Desporto

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Marcelo e a politiquinha

 
A culpa não é só dos políticos. A culpa não é só de Sócrates. A culpa também é da elite que filtra o ar mediático. A culpa também é dos Marcelos desta terra. Os Marcelos Rebelos de Sousa têm sido os guardiões do status quo que nos conduziu à bancarrota. Se Sócrates é culpado pela acção, Marcelo Rebelo de Sousa é culpado pela inacção. Porquê? Porque o Senhor-Professor-Doutor-Marcelo-Rebelo-de-Sousa é o máximo representante de uma forma tipicamente portuguesa de estar na política, a saber: o tuga consegue falar de política de forma apolítica. Sim, digo bem, apolítica. Marcelo não defende valores ou causas políticas. E, quando defende, é tão vago e impreciso como a licenciatura domingueira de Sócrates. É por isso que, após décadas de comentários, uma pergunta fica sem resposta: Marcelo acredita no quê? Marcelo representa o quê? Quando fizerem a história desta III República, os historiadores não vão encontrar nada de substancial nos milhões de minutos que Marcelo já gravou. Este homem falou, falou e falou, mas não disse nada, não gravou nada na pedra. Alguém se lembra de uma convicção profunda de Marcelo?
 
Ora, quem não tem uma visão normativa acaba por reduzir a Política à politiquinha dos truques e tricas. E Marcelo é isso mesmo. Marcelo é o homem dos esquemas (ele diz que são "cenários"). É o Gabriel Alves da politiquice, sempre entretido num treco-lareco táctico que transforma a Política num jogo de futebol, onde só existem erros tácticos, e não erros de substância. E o pior é que este vazio marcelista é o espelho da cultura (a)política que domina a pátria. Marcelo é a norma, e não a exceção. Em Portugal, a Política é transformada - de forma marcelista - num constante joguinho futeboleiro entre partidos. Há a liga de futebol de Rui Santos e depois há a liga politiqueira de Marcelo Rebelo de Sousa. E, atenção, as semanas políticas são mesmo vistas como jornadas. Cada semana é uma entidade separada da anterior, porque as notas da semana x, ora essa, não podem ser iguais às notas da semana y. O país é assim cortado em 52 pedacinhos sem ligação entre si. Como é óbvio, no meio deste carrossel, os problemas estruturais não são analisados. Alguém se lembra de ver Marcelo a assumir um compromisso claro com um conjunto de reformas para o país? Eu não. Marcelo nunca se comprometeu a fundo com projectos ideológicos e políticos (o que é grave para um pensador... político). E, nas poucas vezes em que se distraiu e começou a falar mesmo de Política, Marcelo criticou sempre as mudanças "neoliberais", as tais que a troika acabou por impor. Agora, ouvimos muita gente dizer "ai, foi preciso um estrangeiro para colocar os portugueses a falar do que interessa". Pois, mas o debate sobre as reformas foi sempre bloqueado por Marcelo & Cia. A nossa massa crítica de topo, liderada por Marcelo, quis ser uma mera gestora do pântano situacionista, e desistiu de pensar a mudança. Alguém se recorda de uma convicção profunda de Marcelo?
 
O prof. Marcelo, preclaro oráculo da nação, não tem as mãos sujas como Sócrates, mas esta crise também tem a sua assinatura. Na última década, o nosso espaço público não discutiu ideias. Discutiu tácticas e timings. A culpa disto não é do povo, é dos Marcelos Rebelos de Sousa. Alguém se lembra de uma convicção profunda de Marcelo?
 
Crónica do Expresso de 28 de Maio de 2011


por Henrique Raposo às 10:32 | link | partilhar

Que se Lixe a Troika! OK; e depois?

Confesso que há muitos anos, quase 40, também alinhei nisto: unimo-mos todos contra uma coisa e, depois, logo que vê do que somos a favor. Normalmente, não havia depois, porque as ações, embora sempre grandiosas eram inconsequentes.
 
Hoje, porém, imagino, o que seria o depois: uns quereriam uma coisa, outros o seu contrário e ninguém se entenderia. Nos países onde houve esse 'depois', ganharam sempre os mais organizados, os que tinham um programa bem definido que, no geral, era alinhar pela esfera soviética. A todos os que participavam no 'movimento' sem saber o objetivo chamavam-se 'compagnons de route' (companheiros de jornada) ou, mais comummente, 'idiotas úteis'.
 
A lembrança (embora as situações estarem longe de ser comparáveis) surge-me do slogan "Que se lixe a troika - devolvam-nos as nossas vidas". Na verdade, quem não quer que a troika se lixe? Quem não quer a sua vida de volta. Vida que, por má que fosse, não era tão dura como a atual? Mais de 99% dos portugueses concordam com isto.
 
