cabeça possível; fraco mas colocadíssimo.
 
   As substituições foram oportunas e desfizeram o equilíbrio; Talisca deu pulmão e consistência ao meio campo e Ola John dinamizou o flanco esquerdo abrindo todo o corredor e arrancando cruzamentos "mortíferos", fazendo o golo da vitória com um remate oportuníssimo a concluir o trabalho de Jonas a "roubar" a bola aos adversários dentro da área.
 
   Fantástico esteve Júlio César, sem responsabilidades no golo - Jardel deveria ter bloqueado o trajeto do avançado em vez de correr para a bola onde tinha clara desvantagem -, esteve muito bem, sobretudo no jogo aéreo, onde, efetivamente, é rei. Samaris e Eliseu estiveram fabulosos acompanhando e neutralizando os velozes e fortes adversários, sobretudo Maraca. Notou-se, sim, a velha pecha desta época, défice de criatividade e insuficiência nos flancos, sobretudo no esquerdo, já que, do outro lado, Máxi ia fazendo as vezes de Sálvio.
 
   O Treinador do Marítimo, sem muita convicção, queixou-se dos amarelos e da expulsão de um jogador da sua equipa; mas ~não tem que se queixar porque tal foi consequência da estratégia que ele próprio adotou! Aliás, acho que ainda ficou uma grande penalidade por assinalar, sobre Eliseu  - empurrão pelas costas que o impediu de se fazer ao lance. Cartões amarelos deveriam ter sido mais e, provavelmente, com mais expulsões consequentes. O caso da expulsão por acumulação de amarelos não oferece dúvidas, Jonas é puxado pelas costas da camisola, à entrada da área, quando se preparava para receber a bola em zona frontal, em condições de rematar com grande perigo.
 
   Jorge Jesus esteve bem nas substituições e nas declarações finais. Veremos o que sairá das conversações dos próximos dias. Hoje não há dúvidas, a permanência é desejada por todos. Quanto a mim, Jorge Jesus ficará no Benfica, percebeu algo que escapou a Mourinho; uma coisa é ganhar em clubes manipuladores do poder ou de orçamentos estratosféricos que lhes permitem comprar os melhores jogadores do planeta, outra bem diferente, é atingir o topo com um clube histórico e prestigiado mas de moderados recursos no panorama europeu, bloqueado desportivamente por uma conjuntura minada pelo compadrio e corrupção comprovada pelo processo do Apito Dourado. Além de talento é necessária coragem. Jorge Jesus teve-a! Permanecerá no Benfica, estou certo.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Multiplicai-vos!

      A sugestão em género de gracejo, que a Ministra das Finanças deu a jovens correligionários social-democratas num recente congresso realizado, salvo o erro, no Algarve, parece irrelevante mas talvez mereça alguma atenção. Antes de mais trata-se de uma alusão ao grave défice de natalidade com que o país se debate e que anuncia graves problemas sociais no futuro. Ou seja, a Srª Ministra, não está a pensar na felicidade daqueles jovens associado ao milagre da vida e do amor, mas apenas na produção de contribuintes! E isto é sórdido, porque revela a decadência moral deste Governo, quiçá, das nossas elites políticas. Necessitamos urgentemente, não de pessoas felizes atrás dos seus sonhos, mas de contribuintes da causa pública! E isto é um retrocesso civilizacional.
 
   Por outro lado, o estilo, a lembrar a célebre parábola de Jesus Cristo "Ide e multiplicai-vos", não é inocente, embora pareça um gracejo. É que, certos políticos, à força de tanta deferência e da experimentação efetiva de poder, acabam por se julgar acima dos simples cidadãos, o que sendo paradoxal, revela, afinal, a profunda natureza dominadora do ser humano. Quem esquece o comentário de Almeida Santos, em tom de gracejo, evidentemente, em que classificava José Sócrates como "um semi-deus"!
 
   O que é certo é que há um contraste incompreensível entre a constante aparência de satisfação da Srª Ministra e o estado de angústia generalizado da população que por aí anda em profundo desespero. 
 
   Um sujeito, ontem, matou, ontem, outro, a tiro de caçadeira à queima-roupa, por causa de cento e oitenta euros. O fisco tinha-lhe confiscado todo o património, casas, viatura e sei lá que mais. Faz todo o sentido perguntar quantos homicidas há neste caso e, quantos mais casos há como este.
 
   A característica principal do Totalitarismo consiste na subjugação plena do individuo ao Estado. Um cenário bem patente neste caso.
 
(Tela de Abel Manta)

PS: A vítima, por sinal, era pescador a viver do RSI! A pesca da sardinha esteve parada cerca de oito meses por ordem do Governo, e as quotas disponíveis atualmente são exíguas, por determinação dos tecnocratas de Bruxelas. Volto a fazer a pergunta; quantos homicidas há neste caso?

Molhada na FIFA!

