Desporto

sábado, 6 de dezembro de 2014

Benfica-Belenenses (3-0)

     
Difícil, esta equipa do Belenenses!, implantada em trinta metros do seu meio campo - tal como fez o Zénit - entregando a iniciativa do jogo ao Benfica, disputou os lances quase sempre em vantagem numérica, atacando pela certa sempre com grande disponibilidade física e mobilidade. Ainda na 1ª parte chegou mesmo a gelar o estádio com um violento remate de cabeça em zona frontal na sequência de excelente cruzamento, valendo aos da luz o excelente posicionamento e reflexos de Júlio César.
 
      No Benfica faltavam ideias, dinâmica, intensidade e criatividade adivinhando-se tarefa árdua perante o nulo com que terminou a 1ª parte. Felizmente a equipa manteve o controlo emocional e Jorge Jesus mexeu bem na equipa ao substituir Lima por Talisca. Lima deu maior mobilidade ofensiva à equipa, proporcionando mais opções de passe, criando espaços e superioridade numérica, razão do golo gazua. Com o pontinho "a avoar" os de belém abriram mais o jogo e com isso beneficiaram os vermelhos que não tardaram a marcar o 2º tento numa grande penalidade, excelentemente concretizada por Enzo, a castigar falta num lance de rotura de sua autoria. Superioridade numérica na área, lances de rotura, remates de meia distância, jogo aéreo, são as soluções para estes jogos, que, sobretudo as duas últimas, devem ser melhor trabalhadas pelos jogadores do Benfica. A confirmar no futuro a meia-distância de Samaris que na 2ª parte desferiu um bom remate a cerca de 30 metros que  não saiu muito longe da baliza adversária. De sublinhar uma saída arrojada e invulgar de Júlio César ao rápido avançado azul só travado em falta, am lance de grande perigo para os encarnados.
 
      Com dois a zero, o momento do jogo estava reservado para Gaitan que com um slalom dos antigos, flanqueando, alterando a velocidade e a direção foi driblando adversários até proporcionar um golo de belo efeito de Sálvio numa potente cabeçada em suspensão em resposta ao centro teleguiado de Gaitan. E é isto que dá vida ao futebol e ao Benfica; a fantasia, o fascínio que os grandes jogadores proporcionam muitas vezes inesperadamente. Foi o caso. Parabéns Gaitan. Felizmente não houve lesões entre os nossos atletas, Enzo e Máxi safaram-se do esperado amarelo e Pizzi está de volta.
 
      De sublinhar a correção dos atletas do Belenenses, que se bateram muito bem demonstrando domínio dos princípios de jogo sem recorrer ao habitual à violência de certas equipas.
 
      Nada a dizer da equipa de arbitragem; grande penalidade bem assinalada e uma bola na mão dos azuis bem ajuizada.
 
      Polémica tentaram provocar os jornalistas na sala de imprensa a propósito da ausência de Miguel Rosa e Deyverson . Defendo que não deveria haver empréstimos entre equipas da mesma competição, consciente da impossibilidade de dominar este fenómeno; ainda que tal se verifique, há sempre a possibilidade de promessas de compra, formalizadas ou não, e de aliciamento nos bastidores de atletas influentes. Se um clube, o Porto, usa e abusa deste método há décadas, todos os outros têm o mesmo direito de o fazer, e já nem falo da "fruta". Nada funcionará no futebol ou na sociedade em geral sem uma sólida cultura ética por parte de todos.      

Remotas razões do declínio de Portugal

      A expulsão dos Judeus decretada por D. Manuel I com o propósito da unificação religiosa do reino, traduziu-se na transferência maciça de capital, conhecimento e iniciativa para o exterior, em especial para os países baixos; os que mais lucraram com a nossa epopeia marítima. Os Judeus, entre os quais os portugueses, destacaram-se não só nas artes e na ciência mas também no artesanato  que difundiram por vários continentes graças às redes familiares e ao domínio dos transportes marítimos.  Obrigados à conversão ou expulsão, privados à força de seus filhos menores entregues sem piedade a famílias de cristãos-velhos para deles receberem "boa" educação, desalojados - os "convertidos" - de suas casas e realojados de forma a serem "fiscalizados" e denunciados quotidianamente por aqueles, os descendentes dos Judeus portugueses merecem um pedido de desculpas do Estado em nome de todos os portugueses honrados e viabilização da atribuição da cidadania portuguesa aos que a pretenderem. Também nós, portugueses, fomos vexados com este gesto do Rei de Portugal. 

      Quem sabe se não vem daqui a provinciana invejazinha, a denuncia malévola, o intriguismo, o elitismo pacóvio tão característicos da sociedade portuguesa e  que mantêm o país nas malhas do anacronismo. Recordo, a propósito, o caso dos "Mouros" mortos ou expulsos pelos "cristãos" de Lisboa na sequência da peste bubónica, que no século XIV  semeou a destruição, morte e fome, por toda a europa, culpando-os do "castigo divino", afinal, invejosos da prosperidade económica das suas laboriosas e engenhosas comunidades.

      Ao invés de ignorar a nossa História como é apanágio da ordem instituída, é necessário conhecê-la, aprender com ela e expurgar velhos atavismos que bloqueiam uma velha nação em busca de novo rumo.

 
(Créditos a João Miranda em Blasfémias)
 
Patrick Drahi, judeu sefardita (de acordo com a Lei Orgânica n.o 1/2013 o governo pode conceder nacionalidade portuguesa a judeus sefarditas descendentes de judeus expulsos de Portugal). É o maior accionista da Altice.

Gente que honra Portugal


Armando Pereira, português do Minho, emigrou para França com a 4ª classe. É dono de 30% da Altice, empresa que quer comprar a PT Portugal à Oi por 7400 milhões de euros.

(Créditos a João Miranda em Blasfémias)

A Destreza das Dúvidas: Excelente artigo de André Azevedo Alves

A Destreza das Dúvidas: Excelente artigo de André Azevedo Alves: Estando quase de certeza  a violar alguma lei com que o André Azevedo Alves não concordará, diga-se, transcrevo quase na íntegra o seu artig...