Daí a pergunta do título: E a seguir? E depois, faz-se o quê? E é aqui - na parte não expressa do programa das manifestações, 'grandoladas', NIFs de ministros e outras formas mais ou menos imaginativas de contestação - que está o busílis.
 
Como pagamos aos credores as nossas dívidas, se os mercados nos cortam o crédito e a troika não dá mais dinheiro? Não pagamos? Sendo assim, como nos financiamos? Acreditam mesmo que as gorduras do Estado, os carros, as reformas milionárias, apesar de escandalosas, equilibram os milhares de milhões que faltam nas contas do Estado?
 
Saímos do Euro? E podemos sofrer uma desvalorização da moeda que corresponde a um imposto escondido muito superior ao atual (recorde-se que as dívidas se manteriam em Euros)?Estabelecemos o comunismo e abolimos as fortunas e a propriedade privada? Isso alguma vez não resultou numa barbárie?
 
Não quero com isto dizer que não há alternativas. Claro que há, mas são piores. Também não quero dizer que a contestação é ilegítima.Claro que é absolutamente legítima e deve ser democraticamente respeitada, só que é inconsequente e esconde a maior parte do problema.
Porque, na verdade, é como se um doente dissesse: que se lixe a doença, quero a minha saúde! Ou um idoso dissesse: que se lixe a velhice, quero a minha juventude! Ou seja, a liberdade não pode levantar barreiras a nenhuma reivindicação; mas o facto de elas serem possíveis não as torna viáveis.
 
Também não quero dizer que está tudo bem. Claro que não! Já várias vezes escrevi que este Governo está esgotado e que o Presidente devia seriamente pensar numa alternativa que envolvesse mais o PS e os sindicatos (da UGT, naturalmente, porque a CGTP está sempre indisponível).
 
É possível fazer melhor. Mas não é possível fazer milagres!
 
Um texto de Henrique Monteiro publicado no Expresso, que subscrevo quase, quase integralmente.

Braga-Benfica (0-0/3-2P)

Foi um jogo equilibrado entre duas boas equipas. A vitória foi para quem mais a quis, por isso assenta bem ao Braga, que fez um bom jogo. As grandes penalidades são uma lotaria mas, tal como diz José Augusto, refletem a confiança e o querer da equipa, atributos que não faltaram ao vencedor.
 
O Benfica apresentou-se com alterações significativas, dada a necessidade de recuperação de alguns jogadores nucleares por um lado - Garay, Maxi, Matic, Lima, Sálvio e Ola John - e a de dar minutos de jogo a outros - André Almeida, Jardel, Roderick, Carlos Martins e Urreta - no entanto, o modelo de jogo manteve-se quase inalterado...quase! Alas bem abertas mas pouco eficazes, dada a excelente marcação contrária - ainda assim Urreta efetuou um cruzamento excecional, já na 2ª parte, que Martins (salvo erro) cabeceou à figura de Quim. Uma pena! 
 
O nosso meio-campo esteve quase sempre em inferioridade numérica - O Braga tinha 5, 6 ou 7 elementos muito ativos na marcação global, com as linhas muito próximas, dificultando a recuperação e, sobretudo, a construção -, Martins, mais preocupado em recuperar e controlar, não conseguiu construir, Roderick apesar de esforçado, não tem rotina da posição; não basta recuperar, é necessário transportar e lançar.
 
O Braga fazia pressão alta com uma marcação de grande proximidade, metendo sempre vários elementos na disputa da bola graças à disposição compacta; bem abertos nas laterais, com excelente dinâmica e profundidade, recuando em bloco até próximo da sua área, sempre que o Benfica atacava organizadamente.
 
Apesar disso, coube ao Benfica a grande oportunidade da primeira parte, num excelente remate de Rodrigo à trave, finalizando uma excelente movimentação coletiva - esteve muito bem Quim a fazer a mancha. Também o Braga teve uma excelente poli-oportunidade desfeiteada sucessivamente pelo Artur, o qual, de resto, esteve muito bem. Bem assinalado o fora de jogo a Cardozo e mal assinalado ao Urreta que ficaria isolado na cara de Quim! Esteve mal Marco Ferreira!
 
O Braga reentrou com grande intensidade procurando o golo que não aconteceu, mais por mérito da defensiva do Benfica. A entrada de Enzo e de Aimar restabeleceu o equilíbrio ao meio-campo induzindo maiores dificuldades aos bracarenses, que iam recorrendo à falta e às simulações miseráveis do, por vezes abjeto, Alan. Os lances ofensivos dos nossos, começaram a fluir e as situações de golo apareceram pelos Rodrigo e Gaitan, travados em falta dentro da área! Marco Ferreira teve medo de assinalar as duas grandes penalidades! Teve medo de descer de categoria? Seja como for, deveria tê-las assinalado!
 