   O que me custa a entender é a razão pela qual a FIFA, e, já agora, a UEFA, não têm sido chamadas à razão por quem de Direito, dados os sucessivos sintomas de anormalidades.  Até o simples adepto percebe que há algo de muito grave a partir do que observa nos jogos. Durante muito tempo, sobretudo induzido pelo teor da comunicação social, acreditei que aquelas eram instituições impolutas na defesa da ética do futebol, determinadas na promoção dos valores humanos e generosas na solidariedade, área onde o futebol tem um papel relevante a desempenhar. Comecei a duvidar perante demasiados erros demasiado grosseiros em provas do mais alto nível, Liga dos Campeões e Campeonatos da Europa e do Mundo, e sobretudo, ao detetar neles um certo padrão subjacente. O caso da final da Liga Europa da época passada é um exemplo, tal como na Liga dos Campeões do tempo do Koeman, e em muitos outros  casos. Mas foi a total passividade daquelas instituições ante os fortes indícios de corrupção no futebol português  durante as últimas décadas que me fez acreditar na existência de várias irregularidades no seu seio. Perguntava-me então como era possível a indiferença perante as evidências, com risco para a credibilidade da modalidade e decadência da mesma. Percebi então que a razão para o sossego dos corruptos locais poderia significar a existência de ambiente idêntico a níveis superiores, com o conhecimento dos primeiros. Toda esta dialética pessoal foi reforçada por literatura específica, como "A Máfia do Futebol" de Declan Hill e algumas contundentes reportagens televisivas.
 
   Aquelas instituições parecem senhoras de um poder absoluto, acima da soberania dos próprios Estados, chegando por mais de uma vez a desautoriza-los, como aconteceu em Portugal, para nossa vergonha. Parece que não prestam contas a ninguém! E deviam ser alvo de escrutínio regular! É certo que de vez em quando há da sua parte algumas iniciativas de estudo e combate da corrupção, que se têm revelado pífias. Areia para os olhos! Oxalá que, o caso que agora emergiu, seja o princípio da regeneração quer da FIFA quer da UEFA, para bem dos cidadãos que gostam de futebol e dos clubes e seleções que investem e trabalham honestamente.
 
(Tela; Metamosphosis, de Salvador Dali)

segunda-feira, 25 de maio de 2015

1984

   Foi para mim fastidioso ler, a comummente considerada, obra-prima de George Orwell; "1984", uma visão angustiada e lancinante das sociedades do futuro, onde nenhum tipo de Liberdade ou afeto são consentidos por um poder centralizado e oculto mas omnipresente, omnipotente, insensível e desumano, sem outro fim que não seja o da sua perpetuação. Horroroso! Percebe-se que Orwell, na sequência da sua própria experiência na Guerra Civil Espanhola enquanto combatente pelo partido libertário do POUS onde testemunhou a maquinação soviética que levaria o Partido Comunista Espanhol a apoderar-se do aparelho de Estado, a ilegalizar os de matriz trotskista e perseguir os seus membros,  entre os quais ele próprio, neste romance, visa, eminentemente, as sociedades comunistas, mas também as sociedades capitalistas. Orwell revela conhecer profundamente a sordidez da natureza humana, mas subestima aquilo que mais ama e também conhece do ser humano; a compulsiva ânsia de Liberdade; a mesma ânsia que o levou às trincheiras de Espanha e às batalhas, ou escaramuças, nas ruas de Barcelona e que, tarde ou cedo, sempre vencerá todo e qualquer totalitarismo, porque a ânsia de Liberdade supera o medo da morte.
 
   Sem dificuldade ou surpresa, reconhecemos nas sociedades de hoje, muito do que se passa em "1984"; O telecrã, o falaescreve, o malpensar, o bempensar, a novilíngua, a polícia do pensamento, o ministério do amor, o partido interno, o partido externo, os proles, o sistemático e minucioso revisionismo da história, a guerra perpétua, os blocos geoestratégicos, a cultura do ódio aos abstratos inimigos, a cultura do medo do "Grande Irmão", o deus terreno, o condicionamento do pensamento, etc.

   Numa época, final dos anos 30 do século 20, em que o comunismo suscitava larga benevolência dos meios de comunicação, em particular ingleses, e era visto por muitos como a ideologia libertadora dos proletários e camponeses subjugados na perpétua miséria pelas oligarquias tradicionais, compreende-se a coragem e a magnitude do impacto desta obra, indissociável da sua "Homenagem à Catalunha" e de "A Quinta dos animais.

   "- Como é que um homem afirma o seu poder sobre o outro, Winston?
        Winston refletiu.
       - Fazendo-o sofrer - disse.

   Como podemos não ver isto a Europa de hoje?

(Ah!, gostei da estética)

domingo, 24 de maio de 2015

La Violetera, por Raquel Meller




 

Mais uma vitória do Hóquei do Benfica

 
 
VENCEDORES DA TAÇA DE PORTUGAL DE 2015!
 
PARABÉNS

Uma festa bonita!

  
 

A equipa do Marítimo mostrou que não é pera doce!, com  os jogadores do Benfica ainda em ressaca do Marquês e apesar do golo madrugador, os maritimistas assentaram jogo, mostrando muito boa organização, dificultando a construção de jogo aos encarnados, guardando esférico e trocando-o, sob pressão, em passes sucessivos, com lançamentos para a ampla frente de ataque onde os seus avançados, com destaque para o extremo-direito, obrigaram Júlio César a aplicar-se a fundo, sem êxito num dos lances.
 
