Desporto

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Marítimo-Benfica (1-2)


Cardozo no Banco e John na esquerda.
4' penalti; falta por trás sobre Lima à entrada na área. O central deve ter tido medo de Lima e deu-lhe nos jarretos; penalti.
GR para a esquerda e bola para a direita; grande Lima!
7'; falta à entrada da área e bola no poste direito do Artur; estava batido! Tivémos sorte.
9'; Matic viu luzes e ficou estatelado após uma bolada em cheio na cara, num remate frontal à entrada da área! Fónix! Até a mim me doeu!
Enzo é um lutador incansável, apesar de talentoso; um raro caso de carregador de piano e solista.
19'; o Marítimo assentou o jogo e pressiona o Benfica mas sem grande perigo.
André Almeida no lugar de Melgarejo só agora reparo.
Sálvio é o espelho da equipa recupera a bola e transporta-a para a frente apesar das faltas sucessivas de que é vítima.
André ganha um canto numa bela arrancada pela esquerda. O canto não dá nada.
24'; o Benfica pressiona alto com três homens.
26'; André sofre agressão feia nas canelas; sai cartão amarelo.
29'; novo cruzamento da direita do ataque do Marítimo. Ninguém aparece ao 2º poste.
31'; Marítimo controla o jogo e ameaça fazer estrago.
38'; John perde uma bola na área adversária por falta de rapidez.
39'; defesa do Marítimo corta in-extremis o que seria o 2º tento.
40'; Sami ia fazendo estrago de meia-distância; saíu ao lado.
41'; Sálvio salva ao 2º poste, cruzamento da direita.
41'30"; golo do Marítimo! Adivinhava-se! Fónix!
42'; o meio campo do Benfica continua muito permeável.
49'; mais um ataque perigoso do Marítimo; deu canto.
50'; Rodrigo isolado falha o golo por milímetros; remate cruzado da esquerda ao 2º poste.
52'; tiro de primeira de Lima à trave.
54'; mais uma bola no poste a remate de Lima após assistência da esquerda de John! Fónix!
59'; merda de campo; é tudo ao molho!
61'; tiro ao boneco na área do Marítimo.
Sinto o jogadores do Benfica com falta de frescura física.
65'; canto do Marítimo, não deu nada.
66'; continua o tiro ao boneco!
69´; Marítimo montou o autocarro de 2 andares e faz anti-jogo.
71'; jogada em força de Sálvio pela direita, remate cruzado com defesa à ilharda e golo! Auto-golo. Fónix!
73'; Marítimo desmonta o autocarro e sobe no terreno.
75´; sai Rodrigo e entra Martins para dar estabilidade ao meio-campo.
76´; falta sobre Cardozo; penalti ficou no bolso do árbitro! Olha o Capela!
78'; Sálvio é um bravo!
79'; Cardozo falha a receção-remate por milimetros.
80'; Sálvio é o homem do jogo a defender e a atacar.
83'; luta feia no meio-campo.
85'; Marítimo ataca a bola com muita agressividade em todo o terreno. Benfica aguenta-se.
89'; O Benfica é a melhor equipa.
89'50"; entra Urreta sai Lima.
90'; grande defesa de Artur a cruzamento perigoso da direita.
91'; Cardozo leva amarelo depois de derrubado por trás, na área.
93'; acabou! O campeonato é nosso!
Muita alegria nas hostes vermelhas; não é caso para menos! 
Atenção Jesus; devíamos ter acabado com o jogo ainda na primeira parte na meia hora após o golo! Carlos Martins faz falta no meio campo.


Fenerbace-Benfica (1-0); Liga Europa

Apesar de tudo foi uma derrota lisonjeira! Três bolas na trave prenunciavam maior tragédia, contudo, é minha convicção que o Benfica tem argumentos para passar este adversário.
 
Os Turcos apresentaram-se como esperado; muita emotividade, muita intensidade e entreajuda em todo o jogo, com apreciável qualidade técnica e tática, procurando garantir superioridade numerica na disputa dos lances, bloqueando bem as nossas alas, abrindo a frente de ataque, recorrendo aos charutos sobre o nosso eixo defensivo procurando tirar partido da ausência de Luisão e ganhando quase todos os ressaltos.
 
O Benfica abordou o jogo com alguma contenção, pensando já no Marítimo - André Gomes e Aimar a titulares, ausência de Lima e Gaitan no 2º tempo -, esperando sempre marcar o golo da tranquilidade o qual esteve bem perto de acontecer quando a bola beijou o poste adversário rematada por Gaitan. O jogo com o Sporting tinha induzido elevado desgaste físico e mental nos atletas que pensaram, julgo eu, equilibrar a partida essencialmente no plano tático. A falta de reação após as bolas na barra e poste poderá sustentar esta ideia.
 
Após o golo, porém, o Benfica, aumentou a velocidade , subiu no terreno e foi à procura do empate que esteve perto de acontecer, primeiro por André, depois por Gaitan. Compreendo José Augusto quando afirmou que o Benfica teria empatado se tem sofrido o golo mais cedo. É bam capaz de ter razão! Por outro lado, há muito que José Augusto manifesta o seu desacordo pela opção da marcação à zona nos lances de bola parada, os quais já nos custaram alguns dissabores, como foi o caso deste, na sequência de um canto mal assinalado. Estou inclinado a concordar.
 