Assim se escoaram os noventa minutos, com as duas equipas a procurarem, debalde, o golo, revelando os avançados do Benfica excessiva parcimónia na zona de finalização. Vieram então as grandes penalidades, que já não vi, dado o enorme stresse resultante da lotaria que representam.
 
 
Parabéns aos vencedores pelo bom jogo que fizeram, quer em termos futebolíticos quer pela relativa correção. A vitória assenta-lhes bem!
 
Censuro a equipa de arbitragem que fez a diferença nos lances que já referi e também "inventando" bastas faltas contra o Benfica à entrada da sua área, bem à medida do excelente pézinho do Viana, patenteando uma dualidade de critérios denunciadora. Se tem medo de apitar, fique em casa e entregue a pasta a outro, mas não pense que passa despercebido.
 
Para quando a profissionalização dos árbitros? Uma atividade de centenas de milhões de euros não pode ser condicionada por uma dúzia da artistas de qualificação e intenções duvidosas. Há que recrutar e qualificar adequadamente os árbitros de futebol, caso se pretenda o progresso do setor. Ainda não perceberam isto, ou não é conveniente aos adeptos da fruta?
 
E pronto; saímos com honra, ficando agora o quase-expulso mostrengo com a via aberta para aquela que, finalmente, virá a ser uma prova "deveras relevante"! Não é verdade? Até porque, a Direção da Liga tem que ser enxovalhada pelo atrevimento que teve em querer fazer cumprir os regulamentos da prova! Não é assim? Agora vão ter que entregar a taça aos homens da fruta.
 
AB

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Os Pescadores de Pérolas (Georges Bizet)

Georges Bizet, nascido Alexandre César Léopold Bizet, (Paris, 25 de outubro de 1838Bougival, 3 de junho de 1875) foi um compositor francês, principalmente de óperas. Numa curta carreira devido à sua prematura morte, ele atingiu poucos sucessos antes do seu trabalho final, Carmen, que viria a tornar-se uma das mais populares e frequentemente interpretadas óperas no repertório operático.
Durante uma brilhante carreira como estudante no Conservatório de Paris, Bizet venceu muitas competições, incluindo o prestigiado Prix de Roma em 1857. Ele foi reconhecido como um excelente pianista, embora raramente tocasse em público. Regressando a Paris após quase três anos em Itália, descobriu que os principais teatros de ópera parisiense preferiam repertório clássico das obras recém-compostas. Suas composições orquestrais e para piano foram igualmente ignoradas, como resultado, sua carreira paralisou e ele ganhava a vida organizando e transcrevendo a música de outros compositores. Começou muitos projetos teatrais durante a década de 1860, a maioria dos quais foram abandonados. Duas óperas suas dominaram os palcos - Les pêcheurs de perles e La jolie fille de Perth - foram sucessos imediatos. (Wikipédia) 




Giuseppe Di Stefano

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Dmitri Chostakovitch: Waltz Nº 2

 
Dmitri Shostakovich pronúncia Shostakovich (russo: Дмитрий Дмитриевич Шостакович1), nasceu a 25 de setembro de 1906 (12 de setembro no calendário juliano) em São Petersburgo, Rússia e morreu 09 de agosto de 1975, em Moscovo, URSS, é um compositor russo do período soviético. É o autor de 15 sinfonias, concertos, música de câmara abundante e várias óperas. A sua música, muitas vezes rejeitada pelo formalismo Soviético, com a sua força e drama, muitas vezes exacerbada, fizeram de  Shostakovich uma figura importante na música do século XX.(Wikipédia)
 
 
 
 
 
 
 
Dmitri Chostakovitch

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Benfica-Paços de Ferreira (3-0)

 
Só quem tem andado distraído pode estranhar a boa campanha do Paços esta época. Há muito que o anti-jogo, tão característico do futebol nacional, deixou de fazer parte da da equipa do Paços. Nota-se desde há uns anos que adotou um futebol positivo, assumindo o jogo em todo o terreno, olhos nos olhos, com garra, solidariedade e boa cultura técnico-tática, pondo os adversários em guarda. Há tempos dei comigo a reconhecer no Paços, vestígios da cultura Benfiquista! Tudo num são ambiente de cordialidade e respeito insubserviente, como apraz às gentes civilizadas. Daqui a minha saudação. Assim deverá ser o desporto.
 