   Com vantagem tangencial, os encarnados entraram na 2ª parte decididos a virar o jogo, e conseguiram-no. Apesar do domínio insular no meio-campo, os ataques e as oportunidades dos encarnados sucediam-se, na ânsia de conduzir Jonas ao cetro de melhor marcador da Liga, materializando-se em mais três tentos, um deles anulado para deceção do próprio Jonas, Treinador, colegas e adeptos, pairando no ar a ideia de que, por ali, ainda andou a mãozinha da "exemplar estrutura".
 
   Foi uma boa vitória, que serviu para lembrar os atletas que têm que se aplicar a fundo para bater a equipa do Marítimo na final da Taça da Liga. É bom que façam uma pausa nos festejos e se concentrem na preparação do jogo.
 
   É pena que Paulo Lopes não tenha podido entrar devido à infeliz lesão do azarado Sálvio. Por mim, teria entrado para o seu lugar; há-de saber correr atrás da bola e chutá-la para a área adversária. Tal não impede que se sinta campeão, como ele próprio declarou.
 
   O momento alto da festa foi o da entrada do Presidente com os filhos de José Magalhães e a participação destes na entrega do Taça a Luisão. Os meninos pareciam felizes, talvez deslumbrados, ficando com uma recordação  que se sobreporá às trágicas imagens de Guimarães.
 
   Oxalá o agente Filipe Silva tenha visto e tenha percebido que, com o seu despropositado gesto, ofendeu também toda aquela família vermelha e mais a outra que lá não estava. Vermelhos ou de qualquer outra cor, ou mesmo sem cor, todos os cidadãos honrados merecem o respeito e proteção das autoridades e não o contrário.
 
   Oxalá os responsáveis pelos incidentes do Marquês e dos distúrbios de Guimarães, sejam identificados e punidos de acordo com a responsabilidade de cada um, tal como em todos os outros casos.
 
   Subsiste ainda uma curiosidade; a de saber se, também desta vez, o Benfica vai ser multado por comportamento incorreto dos adeptos. É que, talvez os Dirigentes da Liga de Clubes, considerem inadequados os festejos no Estádio da Luz!

   Vamos ao ataque à Taça da Liga!

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Da Violência no futebol

      Num Estado de Direito Democrático, às forças de segurança compete garantir os direitos dos cidadãos. José Magalhães, com a sua família, tinha o Direito de assistir a um espetáculo desportivo em segurança e de, em segurança, regressar a sua casa. É para isso que há cerca de 50 000 agentes da PSP em Portugal! Mas foi precisamente quem tinha o dever de zelar pelos seus Direitos e de proporcionar auxílio a pessoa debilitada, o filho de José Magalhães, que os violou! As imagens e os testemunhos visuais diretos das brutais agressões negam qualquer ato menos próprio do cidadão agredido para com o agente Filipe Silva; nem antes, nem durante, nem depois das agressões. Nem sequer um esboço de defesa ou proteção! Ainda que algo tivesse ocorrido, ao agente da autoridade competia efetuar a detenção nos termos regulamentares e emitir um auto de ocorrência para apreciação por instância superior. Só ao Tribunal compete julgar e condenar. O agente Filipe Silva, julgou, condenou e executou, violando os sagrados princípios do Estado de Direito. E é aos Tribunais que igualmente compete julgar o ato deste agente, bem como às instâncias jurisdicionais ou disciplinares da sua corporação e, ou, da correspondente tutela. Tal não impede que a opinião pública faça o seu curso, não só relativamente aos atos dos intervenientes, como aos dos subsequentes protagonistas. É o tipo de circunstâncias que revela, acima de quaisquer declarações de princípios, ou leis, a qualidade de um regime político. Má, neste caso!
 
   Causas, haverá próximas e remotas, gerais e particulares, um menu tão variado que permite a cada um valorizar a que mais se adeque à sua perspetiva. Que se trata de um caso isolado de excesso de zelo ou descontrolo emocional de um agente peculiar, parece ser a mais apontada e a mais cómoda, não sendo difícil descortinar outras, a merecer reflexão.
 
   Desde logo a mais geral resultante do estado de profunda angústia em que vive a generalidade da população pela incerteza quanto ao futuro e que se manifesta cada vez com mais intensidade em todas as frentes da vida social, familiar e profissional. Perante este cenário potencialmente explosivo, não admiraria se as forças de segurança tivessem instruções específicas da tutela para desincentivar exemplarmente qualquer veleidade de insurreição popular, ainda que marginal.
 
   Por outro lado, é verdade que assistimos diariamente, desde há largos anos, a uma "guerra" contínua e dura de natureza retributiva e estatutária entre as Associações Sindicais das forças de segurança e os governos, que culminou com uma grave provocação frente ao edifício da Assembleia da República por parte dos manifestantes. A pífia resposta do Governo, seja na eficácia do diálogo, seja na punição dos provocadores,  pode ter gerado nalguns agentes daquela corporação um sentimento de hostilidade latente que acaba por fazer vítimas entre os indefesos cidadãos.  
 