Quanto a mim, o Fenerbace jogou tudo o que pode e o Benfica não jogou tudo o que sabe e é com base neste raciocínio que acho que temos condições efetivas de ultrapassar mais este adversário. Assim seja!

domingo, 28 de abril de 2013

O FUTEBOL E O ESTADO NOVO

“O futebol é mais instrumentalizado hoje do que foi durante o Estado Novo”



Historiador Ricardo Serrado defende que o futebol não foi um dos “efes” do Estado Novo. E também assegura que não houve um clube do regime.
 
O futebol esteve longe de ser um veículo de propaganda do Estado Novo, que até atrasou o desenvolvimento da modalidade. Eusébio só não saiu de Portugal mais cedo porque tinha de ir à tropa. E não houve um clube do regime, embora o Sporting tenha sido o emblema que teve mais figuras ligadas ao poder. Estas são algumas das ideias defendidas pelo historiador Ricardo Serrado, no livro O Estado Novo e o Futebol, recentemente publicado.

PÚBLICO: No seu livro contesta a ideia de que o Estado Novo se ancorou nos três efes: fado, futebol e Fátima. Porque diz isso?

Quando parti para a minha tese, que serve de base a este livro, ia com a ideia comum de que o futebol tinha sido intensamente politizado e instrumentalizado neste período. Desde que me lembro, ouço dizer que Portugal era futebol, fado e Fátima. Para grande surpresa minha, apercebi-me que as coisas não eram de todo assim. O futebol não foi instrumentalizado, da forma como se diz. Nem há provas, documentos ou indícios de que o futebol tenha sido politizado durante o Estado Novo. E apresento neste livro vários argumentos que suportam esta ideia, como o facto de o futebol não ter sido profissionalizado mais cedo. E podia tê-lo sido, porque logo desde a década de 1920 ganhou uma importância social muito grande, mas o Estado Novo, ainda nos princípios da década de 1940, proíbe o seu profissionalismo.



Porquê?
Porque a ideia que o Estado Novo tinha do futebol, e do desporto em geral, era que deveria ser amador, ao serviço da nação, da educação física, para o cultivo do corpo. O desporto de espectáculo, de massas, era amplamente condenável para o Estado novo. E apresento vários documentos dessa intervenção, no sentido de impedir que o desporto fosse um espectáculo, um entretenimento ou uma profissão. O Estado Novo nunca apostou no futebol, antes pelo contrário.

Apesar desse travão do Estado Novo, o futebol continuou a ser a grande modalidade. Podemos dizer que o Estado Novo não foi nesse capítulo muito bem sucedido?
O ciclismo foi a modalidade rainha no final do século XIX e início do século XX, mas a partir de 1910, sobretudo em Lisboa e depois no Porto, o futebol ganha grande pujança. A partir da década de 1920, o futebol tem já um modus operandi e características que hoje em dia identificamos como fenómenos de massas: a agressividade dos adeptos, a contestação à arbitragem e os campos cheios de gente. Antes do Estado Novo surgir, já o futebol era o desporto-rei.


O Estado Novo tentou mais controlar o fenómeno do futebol do que aproveitar-se dele para a sua propaganda?
O Estado Novo definiu uma política desportiva concreta, que era consonante com o resto da sua política. Sendo um regime autoritário à imagem do seu líder (reservado, que não ia em convulsões), e não tanto regime de massas como o fascismo italiano e o nazismo, o Estado Novo adapta o modelo fascista à realidade portuguesa e às ideias do seu líder. E no desporto segue essa linha. O desporto devia servir para educar, civilizar, desenvolver os valores defendidos pelo Estado Novo, que era completamente contra as massas e a profissionalização de qualquer modalidade.

O nazismo usou os Jogos Olímpicos de Berlim 1936 e o fascismo italiano o Mundial de futebol de 1934. Não detectou nenhuma pulsão do Estado Novo para aproveitar por exemplo das conquistas europeias do Benfica na década de 1960 e dos bons resultados da selecção no Mundial 1966?
Existe algum aproveitamento, mais como consequência. As coisas aconteciam. O Estado Novo não as potenciava, mas colava-se a elas.

Um pouco como acontece actualmente…
Sim. Quando o Benfica foi campeão europeu e a selecção ficou em terceiro lugar em 1966, a ideia era que não era o Benfica ou a selecção, mas sim o país. Aí o Estado Novo faz algum aproveitamento, mas é algo natural e espontâneo num governo que quer chamar a si alguns desses feitos. Não considero que seja um aproveitamento planeado. Foi algo que aconteceu e espontaneamente aproveitou para promover o país.
O clube que teve mais personalidades ligadas ao regime foi o Sporting. Mas não estou a dizer que o Sporting era o clube do regime ou que foi o mais favorecido

Quer dizer que isso não é muito diferente do que acontece actualmente quando um clube português conquista um troféu internacional?
Exactamente. Quando o FC Porto é campeão nacional, vai à Câmara do Porto [desde que Rui Rio tomou posse, essa tradição mudou]. E o Benfica à Câmara de Lisboa. Até tenho ideia de que o futebol é hoje mais instrumentalizado, também de uma forma espontânea, do que no período do Estado Novo. Basta ver o Euro 2004 e a aposta do Estado no futebol, para o potenciar e para retirar dividendos com a sua promoção. O Estado Novo nunca apostou no futebol, antes pelo contrário. Na década de 1920, o futebol estava em desenvolvimento. Esteve nos Jogos Olímpicos de 1928 e tinha alguns jogadores de relevância internacional, como o Jorge Silva, Pepe, Augusto Silva e Vítor Silva. Já na década de 1930 e 1940 o futebol entra em período muito negativo, sofre goleadas e nota-se que a selecção poderia ter algum talento individual, mas a conjuntura não potenciava.

