Desporto

sábado, 5 de outubro de 2013

BENFICA, OVOS E ÁRABES

No explêndido blogue "Papoilas do Biscaia" vi a entrevista de Pragal Colaço à Benfica TV na qual, este, justifica a atual crise desportiva na equipa, como consequência de uma estratégia de desvalorização dos ativos da SAD levada a cabo, concertadamente, por grupos interessados na sua aquisição, nomeadamente de origem árabe, através da comunicação social que, assim, pretendem desvalorizar o ovo.

Ora, nem tanto ao mar nem tanto à terra; bem sabemos como a grande maioria dos órgãos de comunicação social tal como os institucionais, seja do foro desportivo, do económico, do judicial ou do político, está "infestada" de agentes portistas, que, cada um a seu modo e salvo exceções, contribui, militantemente, para a subjugação desportiva do país,com vista à expansão económica e política do norte. Isto é; o futebol está a ser usado para mudar económica e socialmente Portugal, o que, não constituindo, em si mesmo um mal - as mudanças são necessárias em ambas as dimensões -, não deve atropelar as legítimas espectativas de cada um, o que não é, manifestamente, o caso!

O atual panorama, onde a intolerância, a deslealdade, a arrogância, a corrupção, a violência, a descriminação social e o monolitismo, assentaram arraiais, contradiz todos os princípios de qualquer democracia digna e representa uma regressão política e social aos modelos característicos das ditaduras. O caso é que o desporto em Portugal constitui um dos maiores paradoxos  atuais, uma vez que parece consentir apenas um vencedor, condicionado direta ou indiretamente pelos interesses que lhe estão associados. É  imperioso acabar com isto! É esta luta que temos de travar, cada um no seu posto com as  suas possibilidades, por um país livre, próspero e solidário, incompatível com o estilo de Pinto da Costa e seus apaniguados. Mas tal não deverá impedir-nos de reconhecer os nossos erros e limitações. O mau arranque desta época está relacionado com o terrível fim da anterior e com erros próprios e não apenas com as armadilhas que nos colocaram no caminho.

Queiramos ou não, a era do modelo implantado por Filipe Vieira (FV) está no fim. Tal como refere Henrique Raposo, FV ficará na história do futebol nacional como o Presidente da transição; reestruturou económica e financeiramente o clube implementando e desenvolvendo áreas de negócio inovadoras, alargou e aprofundou fortemente a implantação social do clube através da proliferação de oferta desportiva e da fundação, deu expressão real ao ecletismo e competitividade - ainda insuficiente -, às modalidades amadoras, desenvolveu extraordináriamente a formação, promoveu a construção de infraestruturas potenciadoras da prática desportiva ao mais alto nível, estabeleceu parcerias promovendo a expansão internacional do clube e até fez os Benfiquistas acreditarem que era possível ganhar. Mas não é! Não, enquanto não se enfrentar e vencer a batalha institucional, razão da nomeação dos calheiros e proenças do futebol que nos têm roubado as vitórias. É aqui que FV falha! A opção pela passividade institucional que adotou, quem sabe, imposta pelos financiadores do clube e SAD, por oposição à agressividade verbal e física dos inimigos do Benfica, não funciona!

Jamais o sistema mudará por si, por razões de ética, transparência, ou lealdade- Jamais! O sistema é ostensivamente corrupto, como ficou demonstrada pelo processo do apito dourado. Ou seja; trata-se de corrupção consentida…"corrupção da boa"…por uma causa maior…a causa do norte, que alguns querem impor aos verdadeiros nortenhos e ao país, que todos os atropelos parecem justificar. O sistema tem que ser enfrentado e vencido!  à política o que é da política ao futebol o que é do futebol. É verdade que a Benfica TV tem o efeito de uma granada na linha de água do porta-aviões que é o sistema, mas é imperioso atacar na frente institucional de múltiplas formas mas não com “punhos de renda” como atualmente. Filipe Vieira não tem sido capaz de atrair aliados idóneos e relevantes para a causa do futebol e é necessário fazê-lo! Urgentemente! Entre os que o rodeiam, reconheço em José Eduardo Moniz, tal capacidade. Só! É muito pouco!
 
Finalmente, o tema central; Pragal Colaço parece preocupado com a eventual entrada de capital árabe na SAD!, já ontem era tarde! Venha ele! Só a ligação a fontes de financiamento externas e independentes do bolorento e comprometido sistema financeiro nacional poderá conduzir o Benfica ao nível dos clubes de topo mundial! Os meios endógenos não permitirão manter uma equipa mundialmente competitiva, compatível com as ancestrais aspirações do clube devido à crónica incapacidade de aquisição e manutenção nas suas fileiras dos grandes jogadores. E sem eles...não há grandes equipas! Aconteceu-nos no passado recente!

PSG, Manchester, Chelsea, entre muitos outros são exemplos disso e não perderam a sua identidade! As infraestruturas são necessárias mas…os adeptos querem é ver o seu clube a ganhar venha o capital de onde vier! Que se lixe o betão; chega! Precisamos de mais futebol e menos betão! A justificação do betão não é mais betão…são as vitórias! Sem elas, o betão de nada serve! A justificação dos silêncios não pode ser a gratidão! O Benfica não pode estar grato a quem o tenta destruir! As relações pessoais não podem condicionar os interesses do clube!

Venham de lá, os árabes, os marcianos, ou seja lá quem for desde  que traga o graveto, seja capaz de fazer frente aos amorins, azevedos e C.ª lda e pôr o Benfica a ganhar.