   No caso específico do futebol, desde há várias décadas que está consolidado o holiganismo associado às claques dos clubes, que nenhum governo conseguiu combater com eficácia, apesar de algumas medidas adotadas, como a exigência da legalização daquelas e algumas detenções e condenações, nomeadamente de membros dos No Name Boys. Um aparente fechar de olhos durante muitos anos a desacatos graves cometidos recorrentemente pelos mesmos protagonistas, ou a desistência precoce de identificação dos autores de crimes graves, tem funcionado como incentivo à delinquência associada ao futebol, por fazer passar a ideia de que se trata de um mundo à parte, um mundo sem lei, um mundo indigno! Disso não têm culpa os cidadãos adeptos!

   De fora não pode ficar a comunicação social que viu neste desporto um maná que tem explorado à exaustão, seja na imprensa ou nos canais de TV e nas redes sociais, muitos deles, demasiados, apostando no confronto direto entre adeptos mais ou menos radicais, donde brotam, não poucas vezes, provocações e insultos que se difundem e ampliam entre as massas de respetivos adeptos e simpatizantes. Ou seja, em muitos destes casos parece não interessar o debate construtivo mas tão só a captação de audiências que parecem preferir as "peixeiradas". Sim, há muita gente no setor da comunicação Social que tem contribuído para a crispação entre adeptos. Há certo tipo de comentadores que deveriam simplesmente ser abolidos, porque é possível cada um defender a sua equipa sem desrespeitar as outras. Sim, há certo tipo de realizadores ou chefes de redação que deveriam  ser afastados, porque é possível vender sem fomentar a hostilidade entre adeptos ou simpatizantes. Liberdade e responsabilidade são requisitos fundamentais numa sociedade democrática.

   Mas é no clima de promiscuidade entre política e futebol que se estabeleceu em Portugal no novo regime que radica o principal fator gerador de violência. Muitos candidatos políticos, nacionais ou locais, não hesitam em usar certos clubes para se aproximarem do eleitorado. Por sua vez, há dirigentes desportivos que têm sabido usar com mestria esta apetência de alguns políticos, para estabelecer e consolidar a sua rede de influência, nas estruturas de poder, em seu benefício e dos seus clubes. Daqui, porém, não viria mal ao mundo, não fossem ultrapassados os limites da sensatez, o que se verificou quando alguns dirigentes decidiram fomentar o ódio aos seus rivais como estratégia central de união e motivação dos seus correligionários.  A urgência da "libertação" regional da asfixia do centralismo lisboeta impunha uma "cruzada" sem tréguas contra os eleitos símbolos do centralismo, entre os quais, os clubes com implantação nacional. Durante demasiado tempo, em demasiadas ocasiões, por incompetência, falta de meios, cumplicidade ou cobardia, demasiadas autoridades omitiram o seu dever de moderação desta deriva demencial. Tal não contribui para a tolerância entre adeptos, pelo sentimento de injustiça e impunidade que dissemina.

   Entre aquela "deriva demencial" destaca-se uma espécie de "benficafobia" com origem em conhecidos dirigentes desportivos, que se tem manifestado de múltiplas formas desde há décadas; vandalização de filiais, agressões a adeptos, atletas, dirigentes e suas famílias, segregação institucional de adeptos, doutrinamento militante de natureza chauvinista de algumas populações, etc, etc. Associada ao compulsivo "fechar de olhos" a tais excessos, por quem de Direito, esta realidade funciona como um "barril de pólvora" social que qualquer centelha pode fazer explodir.

   No caso do Marquês, parece que houve de tudo; excessos de alguns celebrantes, provocações de adeptos rivais e até de Agentes de Segurança! Num ajuntamento de centenas de milhar de pessoas, apesar do ambiente festivo, há um latente risco de incidentes a suscitar cuidada organização e discreta mas eficaz atuação das autoridades.  As imagens das agressões do agente Filipe Silva a um cidadão envergando a camisola do nobre Benfica, pode ter constituído o tal rastilho que poderia ter causado uma autêntica chacina! O adepto sente-se ferido no seu íntimo, não só pela brutal negação de Direitos e ofensas à integridade física, sem causa, de um concidadão, pela Autoridade, como pela ofensa a uma instituição de que considera fazer parte indelével.

   Tudo isto num contexto de guerrilha partidária e institucional permanente, de ineficácia do aparelho judiciário, de conflitos internos nas magistraturas, de episódios descredibilizantes destas e toda uma panóplia de sucessos que tem suscitado a expansão das mais variadas teorias da conspiração, algumas delas perigosas.

  De nada serve exigir civilidade aos cidadãos quando não se dão os bons exemplos.   

(Óleo sobre tela de Abel Manta)

terça-feira, 19 de maio de 2015

A democracia e o futebol (créditos a Antikurruptos)

Anti Corrupção: Pinto da Costa - A cara da corrupção intocável

Fly Emirates patrocina camisolas do Benfica (8 a 10 ME/ano)

Camisola aponta Fly Emirates como patrocinadora do Benfica - Desporto - DN

Rescaldo de um título improvável

  
Em primeiro lugar, no balanço desta época, há a realçar e capacidade de decisão e grande coragem da Direcção do Benfica; perante a profunda e inesperada alteração do modelo de financiamento - falência do BES e dissolução do fundo de investimento Benfica Stars Fund - não hesitou em alienar as principais pérolas do clube, para desgosto de todos os adeptos, para obter os fluxos financeiros necessários aos compromissos da época. Um ato próprio dos gestores de topo, numa atividade tão volátil como é o futebol.
 