Porquê?
Em 1942, o Estado Novo criou a Direcção-Geral de Educação Física, Desportos e Saúde Escolar (DGEFDSE), que é o organismo que vai tutelar todo o desporto nacional e o futebol ficou ali condensado e preso. E em 1943, lança as leis bases do desporto e diz que o profissionalismo é proibido. Foi preciso esperar até 1960 para alguma equipa portuguesa fazer algo relevante no panorama internacional. Penso que isso se deve em grande medida ao travão imposto pelo Estado Novo, ao aprisionamento do futebol, que já movia largas somas de dinheiro. O Estado Novo nunca quis potenciar o futebol.


Uma das ideias do seu livro é que Salazar não gostava de futebol. Mas não houve outras figuras do regime a tentar instrumentalizar o futebol?
O facto de Salazar não gostar de futebol não impedia que outros gostassem, como era o caso de Américo Tomás, Craveiro Lopes, Henrique Tenreiro, Cancella Abreu. Claro que havia agentes do Estado Novo que gostavam de futebol, mas sobre Salazar não há indícios de que tivesse clube. Aliás, poucas vezes se manifesta sobre desporto. Fá-lo para anunciar o Estádio Nacional, quando o Benfica foi campeão europeu em 1961 e no Mundial de 1966, mas é um homem à parte do fenómeno desportivo. Aliás, quando ele recebe o Benfica em 1961, vê-se que é um homem que não está muito à vontade com a gíria do futebol e nem sequer seguiu a carreira da equipa. Disse qualquer coisa como: ‘então foi muito difícil resolver o vosso problema de futebol?’.

Mas terá ficado impressionado com o impacto social das vitórias do Benfica de 1961 e 1962?
Sim, porque esse impacto social é algo sem precedentes no país. Foi uma manifestação da portugalidade e penso que o Estado Novo deixou as pessoas expandirem-se, embora não tenha valorizado em demasia essas conquistas. Aliás, em 1966, quando o Eusébio tem o seu grande Mundial e a consagração internacional, o Diário da Manhã, que era o órgão oficial do Estado Novo, escreveu nas páginas centrais que o melhor jogador do mundo não era o Eusébio mas sim o Pelé.
Não foi o Eusébio-jogador que foi impedido de sair, mas sim o Eusébio-militar ou cidadão

Outras das ideias comuns é que Salazar impediu Eusébio de sair o país. Algo que também contesta no seu livro…
Sim. Com todo o respeito pelo Eusébio, que foi um dos melhores jogadores de sempre, nunca encontrei nenhum indício que leve a pensar que Eusébio tenha sido “nacionalizado” ou impedido de sair do Benfica por ser um símbolo ou herói nacional. O que aconteceu, e o próprio Eusébio o diz numa entrevista em 1995, foi que em 1962-63, ele teve um pré-acordo com a Juventus e acabou por não sair por intervenção do Estado Novo, mas porque tinha de ir para tropa. À luz do Estado Novo, era impensável dispensar fosse quem fosse de ir à tropa. O que costumo dizer é que não foi o Eusébio-jogador que foi impedido de sair, mas sim o Eusébio-militar ou cidadão. Ainda para mais, em 1966, o Inter de Milão quis contratar Eusébio, que chegou mesmo a escolher casa, e só não foi porque a federação italiana fechou as portas a estrangeiros, por causa de ter feito um mau Mundial e de querer potenciar os jogadores nacionais. Ainda para mais, o professor Manuel Sérgio confidenciou-me que o director da DGEFDSE era seu amigo pessoal e que se houvesse uma “nacionalização” de Eusébio ele teria sabido. Trata-se de um mito. Eusébio foi impedido de sair, mas apenas por razões militares.

Também defende que o Estado Novo não interveio de forma pensada nos clubes.
Não há nenhum clube do regime, primeiro porque o mentor do regime não tem clube, ao contrário de Franco [em Espanha], que se diz que era do Real Madrid. Salazar não esteve nas inaugurações dos estádios dos principais clubes. Depois, o clube que mais ganhou durante a segunda metade do Estado Novo foi o Benfica, que era o clube que tinha mais oposicionistas ao regime e que, na sua direcção, teve menos pessoas ligadas ao mesmo. O clube que teve mais personalidades ligadas ao regime foi o Sporting, onde contabilizei cerca de 12 ou 13 dirigentes com ligações ao poder.


Terá a ver com a génese mais elitista do Sporting?
Penso que sim. Talvez pela posição social mais elevada esses dirigentes estivessem mais próximos do poder. Mas não estou a dizer que o Sporting era o clube do regime ou que foi o mais favorecido. Durante a primeira metade do Estado Novo, o Sporting é o mais ganhador, mas na segunda metade é o Benfica.


O Belenenses também tinha algumas figuras ligadas ao regime e foi campeão em 1946. Houve algum traço de clube do regime?
Não. O Belenenses entrou em decadência nos anos 1960, talvez por causa de ter construído um estádio com um esforço financeiro muito grande. O estádio do Restelo custou mais do que o da Luz. Em 1975, o estádio foi mesmo hipotecado e Américo Tomás até teve de intervir, mas nunca encontrei traço de clube de regime. O Benfica foi o clube que teve mais oposicionistas declarados. Pelo contrário, na confrontação com o governo foi o Benfica quem mais se aproximou desse papel, nomeadamente por causa do hino censurado a Félix Bermudes (Avante Benfica)…Sim. O Benfica foi o clube que teve mais oposicionistas declarados.

