Desporto

sábado, 20 de julho de 2013

MIGUEL VITOR; UM JOGADOR À BENFICA!

Miguel Vítor, um atleta com 13 anos de Benfica, vai tentar a sua sorte no PAOK, procurando relançar a sua carreira, na espetativa do regresso ao futebol nacional, de preferência, ao seu clube do coração.
 
Sou um fã de Miguel Vitor, pois além de elevada capacidade técnico-tática, o seu amor ao clube percebeu-se na garra como que abordou cada jogo, cada lance, afinal, apanágio do Benfiquismo; o tal "quartilho" a mais, que tantas e tantas vezes sustenta o sucesso do clube.
 
Na entrevista que "A Bola" hoje publica, MV   revela um caráter sereno, responsável, lúcido e frontal, transparecendo o carinho que nutre pelo clube. De facto, MV ,aborda sem papas na língua mas com cordialidade, duas situações, sem a resolução das quais, o sucesso do Benfica não acontecerá ou será esporádico.
 
Uma delas diz respeito à escassez de atletas das escolas do clube na equipa principal, desaproveitando-se a mais-valia da cultura benfiquista consolidada ao longo dos anos  que os faz dar "o litro e o quartilho" por amor ao clube, como é o caso de MV. Tal  sucedeu com os júniores e os infantis na época anterior cujo inconformismo, perante a possibilidade de derrota, os galvanizou para vitórias decisivas, apesar da adversidade do ambiente.
 
Foi Artur Jorge, esse admirável ex-ponta-de-lança que tanto admirei, que, dececionantemente, desmantelou uma equipa onde essas características abundavam. Foi depois Vale e Azevedo, que, irresponsavelmente, desmantelou a formação! Uma loucura, com a atenuante da asfixia financeira que então se vivia no clube, induzida pelo "sistema".
 
Hoje, a formação está pujante e os resultados começam a aparecer; os miúdos já mostram aos graúdos "com quantas varas se faz uma canoa"! Coisa bonita! Porém, o sucesso da sua integração na equipa A depende da capacidade de manutenção nesta, da estrutura base, que transporte o know-how tecnico-tático e a tarimba competitiva capazes de acomodar a insegurança dos primeiros tempos das jovens promessas.

E aqui está um dos maiores bloqueios do futebol do Benfica e nacional; a imprescindibilidade de realização anual de mais-valias com a venda dos melhores atletas; um círculo vicioso que, além de "queimar" os jovens aspirantes, impede o acesso das equipas a patamares competivivos superiores. Este é um dos desafios de qualquer direção do Benfica; manter a estrutura nuclear da equipa. Menos jogadores, melhores jogadores, seria a palavra de ordem. É neste equilíbrio que está o segredo. Cumulativamente, preveniria saídas intempestivas de jovens talentos, como já nos aconteceu.
 
Tal como MV, também não percebi porque não teve mais oportunidades na equipa; ocasiões não faltaram! O mesmo, relativamente a Miguel Rosa;não percebi! E temos de peceber! Os adeptos têm de perceber as opções do Treinador e - já agora - dos Dirigentes, caso contrário perdem a confiança; no treinador, na equipa técnica e nos Dirigentes, criando-se um mau ambiente que se reflete no desempenho da equipa. Não pode ser! A corrente da confiança tem que ser permanente e bidirecional.
 
Entramos na segunda questão; apesar de ter pedido ao Treinador para lhe indicar os aspetos a melhorar a fim de se aperfeiçoar, Miguel Vitor não obteve resposta! Ora isto não é próprio de um chefe! Um líder digno desse nome tem que conquistar e manter a confiança dos seus colaboradores, sem a qual nada funciona. Um líder digno desse nome, não espera que seja o subordinado a manifestar-se; percebe o que se passa apenas com um olhar, e procura identificar e remover o motivo da insatisfação. Não se motiva uma equipa com atos de incompetência ou faltas de respeito. Foi isso que ficou refletido no gesto de Cardozo; apesar da impertinência, não é ele o único responsável; Cardozo queria ganhar! Passou-se! Saindo Cardozo, não se resolve o problema; Jorge Jesus perdeu o respeito dos seus jogadores. Só um grande caráter, que Jorge Jesus (ainda) não demonstrou possuir,  conseguirá reverter o processo. Lamento, mas é a verdade! Uma conversa franca, à porta fechada, olhos nos olhos, onde cada um diga o que tem a dizer, com assunção de responsabilidades por quem as tiver, é necessária e...poderá reverter o processo.
 
Desejo as maiores felicidades ao Miguel Vítor, esperando que um dia regresse ao clube, reiterando minha admiração e respeito.
 
Um grande abraço Miguel!

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