   Mas o grande vencedor da época foi o Treinador!, sobre os seus ombros caiu a espinhosa responsabilidade de reconstrução de uma equipa campeã destroçada, após debandada de vários jogadores nucleares; Oblack, Garay, Siqueira, André Gomes, Rodrigo, Cardozo e depois Enzo Perez! Uma empreitada capaz de fazer soçobrar qualquer um!, mas não Jorge Jesus!, pacientemente, sagazmente, apoiando-se na Direcção, apesar dos parcos recursos, lá foi reconstruindo a equipa em plena competição. Proporcionou a Jardel, Eliseu, Samaris, Pizzi e Talisca uma boa integração, com adaptações e ganhos de competitividade coletiva, graças sobretudo à consolidação do modelo de jogo já assimilado pelos restantes elementos da equipa, apesar de terem subsistido algumas lacunas até final da prova. Ainda houve a clarividência de contratar Júlio César e Jonas que trouxeram enorme estabilidade e eficácia ao coletivo. Jorge Jesus, aguentou o balanço sem queixumes, reconstruiu a equipa em plena prova e a ganhar, tomando decisões difíceis, nem sempre consensuais. Soube unir os jogadores, e este foi o seu grande trunfo!
 
   Sob a batuta de Luisão - desde Coluna nunca fora tão patente a influência dum Capitão na equipa - os  jogadores foram heróis; humildes, uniram-se e lutaram abnegadamente, com erros às vezes, com exuberância algumas outras, conscientes das suas limitações foram pragmáticos e fizeram emergir as sinergias que constituíram a mais-valia que viria a justificar o título. O momento chave da época foi o jogo com o Sporting em Alvalade e o golo de Jardel ao cair do último olé. O Benfica era já cadáver, mas não completamente, havia ainda aquela algo lá no fundo, o inconformismo dos vencedores, que fez a equipa ir à procura do empate. Jardel foi o rosto dessa abnegação que foi assimilado por toda a equipa. Então, acreditei pela primeira vez, que o Benfica podia ser campeão. E foi!
 
   Júlio César era uma incógnita; temia-se o efeito do fracasso do Brasil no mundial. Ainda por cima veio lesionado! Ao terceiro jogo percebeu-se que estava ali um guarda-redes de eleição e um líder, daqueles que os adversários respeitam! A equipa estabilizou e soltou-se, e nós esquecemos o promissor Oblack. Talisca teve uma entrada fulgurante, colmatando bem a saída de Cardozo, numa aposta de alto risco, e Jonas trouxe maturidade, dinâmica e técnica ao ataque, fazendo subir os níveis de eficácia na concretização. Até então, Lima, sem desfalecer, fazia as despesas do ataque. Lesões foram demasiadas e de longa duração; Fejsa, Amorim, Sálvio, César, e as habituais exclusões por acumulação de amarelos também não faltaram. As habituais e pacóvias provocações dos que já cantavam de poleiro alavancadas pela comunicação social estiveram na ordem do dia até ao derradeiro momento. A tudo resistiram e venceram; foi a vitória do talento, da humildade e da união. À Benfica!
 
   Veremos agora o que vai acontecer, mas esta equipa necessita de fortalecer a ala esquerda, de reforçar a criatividade e o pulmão do meio-campo e de melhorar a meia-distância, bem como de alternativas para algumas posições.
 
   Espero que este trabalho esteja já a ser feito.
 
   Não se esqueçam do velho aforismo; quem vai ao mar, avia-se em terra.  

domingo, 17 de maio de 2015

VIVA O BENFICA!

 
PARABÉNS BENFICA!
 
VENHA O TRI!

sábado, 16 de maio de 2015

Os prémios de jogo

   Consta que os dirigentes do Porto andam por aí numa fona a oferecer prémios de jogo aos jogadores das equipas que empatem ou ganhem à equipa do Benfica, numa desesperada e derradeira tentativa de recuperar o atraso na classificação. Para quem tinha o campeonato no papo antes mesmo de este se  iniciar, não deixa de ser patético!
 
   Então, discute-se a moralidade da coisa; uns dizem que é mau, outros, pelo contrário, entendem que é benéfico para a competitividade. Dizem também que os dirigentes do Benfica já fizeram o mesmo. E é verdade que eu ouvi Gaspar Ramos a confirmá-lo há uns anos, num programa televisivo, perante Pôncio Monteiro, onde se discutia o tema a propósito do assédio dos dirigentes portistas aos adversários do Benfica da época.
 
   Hoje mesmo, Octávio Ribeiro, nas páginas do Correio da Manhã, faz a apologia dos prémios de jogo considerando-os incentivadores do espetáculo, uma vez salvaguardados os excessos, nomeadamente quanto ao uso de estimulantes, por parte dos jogadores assediados.
 