E teve mesmo um presidente comunista…
Sim, o que é inédito. Manuel da Conceição Afonso é o único caso conhecido de um comunista a presidir a um clube durante o Estado Novo. Naquela altura, todos os dirigentes de instituições tinham de assinar uma declaração a dizer que não eram comunistas. No caso do desporto, era uma declaração que vinha da DGEFDSE. E até li num livro que Manuel Afonso se terá recusado a assinar essa declaração. O próprio Félix Bermudes, que fez o hino Avante Benfica [que o Estado Novo censurou, dando origem ao actual Ser Benfiquista], fez parte das listas da oposição nas eleições de 1949. Norton de Matos acaba depois por desistir e Félix Bermudes ficou chateado. Estamos a falar de oposicionistas activos.


Essas simpatias ou antipatias pelo regime traduziam-se apenas em actos simbólicos?
A inauguração do Estádio de Alvalade foi a 10 de Junho, data escolhida pelo presidente Góis Mota, que foi um homem forte do Estado Novo, tal como outro presidente do Sporting Cazal Ribeiro. A escolha do 10 de Junho teve algum simbolismo, por ser uma data importante para o regime.


Tal como o facto de a inauguração do Estádio das Antas ter sido feita a 28 de Maio de 1952 [aniversário da revolução que instaurou o regime do Estado Novo]…
Também. Na altura, o presidente do FC Porto [Urgel Horta] era deputado à Assembleia Nacional. E o ministro das Obras Públicas tinha dado alguma ajuda e a direcção do FC Porto achou por bem inaugurar numa data importante para o regime.

Mas essas conotações limitavam-se aos dirigentes?
Sim, embora os dirigentes fossem o espelho da respectiva massa associativa. Das poucas vezes em que Salazar aparece com trajes desportivos, surge dentro de um veleiro e diz que se houvesse um desporto nacional deveria ser a vela, por estar ligada ao mar.

Vislumbrou alguma tentativa de essas figuras próximas do regime tentarem chamar os adeptos para o seu lado político?
Respondo com um sim, embora não um sim muito claro. O autor da letra [Paulino Gomes Júnior] “Ser Benfiquista” era um salazarista e chegou a ser director do jornal do Benfica. Os textos dele mostravam alguma propaganda salazarista, não algo que viesse de instâncias superiores, mas sim como tradução do que era a visão dele. Mas onde isso é mais clarividente é no jornal do Sporting. Não é por acaso que na inauguração do Estádio de Alvalade, a 10 de Junho [de 1956], expressões como império, raça ou génio lusitano são usadas. São palavras gratas ao regime e que denotam uma clara colagem ao Estado Novo, que é espontânea, porque essas pessoas eram salazaristas e não o procuravam esconder.


A interracialidade no futebol português foi usada pelo regime para passar uma mensagem positiva para o exterior, de um Portugal colonial harmonioso?
Quando Portugal foi à fase final do Mundial de 1966 essa mensagem passou. Foi uma oportunidade muito boa para transmitir uma harmonia entre a metrópole e as colónias, numa altura em que os impérios coloniais europeus se desmoronavam.

Olhando para o futebol em Portugal hoje, acredita que este desporto tem um papel mais central na sociedade do que aquele que teve durante o Estado Novo?
O futebol alcançou um patamar social importante logo nos anos de 1920 e não era muito diferente daquilo que é hoje. Já movimentava muita gente e até tinha patrocinadores que procuravam aproveitar a popularidade deste desporto. Havia pequenos empresários a investir dinheiro no futebol, que já tinha uma organização relativamente complexa. Com o final do Estado Novo o futebol, e o desporto em geral, foram muito mais potenciados. Durante o salazarismo o futebol foi amputado da sua vertente mais profissional, de espectáculo e de entretenimento e hoje em dia isso não acontece.

É verdade que Salazar defendia que o desporto nacional deveria ser a vela?
Sim, das poucas vezes em que ele aparece com trajes desportivos, surge dentro de um veleiro e diz que se houvesse um desporto nacional deveria ser a vela, por estar ligada ao mar. Na Mocidade Portuguesa, por exemplo, o desporto mais proeminente era o campismo.

 
Ricardo Serrado nasceu em Lisboa em 1980. É licenciado em história pela Faculdade de Letras de Lisboa, mestre em história contemporânea pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, e doutorando em história contemporânea pela mesma faculdade.
 
Sempre gostou de desporto e praticou futebol federado durante 10 anos. Talvez por isso, incidiu desde cedo a sua área de estudo na história do desporto em geral e do futebol em particular, onde tem desenvolvido vários trabalhos pioneiros, entre os quais se realça O Jogo de Salazar – A Politica e o Futebol no Estado Novo (edição Oficina do Livro) uma obra fracturante que constituiu o primeiro estudo sério sobre as relações do futebol com a ditadura salazarista, desmistificando algumas ideias popularmente aceites mas com pouca ou nenhuma veracidade. Merecem também referência os dois volumes da História do Futebol Português – Uma Análise Social e Cultural (edição Prime Books), onde analisa, com um olhar historiográfico, inovador e arrojado, mais de 100 anos do nosso futebol.
 
Destaca-se ainda, sobretudo, por ter sido o primeiro historiador em Portugal a fazer uma ligação nunca antes realizada no mundo académico – futebol e historiografia. É fundador e director do Centro de História do Futebol e do Desporto, e dá aulas de história do futebol português na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Lusófona de Lisboa.

A tragicomédia

 
Gaitan, Sálvio e Lima protagonizaram um dos mais belos lances de sempre do futebol!
Um lance que vale por 100 penáltis!
 