   O assunto, porém, merece um pouco mais de atenção. Vejamos; um prémio de desempenho justifica-se quando o profissional em causa excede os compromissos a que se obrigou quando assumiu o correspondente contrato de trabalho. Por outro lado, a vulgarização dos prémios de desempenho pode induzir o profissional a aligeirar o seu desempenho quando aquele não está assegurado, justificando-se com insificiente contrapartida.
 
   Como se vê, a "normalidade" não é assim tão óbvia. Ora, quando o prémio tem origem numa entidade terceira, simultaneamente, concorrente na prova, o caso muda de figura e de que maneira! Nunca se saberá o que o prémio de jogo, efetivamente paga; se a vitória sobre o rival direto, se eventuais facilidades num jogo anterior ou num jogo futuro. Este é que é o busílis da questão!
 
   O espectador infere haver algum tipo de conluio entre os clubes em causa e desconfia da veracidade não só dos jogos que os envolvam, mas também  de todos os outros, assumindo que se trata de uma prática corrente. Os lances em que um jogador comete erros grosseiros e vitais deixam de ser vistos como furtuitos desmobilizando o espectador! Não é isto óbvio?, Para Octávio Ribeiro não, mas o CM já nos habitou ao espetáculo diário da sua "cruzada" antibenfica.
 
   Conclusão; prémios de jogo originários na entidade patronal, preferencialmente definidos no vínculo contratual, sim. Prémios de jogo promovidos por concorrentes, não!
 
Com prémio ou sem prémio,
 
FORÇA BENFICA!
 
C'est tout

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Cockteil parolo

      Num pedantismo comovente, um senhor do Vitória de Guimarães - de que não fixei o nome -, advertiu publicamente,  esta semana, não se percebe bem quem do universo benfiquista, para a não realização de festejos no estádio e no torquel considerando-os desde logo um ato provocatório, por inadequado, numa cidade onde não há filiais de qualquer dos grandes clubes. Logo de seguida, outro arauto vitoriano, certamente da "guarda pretoriana" avisou eventuais celebrantes para o risco que a celebração representará para eles, se tal ocorrer na "sua" cidade de Guimarães. Uma encenação patética a fazer lembrar as velhas cidades do Oeste Americano de há 200 anos, frequentemente subjugadas pela força por um qualquer bando de patifes, devido à ausência de lei, característica da colonização daquela região.  O paralelismo existe, apesar de excessivo, concordo.
 
   A democratização do país, a descentralização da administração pública e a perspectiva de regionalização, induziram certas pessoas na convicção errónea de que são donos das suas cidades e nelas podem fazer valer as suas leis informais, explícitas ou implícitas, excluindo, perseguindo e agredindo quaisquer dissidentes. Porto, Braga e agora Guimarães são os casos mais evidentes, mas não únicos, de utilização dos respetivos clubes de futebol para afirmação política regional ou local. Diga-se porém, em abono da verdade, que daí não viria mal ao mundo, não fora o condicionamento espúrio da liberdade de escolha dos respetivos cidadãos. Então, naquelas cidades, todos os que não forem, respectivamente, portistas, bracarenses ou vimaranenses são indesejados, às vezes perseguidos e até agredidos? Num país cuja lei fundamental exclui todas as formas de descriminação e contempla a liberdade de expressão e associação, ameaçam-se todos os que assumirem cores diferentes das dos clubes das respectivas terras? Um absurdo! 
 
 
   Num país que autoriza o casamento gay, o aborto, a mudança de sexo, a liberdade religiosa, não se pode ser benfiquista naquelas cidades? Claro que sim! Custe o que custar, porque..."não há machado que corte, a raiz ao pensamento, porque é livre como o vento, porque é livre.... O Benfica é um clube de homens livres, por isso, senhores, deixem de se pôr em bicos de pés como que a dar "prova de vida" apenas porque o Grande Benfica vos visita. Fazem figuras patéticas!
 
   E, mais uma vez, como que saído das páginas de "O Malhadinhas" lá veio o afamado "Bruxo de Fafe" dar fé das suas mezinhas contra o Benfica encomendadas por sofredor rival, supõe-se, numa derradeira e penosa tentativa de mobilizar forças ocultas para  reverter a classificação em seu favor. Pela mão do Correio da Manhã, que, desde sempre, não perde uma oportunidade de tentar induzir instabilidade na equipa encarnada, indiferente ao seu consequente descrédito.
 
   Et voilá!
 
   Concentração, determinação, inteligência, talento e humildade são os ingredientes da vitória...e estão lá todos, na equipa do Benfica.
 
   Para a frente Benfica!
 
   Um por todos e todos por um!  

(Aguarela de Alfredo Jorge Gameiro)

domingo, 10 de maio de 2015

Só mais um!

   Bateu-se muito bem a equipa de Penafiel, apresentando um futebol aguerrido e bem estruturado táticamente, ocupando todas as zonas do terreno, pressionando alto, procurando trocar bem a bola, com amplitude e precisão. À imagem de Carlos Brito, afinal. Uma equipa atrevida que logo nos momentos iniciais provocou algum frisson.
 
   Mas foi nos minutos iniciais que Lima marcou o primeiro do Benfica, num fulminante remate de cabeça a centro de Máxi que se havia esgueirado pela direita. Seguiu-se Jonas, com um golo à Jonas, desta vez a cruzamento de Sálvio. Foram os tais vinte minutos à Benfica!  E vieram, o terceiro, novamente por Lima, com uma bela revienga ao guarda-redes, e o quarto, por Pizzi, com um remate manhoso e frontal, a dar sequência ao passe de lima desde a linha de fundo. E o Benfica não marcou mais porque "a maré encheu", ou seja, a equipa "tirou o pé do acelerador", aproveitando para rodar alguns jogadores, Amorim, Talisca e Ola John e prevenindo lesões e mais amarelos.
 
   Pois, mais amarelos!, Máxi e Samaris, por imprudência, ficam de fora no próximo jogo graças às provocações não inocentes de um "artista"  penafidelense que rendeu um amarelo a cada um.
 
   Muito bem Júlio César e Jardel a negarem o golo de honra ao irritante Raviola, que deveria ter sido expulso por agressão a Luisão.
 
   Lima e Máxi foram os homens do jogo e Jonas encostou ao Jackson.
 
  Vamos ser campeões já em Guimarães!

VIVA BENFICA!

     
 
PARABÉNS AOS CAMPEÕES
 
 

 
 

   Fantástica vitória da equipa de voleibol do Benfica nos Açores sobre a temível equipa da Fonte do Bastardo, conquistando brilhantemente o tricampeonato, com 0-3 na negra.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Tejo que Levas as Águas


Os trabalhadores dos impostos vão receber 5% do montante das cobranças coercivas de processos de execução fiscal instaurados em 2014 pelos serviços da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), segundo um diploma publicado esta segunda-feira. Contas feitas, é um prémio de 57,4 milhões de euros que vai ser distribuído pelos trabalhadores." (TVI 24)
  
   Deixando de parte a discussão dos prémios como incentivo ao trabalho, este assunto cai muito mal entre a população, que, na generalidade, vive num contexto de angústia profunda; redução de salários, incerteza no emprego, desemprego, aumento de impostos e encargos com a saúde e educação, agravamento das restrições de acesso às profissões e ao empresariado, familiares com necessidades de apoio, incerteza total quanto ao futuro, etc. Muita gente honrada que, mesmo quando, involuntariamente, acaba por falhar algum compromisso financeiro, ainda que minúsculo, com o Estado ou seus prosélitos, é implacavelmente atirada para a ruína, arrastando consigo familiares, se os tiver, para um turbilhão de degradação  física e moral, às vezes para a morte, por um Estado cruel, insaciável devorador de recursos alheios, afinal, o primeiro elo da cadeia do incumprimento; da gestão irresponsável dos dinheiros públicos e omissão dos compromissos assumidos com os cidadão seja no correspondente ato eleitoral seja da lei fundamental.

   É por tudo isto que, consciente dos seus próprios excessos e da inevitabilidade do aumento do incumprimento dos cidadãos, o Governo, decide comprar a consciência dos trabalhadores fiscais, aliciando-os com substanciais e espúrios benefícios da respetiva retribuição, a executar o património dos cidadãos em falta, destruindo-lhes a vida. Esta dicotomia entre o progresso económico de uns, do lado do poder, à custa da miséria dos outros, é um sinal de retrocesso civilizacional e de necessidade de mudança. Não de partido, mas de princípios! Basta retomar a Declaração Universal dos Direitos do Homem.

   Como é possível que se destruam pessoas boas quando estas mais precisam de apoio, enquanto nas administrações  central, regional e local se esbanja injustificadamente, salvo exceções, o sagrado dinheiro dos contribuintes!, Quando assistimos a sucessivas hecatombes de falsos templos económicos, os templos do regime, os templos da "alta intensidade de capital" geridos por Midas ao contrário, dos que transformam o dinheiro dos outros em merda enquanto afirmam o oposto, perante anuência geral!

   Há que distinguir entre a evasão fiscal e o incumprimento por força maior, sem perder de vista o sagrado direito de cada um à Liberdade! Combata-se e puna-se o primeiro e seja-se condescendente com o segundo!, não instituindo perdões fiscais aos desafortunados da vida, mas períodos de carência de encargos fiscais  e apoio activo de reorientação da vida profissional e familiar até ao restabelecimento da normalidade. Então sim; retomar-se-ão os pagamentos em falta em moldes suportáveis. Isto sim, é próprio dum Estado digno. É este o caminho e não o da subjugação de parte da população para prosperidade da outra parte, como atualmente se verifica.  

domingo, 3 de maio de 2015

Livros escolares e política ambiental

"O fim do ano escolar aproxima-se. E milhões de manuais escolares irão em breve para o lixo: um desperdício. Poderiam ser reutilizados, como acontece em toda a Europa, por novos alunos. Mas não! Quem lucra com este esbanjamento? Obviamente as editoras, que dominam o negócio, sem que o Ministério mostre vontade de impor uma nova política. E sofrem as famílias que, no início de cada ano letivo, gastam fortunas na aquisição de livros." (Paulo Morais no Correio da Manhã)

   Perante este cenário que se repete ano após ano em que são desnecessariamente destruídos milhões de manuais escolares, onde vão os governantes, nomeadamente europeus, encontrar coragem para o fundamentalismo ecológico que impõem aos cidadãos e empresas? Este é apenas mais um exemplo da falta de credibilidade dos projetos ambientais governamentais, sempre prontos a claudicar perante os poderes dominantes e a esmagar todos os outros.