Os Dirigentes do Sporting, auxiliados pelos jornalistas e comentadores desportivos afetos, dramatizam desesperadamente a rábula do seu Treinador, que procurou ganhar o jogo à custa das simulações dos seus jogadores, tal como tantas vezes tem sucedido com o seu anterior clube nacional. De má fé, roído de ressentimento pelo clube que dele fez gente, incapaz de reconhecer o mérito deste, destilou o veneno da frustração sobre o desempenho do árbitro, ignorando ostensivamente um dos mais belos lances de sempre do futebol, tentando manchar o mérito do Benfica, que foi a melhor equipa do encontro. Com esta atitude confirmou o mau caráter que revelara no passado.
 
Procuram os Dirigentes leoninos concentrar as atenções dos Sportinguistas nos alegados erros de arbitragem, induzindo-os a acreditar ser esta a causa da dramática decadência do clube, que se encontra em situação de falência e de grande vulnerabilidade desportiva.  Pretendem assim relativizar a importância da gestão desastrosa dos últimos anos e dos processos judiciais de ex-dirigentes leoninos, indiciadores de atos miseráveis de condicionamento de agentes desportivos, tentando garantir créditos futuros junto dos árbitros e da opinião pública, que lhes poderão proporcionar os preciosos pontos de que tão desesperadamente necessitam para aceder a um lugar europeu.
 
Sem vergonha, apressou-se o Pinto a fazer o mesmo, tentando fazer crer que o Benfica goza de tratamento favorável, procurando mais uma vez, influenciar os árbitros a decidir de acordo com o seu interesse. Ao declarar irónicamente, o grande futuro de Capela, o Pinto quis dizer que a sua carreira de árbitro estava acabada, tal como aconteceu, por exemplo, com Pedro Henriques, Bruno Paixão e outros, deixando implícito aquilo que as escutas do Apito Dourado mostraram e o adepto já sabia: que é o lobi portista que controla a carreira dos árbitros e que tal lhes tem garantido os títulos.
 
Na época em curso o Benfica seria já o campeão virtual se não tivesse sido vítima de grosseiros erros da arbitragem que lhe retiraram seis pontos - nos jogos com o Braga, a Académica e o Nacional - e o Porto não tivesse beneficiado de equivalentes erros de palmatória. Na sua estratégia saloia, pretende o Pinto reacender a guerra Sporting-Benfica, acenando com a cenoura àqueles, para enfraquecer ambos mantendo o clube da fruta em vantagem.
 
No jogo em causa nem teria reclamado se o árbitro tivesse assinalado falta contra o Benfica em três lances. Hoje porém, vendo a foto que o CM publica na página 32, compreendo a decisão; Capel, vai em queda bem antes do contacto com a perna do Máxi. No lance entre Garay e Wolswinkel, não sei se há contacto e, a ter ocorrido, não sei se Garay toca primeiro na bola; mas sei que na jogada prévia há falta não assinalada na grande-área contrária sobre o Lima! Finalmente, na queda de Viola pareceu-se que este forçou o contacto deixando-se cair perante a impossibilidade de ganhar o lance. Do meu ponto de vista, à semelhança da prática adquirida no dragão onde qualquer encosto aos cócózinhos é falta, Jesualdo intruíu os seus jogadores nesse propósito, sabendo que não conseguiria ganhar jogando olhos nos olhos.
 
Finalmente, e conforme refere António Tadeia, Capela raramente assinala penaltis, sendo que, o último que assinalou até foi favorável ao Porto mesmo no final da partida com o Marítimo e que lhe teria dado a vitória se  Martinez não tivesse falhado.
 
TENHAM VERGONHA!    

sábado, 27 de abril de 2013

A culpa é do árbitro?





Por: Fernando Sobral in CM em 23.04.2013
 

A arbitragem de João Capela serve às mil maravilhas como desculpa para o Sporting se isentar de culpas próprias no dérbi. 

 

Houve um penálti mais claro (o de Garay sobre Wolfswinkel) do que o outro (o de Maxi sobre Capel), mas não foi por aí que o Sporting perdeu. O diferente potencial de fogo entre as duas equipas é avassalador. Capela errou e deu argumentos a um Sporting que venceu no meio-campo mas foi inexistente a marcar golos.
 
O árbitro é sempre a desculpa perfeita para quem perde. Mas todos se esquecem dos erros quando são beneficiados. No futebol português, valoriza-se mais os erros de Capela do que a beleza do segundo golo dos encarnados. Enquanto assim for, a culpa é sempre do árbitro.
 
 
COMENTÁRIO MAIS VOTADO:
 
"Vão lá ver o inicio da jogada que termina com a queda do Wolfs na área do SLB. Vejam a FALTA de lori sobre Lima no inicio,a ser marcada...! O link: http://videos.sapo.pt/z9QAPcJPvK73o45Qlzw7#share"
Anónimo
23 Abril 2013

 
 

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Belo futuro de Gaitán e Capela








Por: João Querido Manha
23 de Abril, 01h00, in CM
 
 
 
 
 
 
No balanço da importante jornada 26, o presidente do FC Porto resumiu o seu estado
de espírito perante repórteres solícitos com o augúrio de um belo futuro para o árbitro
João Capela. E assim, na sua visão pessimista do próximo futuro do Benfica, o
máximo dirigentedo atual campeão aproveita a boleia do mal-estar leonino para
etiquetar o título.
 