  À poupança direta de emissões de dióxido de carbono que resultaria da reutilização dos manuais escolares, acresce a decorrente preservação florestal e correspondente capacidade de absorção de dióxido de carbono, bem como todas as poupanças de emissões indiretas inerentes ao processo de produção de papel. 

   Nada que nos surpreenda, se tivermos em conta os atuais ciclos de vida da parafernália de aparelhos eletrónicos domésticos, desde telemóveis aos PCs, passando por televisões, frigoríficos e até automóveis. É caso para dizer que não bate a bota com a perdigota! A retórica ambiental colide com as prementes necessidades de crescimento económico que levam os governos a induzir padrões de consumo cada vez maiores, desacreditando-os.


   Por outro lado, temas como a otimização das economias locais e o controlo da população planetária têm sido mantidos fora do debate, revelando falta de coragem e, ou, de boa fé, e, ou de clarividência, acabando por, mais tarde ou mais cedo, efetuar-se o ajustamento natural através da eclosão cada vez mais frequente e intensa de conflitos populacionais, na disputa pelos bens essenciais.


   Impõe-se cada vez a reanálise do tema e a reorientação das opções estratégicas em curso.


     

SALVÉ BENFICA!

 
 
 
SALVÉ BENFICA!
 
Vencedores da Taça de Portugal de futsal de 2015, contra a equipa do Fundão (5-2)!
 
Um exemplo de competência!

Em frente Benfica!

   Mais um obstáculo ultrapassado com brilhantismo pela equipa do Benfica, rumo ao merecidíssimo título. Indiferentes a todo o circo mediático que precedeu este jogo; relva alta, campo regado e lavrado, tentativa de condicionamento do árbitro, prémios adicionais ao "difícil" adversário, a equipa do Benfica, confiante das suas capacidades, que usa com inteligência, manteve-se concentrada, colocando no terreno de jogo todo o seu multifacetado talento, arrasando desportivamente mais um adversário.

   Uns, dizem que o Gil foi macio, outros, que o Benfica não lhe deu hipótese. Não sei, porque não vi o jogo, mas os lances dos golos foram hinos ao futebol; um espetáculo de dinâmica ofensiva e de execução técnica, entre eles, o golo de Jonas, num remate de primeira, acorrendo de trás a mais centro milimétrico de Gaitan.
 
   Gostei da titularidade de Suleymani pois desde chegou ao clube que me pareceu ser um excelente jogador, infelizmente afastado durante meses por um dos "criminosos" que povoam os relvados europeus, perante o cúmplice silêncio das autoridades desportivas. Dizem os cronistas que Samaris esteve muito bem, tal como Júlio César, mais uma vez a dizer presente quando foi necessário, Lima, o operário do ataque, Gaitan, com as suas assistências fatais e Máxi com dois oportuníssimos golos. Amorim fez mais uns minutos, tal como Fejsa. Os restantes cumpriram.
 
   Oxalá que a lesão do Gaitan não o retire dos restantes jogos e que o fustigado Sálvio regresse já n o próximo.
 
   Parece que João Capela esteve bem; apenas o cronista do CM, historicamente "alérgico"  ao Benfica, lhe assinala uma falha grave por não ter assinalado uma alegada grande penalidade cometida por Luisão. Já o cronista de A Bola, diz não ter havido qualquer falta neste lance.
 
   Ridículo mesmo foi o comentário de Jorge Batista na SIC, em que desvaloriza o mérito da equipa do Benfica e, em particular, de Jonas. Uma tristeza!, não fica mal a Eduardo Barroso, Guilherme Aguiar ou Rui Gomes da Silva, e outros, excederem-se a defender os respetivos clubes, mas é degradante ver pessoas pretensamente isentas, com critérios indefensáveis, a desvalorizarem o méritos dos rivais dos seus clubes. Assumam-se ou vão-se embora!
 
   Indecoroso foi o extorsionário preço dos bilhetes que a Direcção do Gil Vicente aplicou aos não sócios, que chegaram a tingir os 70 euros por ingresso, revelando profundo desrespeito pelos adeptos benfiquistas. É revoltante!, os clubes têm que deixar de ver os benfiquistas como financiadores de eleição, salvadores das suas tesourarias, descriminando-os no acesso aos jogos, violando uma das normas constitucionais mais relevantes da nossa frágil democracia; a de igualdade de oportunidades. Perante os adeptos de outros clubes, os benfiquistas são discriminados no direito de acesso, pela política de preços excepcionais e únicas. A Liga deve fazer algo a este respeito! O que está a acontecer é sórdido, como outras práticas que têm sido noticiadas e que consistem em dificultar a entrada no estádio aos adeptos após pagamento destes dos extorsionários preços dos bilhetes. Assim não vale! Tenham vergonha!
 
P'rá frente Benfica!