Seria mais difícil reconhecer o mérito da equipa de Jorge Jesus que, num dos seus piores jogos da temporada, chegou e sobrou para um Sporting de outro campeonato. Na complexa contagem dos penáltis não assinalados, meio País tenta ignorar a diferença abissal de classe entre as duas equipas lisboetas e será mesmo a única zona irredutível em condescender que os lances capitais do dérbi foram os dois espetaculares golos, em particular o segundo, que anda em tournée mundial há 24 horas como um dos mais belos do ano.
 
Sim, tal como João Capela, também se pode afirmar com toda a segurança que Gaitán, entre outros jogadores do Benfica, terá um belo futuro, mais cedo do que os jovens lançados por Jesualdo Ferreira, aos quais faltam os três ou quatro anos de trabalho dedicado com um treinador estável e responsável.
 
O FC Porto recuperou muito bem da derrota na Taça da Liga e também não deve temer o futuro, pela qualidade da sua equipa--base, embora precise claramente de subir o nível dos seus reservistas para aqueles jogos em que Fernando, Lucho, Moutinho ou Jackson não estejam tão bem. Em Moreira de Cónegos, estiveram ótimos, e isso fez toda a diferença, muito mais do que um penálti ou outro por assinalar.

O árbitro que não gosta de marcar penáltis


 In DN; por ANTÓNIO TADEIA, 23 abril 2013



Tal como há jogadores que driblam mais e outros que passam mais a bola, há árbitros que apitam mais faltas (e, por inerência,penáltis) e outros que o fazem com menor frequência. A atuação de João Capela no dérbi lisboeta, no qual deixou por marcar duas grandes penalidades a favor dos leões, foi coerente com aquilo que ele é como árbitro: trata-se do juiz que menos penáltis marca na Liga portuguesa e esta época ainda só tinha apontado um, a favor do FC Porto, depois falhado por Jackson Martínez nos Barreiros.

Capela apitou já dez jogos da Liga, nos quais assinalou 267 faltas, a uma média de 26,7 por jogo, apenas superior às de Marco Ferreira (26,3), Bruno Esteves (26,1) ou Luís Ferreira (22,8) e nos antípodas, por exemplo, de Bruno Paixão, que segue com uma média de 36,6 infrações assinaladas por desafio. É por isso normal que seja também dos que menos penáltis marca: apenas um em 900 minutos de futebol. Paulo Baptista, Pedro Proença, Rui Costa e Renato Gonçalves também só assinalaram uma grande penalidade, mas em menos desafios apitados, o que faz de Capela o juiz que menos penáltis marca na Liga portuguesa.

Aliás, Capela tem vindo a caminhar no sentido do tal "critério largo" que lhe apontaram anteontem. A sua média de faltas (26,7) é bem inferior às que vinha registando até aqui: 31,8 em 2011/12 e 36,3 em 2010/11. Pode concordar-se ou não, mas uma coisa não pode dizer-se: que João Capela mudou para o dérbi. Ele já vinha apitando assim quando foi escolhido.



A segunda mentira

Por:  JOÃO CÉSAR DAS NEVES, 22 abril 2013

Portugal viveu durante muitos anos uma ilusão de facilidade artificial, paga com dinheiro externo. Como em todas as mentiras, um dia a realidade bateu à porta. Seguem-se anos de brutal ajustamento, para eliminar as tolices insustentáveis e colocar a sociedade numa trajectória robusta. Trata-se de um caso clássico na história económica, muito frequente, muito estudado, sempre doloroso.
Confrontada com a tarefa hercúlea, a sociedade divide-se em duas partes bem distintas. Como nas praças de touros, existe uma zona de sol e outra de sombra. A distinção não tem nada a ver ricos e pobres, mas com o nível de segurança económica. O rendimento social de inserção ou a pensão mínima faz sombra, enquanto os fundos de investimento milionários estão ao sol. Ora quando começa a trovoada, a diferença entre as duas áreas é nítida.
Os sectores que estão ao sol (neste caso à chuva) têm de ajustar rapidamente. As empresas vão à falência, os trabalhadores perdem o emprego e são forçados a mudar de vida. Convertem a actividade, emigram, encontram alternativas. Como esta crise bateu em 2008, há muito que a zona sol ajustou. Aquilo que se arrasta longa e demoradamente é a adaptação da zona à sombra. Aí regista-se uma luta terrível à volta dos poucos lugares protegidos, e que aliás se vão reduzindo à medida que a tempestade desgasta as coberturas.
A consequência disto é a criação de uma segunda mentira, tão ou mais dramática que a primeira. O fragor desta luta enche totalmente o debate mediático, fingindo que o bem público e o futuro do País dependem crucialmente do que não passa do interesse particular de um grupo. Basta abrir a televisão ou os jornais para encontrar alguém a gemer ruidosamente, afirmando que a dignidade nacional e o progresso lusitano só sobrevivem se for mantido o subsídio, assegurado o apoio, defendida a despesa. Os propósitos são muito variados; o único elemento comum é a fúria avassaladora contra o Governo do momento, acusado da incompetência mais gritante ou dos propósitos mais sinistros, simplesmente porque lhes tira o guarda-chuva.
Está a ser muito interessante ver a vastidão do poder das forças instaladas em Portugal, e a capacidade de manipulação da realidade a seu favor. Os serviços colectivos, dos ministérios às câmaras municipais, da electricidade às estradas, dos juízes aos diplomatas, por se localizarem bem dentro da zona sombra, conseguem prosseguir como se nada fosse, mantendo hábitos ruinosos. Vêm depois os sectores protegidos, da construção aos advogados, grandes grupos e élites sociais, mais próximos da margem, que manobram nos bastidores. Os bancos, que andaram décadas a financiar projectos tolos, ocultam os esqueletos no armário e asseguram ser indispensáveis ao futuro nacional, precisamente na altura em que o prejudicam. Finalmente, a região entre a sombra e o sol faz manifestações e gritaria. Estes são os sindicatos, funcionários, profissões liberais e empresas subsidiadas.
O resultado de tudo isto é ir-se adiando o ajustamento, que sempre foi inevitável, e que a economia real há muito fez. Desta luta depende a crise demorar cinco ou trinta anos. Ou até, como se vê na Grécia e no Japão, acabar por quebrar o sistema, que nunca volta a ser o mesmo. Neste campo pode dizer-se que Portugal até se tem comportado muito bem, mantendo a paz social, enquanto avança com algumas reformas.
O mais importante nesta fase é desmistificar o essencial da segunda mentira, a ideia de que há um caminho mais fácil e existe alternativa à austeridade. Este é o embuste alimentado pelas partes ameaçadas da zona sombra, tentando desesperadamente manter as benesses em risco. Mas a única opção real ao ajustamento é o caos, porque a tempestade é inelutável e o tecto tem limites. Urgente é mudar corajosamente os hábitos e abandonar regalias injustificadas, usando os poucos recursos, não para protecção a privilegidos mas para defender os pobres e sobretudo investir em actividades realmente produtivas, abandonando as ilusões que nos enfiaram na crise.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

O CONFÚNCIO DA BOLA

In DN:

Pinto da Costa irónico: "João Capela tem grande futuro"
Zaratustra: Tal como Pedro Proença?
"Falar de árbitros é estúpido, mas há muitos estúpidos"
Zaratustra: Mas...nem sempre, nem todos, não é verdade?
 
In O jogo:
 
"Portugal é um país de Capelas. Em qualquer sítio se encontra uma Capela"
Zaratustra: E em cada capela há um...um...Calheiros! Um...Olegário! Um...Proença! Um...Soares! Um...Elmano! Um...Xistra! Um...Martins! Um...Lucílio! Um...Duarte! Um...Sousa! Um...Casagrande! Ora deixa cá ver; uma toga! Um...fio de prumo! E claro, um...crucifixo! Porra que já tou cansado!
 

In CM:
21.04.2013 por Tânia Laranjo

Classificações eram viciadas:

Escutas do "Apito Dourado" mostram esquemas de corrupção de membros da federação de arbitragem. 

Zaratustra: Cento e quarenta e quatro crimes foram as acusações do Ministério Público a Pinto de Sousa, Presidente do Conselho de Arbitragem da FPF! O Tribunal absolveu-o e aos restantes arguidos! Perplexos perante a sentença, as pessoas perceberam que os sucessivas adiamentos do julgamento, afinal, anunciavam este desfecho por eventual promiscuidade desportivo-judicial. Sentiram-se frustrados pela impunidade dos arguidos, vexados perante as suas bravatas e descrentes da Justiça, percebendo que a mentira do futebol iria continuar por mais algum tempo.
 
In Relvado:
23 de Abril de 2013, às 10:52

Polémica: Casagrande revela doping no FC Porto (com vídeo):

Avançado fala numa droga injetável no balneário, na época em que dragões foram campeões europeus. 


terça-feira, 23 de abril de 2013

FUTEBOL É....


Foto do sítio espanhol Sport ©Golo do Benfica
In Zero-Zero
O argentino é hoje notícia no Mundo. Em terras do chocolate, na Suíça, o jornal Blick escreve que «Heróis do Benfica deixam Portugal em delírio».

 
No Brasil, por exemplo, o jornal Esporte Interativo diz que «Gaitán faz jogadaça e dá linda assistência para Lima marcar golaço de voleio pelo Benfica».
 
Ainda em terras de Vera Cruz, o Esportes Terra assume que «Benfica faz golaços em clássico e coloca a mão no título português».

 
Na Argentina, terra natal de Nico Gaitán, o feito de El Zurdo também não é esquecido. O periódico TN.com.ar fala em jogada «à Messi».«Jogada à Messi de Nico Gaitán e golaço do Benfica», pode ler-se na imprensa das pampas.
 
Mas na Roménia o jornal Prosport vai mais longe e fala num tiki-taka do Benfica. Este jornal fala da jogada do segundo golo como algo «magistral» e assume que «nem Messi, Iniesta e Xavi fizeram isto. A melhor jogada coletiva do ano».
 
Na Turquia, onde o Benfica joga na quinta-feira para a Liga Europa, o jornal Spor X avisa: «Fenerbahçe, cuidado com o novo Di María».
 
Por Espanha, o jornal Sport, sempre atento aos feitos do Barcelona, não deixou desta vez de olhar para o que se passou na Luz. O diário do país vizinho fala num Benfica de Globbetrotters.




Benfica-Porto


Benfica-Trabzonsport


Benfica-Estoril


 Benfica-Nacional 


Benfica-Sporting



Belenenses-Benfica


U. Leiria-Benfica


Globbetrotter 1

Globbetrotter 2 

Globbetrotter 3

domingo, 21 de abril de 2013

BENFICA É ESPETÁCULO

 
 
 
 
 
 





 
Quando percebi que Jonh ia entrar julguei que tal se devesse à necessidade de melhorar a qualidade do último passe, já que, esta, é uma característica sua e o Gaitan estava a falhar muito nesse particular. Após a surpresa inicial ao ver Cardozo sair, percebi que a intenção de Jorge Jesus era a de dar maior consistência e criatividade ao meio-campo, melhorando-a no lado esquerdo, sacrificando um avançado demasiado manietado até então.
 
Depois...foi o que se viu...magia! Magia dos pés de um mágico de alto gabarito, Gaitan, que após uma série de fintas desconcertantes e tabelinha com Sálvio, faz um passe vólei de primeira, com grande precisão, para Lima corresponder num remate acrobático ao 1º poste deixando o Rui Patrício pregado ao relvado!
Este lance vai correr mundo!
 
Parabéns a todos os atletas do meu clube, em especial ao Gaitan, Sálvio, Lima e Cardozo pelo envolvimento direto nos lances dos dois golos.
 
Parabéns também aos atletas adversários que se bateram com galhardia, não extensíveis ao seu Treinador, que, mais uma vez, mostrou mau perder, habituado que está às facilidades do passado em que as decisões dos árbitros lhe valeram alguns títulos. Com que então ganharia jogando com mais uma unidade? Más qui omi fortxi!
 
Isto é futebol!
 
Isto é Benfica!

João Proença e a Concertação Social

Gerir um sistema democrático num país pobre, onde a generalidade da população confunde liberdade com proteção e os agentes politico-partidários subordinam os interesses nacionais aos partidários e pessoais, é uma tarefa próximo do impossível.
 
Desta vez, o moderado João Proença ameaça o Governo de abandonar a Concertação Social caso este insista nas medidas de austeridade - ver texto abaixo publicado em "O Público". Respeito João Proença, apesar de discordar da maioria das suas teses; moderado, pratica o diálogo social revelando um sentido de Estado invulgar em Portugal. Proença tem uma vida de respeito, não só como sindicalista, mas também como Engenheiro Químico, professor do Técnico, autor e ativista de várias causas cívicas. Na hora da retirada junto-me aos que o parabenizam expressando a minha gratidão e desejando-lhe felicidades.

É verdade que nenhum Governo deve faltar aos acordos que, de boa-fé, estabeleceu seja com quem for, sob pena de perder a credibilidade e o respeito, quer dos parceiros sociais quer dos cidadãos. Se o fez relativamente à UGT, tem razão Proença nos protestos e tem o Sr Primeiro-Ministro a obrigação de se explicar, apresentando os seus motivos que terão de ser de força maior.

Posto isto, veria com bons olhos o fim do Conselho de Concertação Social e não apenas o abandono da UGT. De facto, considero esta instituição cooresponsável pelo descalabro económico a que o país chegou, pela incapacidade que revelou de compreender os limites da economia nacional, impondo-lhe encargos que esta não pode suportar. Como disse Ernâni Lopes em "Plano Inclinado", "em economia, o ajustamento ocorre sempre": Em linguagem popular;"o que tem que ser tem muita força". Impor retribuições irrealistas com a força das ameaças grevistas é condenar ao desemprego futuro muitos milhares de pessoas!

O Conselho de Consertação Social (CCS), não passa de uma versão reduzida e muito pior do Sistema Corporativo de Salazar. Com efeito, enquanto neste, os setores económicos se organizavam autonomamente e verticalmente , cabendo ao Governo o papel de árbitro com a missão de garantir a sustentabilidade da distribuição da riqueza, agora, no CCS, as superestruturas económicas; Patrões, Sindicatos  e Governo, definem critérios laborais em conformidade com os interesses dos grandes grupos empresarias e das principais corporações de assalariados! De foram ficam as pequenas e médias empresas - responsãveis por cerca de 76% do emprego, segundo o INE - e os trabalhadores de sindicatos menores ou sem representação. O resultado traduz-se no tremendo fosso salarial que se verifica em Portugal, um dos maiores do Mundo - os salários médios dos 2o% maiores eram, bem recentemente, cerca de 7 vezes superiores aos salários médios dos 20% menores - e da crescente dinâmica de concentração empresarial, constituindo um dos mais gritantes exemplos do fracasso do regime que se anunciou Democrático e um dos maiores testemunhos da hipocrisia da generalidade das elites políticas e sociais deste pobre país ainda com donos.

Quanto a mim, seria preferível a discussão sectorial, balizada pelo governo, onde, de acordo com a realidade de cada setor seriam os ganhos de produtividade distribuidos com equilíbrio, sem comprometimento da indispensável competitividade, sob pena de implacáveis ajustamentos futuros. Esta sim, seria uma negociação bem mais ajustada à realidade económica do país.

António Barreto

Por

João Proença manifestou as suas "preocupações" a Cavaco Silva, em relação à forma como o Governo revê metas já acordadas em sede de concertação social.
 
Alterações ao regime contributivo da segurança social sem acordo da UGT levarão a uma “ruptura clara” com o Governo. Esta foi uma das “preocupações” que o secretário-geral da UGT, João Proença, levou esta quinta-feira à audiência com o Presidente da República. À saída do encontro, o líder da central sindical reconheceu a possibilidade de reformas, mas –alertou – com “diálogo social”.
 
Depois do acordo de concertação social assinado com o Governo no início do ano passado, o líder da UGT tem denunciado o seu não cumprimento ou violação nos últimos meses.
Recentemente, tem verbalizado críticas à conduta do Governo, nomeadamente, sobre a decisão do ministro das Finanças em congelar as despesas do Estado após o chumbo do Orçamento pelo Tribunal Constitucional : "É uma portaria que vai conduzir a uma grande paralisação da Administração Pública. Não faz sentido nenhum cortar despesas sobre o funcionamento normal dos serviços", disse ontem João Proença, no final de uma intervenção nas jornadas de reflexão do PSD sobre a família.