Esperava pois uma postura cautelosamente aberta do Paços como veio a verificar-se, restando saber, se em consequência da rápida desvantagem no marcador. O que é certo é que se apresentou muito coeso, pressionando o adversário logo à saída da sua área tentando impedir a construção do seu jogo ofensivo, colocando quase sempre vários atletas na disputa da bola graças a um excelente posicionamento, trocando-a com qualidade e explorando bem as alas, faltando-lhe talento e massa muscular na zona de finalização, que não elementos, sempre muito bem apoiados por uma segunda linha ofensiva. Em situação de aperto defensivo recuava todos os jogadores para o seu meio-campo chegando mesmo a aglomerá-los a todos dentro da grande-área. É um modelo de jogo com uma exigência física muito elevada!
 
O Benfica entrou concentrado no seu, agora cada vez mais, futebol total, segurando o esférico, fazendo-o circular con inteligência e talento, apesar de algumas perdas imaturas, alimentando os extremos que procuravam Cardozo e Lima no eixo do ataque. E foi num desses movimentos que surgiu o primeiro golo, num lance que valeu o jogo, de bonito que foi! Tudo foi soberbo; os passes, a movimentação sincronizada e a concretização, envolvendo Lima, Sálvio e Enzo! Fantástico!
 
Entrou o Benfica em fase  de controle do jogo, que se ia desenrolando em todo o relvado, sempre com o Paços muito ativo. Apesar de o Benfica revelar grandes progressos neste capítulo, tão necessário às grandes equipas, ainda se verificam algumas perdas de bola comprometedoras. É preciso não esquecer que estes ciclos devem terminar em movimento ofensivo com finalização e não com perdas de bola a meio-campo, que serão fatais se contra melhores equipas.
 
Até à entrada de Martins, o nosso jogo aéreo ofensivo esteve muito fraco; só Cardozo ganhou uma bola da esquerda que cabeceou por alto. É uma especialidade decisiva nos jogos difíceis, onde o adversário impõe superioridade numérica na sua área e que só a precisão dos lançamentos ou o acaso, podem resolver. Com Martins, os cantos tornaram-se perigosos; foi dos seus pés que nasceu o 2º golo, com o apoio precioso da careca do Luisão e do sempre oportuno Cardozo. 
 
Durante algum tempo, a equipa do Benfica empastelou o jogo e desarticulou-se, o que poderia ter sido fatal, tendo-se reequilibrado com as entradas de Gaitan e Aimar. Aimar; era o jogo ideal para ele. Apesar de acusar falta de ritmo, ainda fez a assistência para o 3º tento. Quem sabe nunca esquece. Que falta nos faz um excelente Aimar para o resto da época!
 
 Luizinho tem que jogar mais, mas de forma controlada. Percebe-se que ainda não se sente à vontade; perdeu alguns lances que poderiam ter sido fatais. Mas sobe bem no terreno e faz bons cruzamentos.
 
Julgo que João Capela esteve bem; um ou outro lance duvidoso, nomeadamente as cargas de ombro, mas nada me pareceu grave. 
 
Agora é recuperar para o próximo confronto.
 
AB
 
 

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Ana Oliveira e a Revolução Silenciosa

Passeando pelo site do meu clube, fui parar à secção de atletismo onde me deparei com este quadro! Títulos, títulos e mais títulos!

Graças à determinação da Direção, que não perde de vista os Grandes Desígnios do Benfica e à competência serena de Ana Oliveira, ela própria com pergaminhos enquanto ex- Atleta do clube, foi possível elaborar um projeto de desenvolvimento que desalojou a crónica hegemonia do Sporting na modalidade. Fantástico! Um projeto com largo futuro, dada a orgânica da formação, sólidamente implantada e recheada de jovens talentosos.
 
A fórmula do sucesso é clara; definição de objetivos, formação da superestrutura, elaboração de projeto estável e otimizável (não mete fruta!). É o caminho para todas as modalidades, incluindo o futebol profissional. Nada acontecerá por acaso; talento, trabalho e liderança, constituem a via do sucesso.
 
Parabéns a todos pelo extraordinário trabalho que têm feito pela afirmação do atletismo do Benfica; por todoas essas bonitas vitórias em 2012/2013.

(Transcrito do site do SLB):
 
Título Europeus (1)
Campeões da Europa Juniores Corta Mato / Equipas


Atletismo 2011/2012
Título Nacionais (13)
Campeões Nacionais Juniores Masculinos - Pista Coberta
Campeões Nacionais Juniores Femininos - Pista Coberta
Campeões Nacionais Sub 23 Masculinos - Pista Coberta
Campeões Nacionais Sub 23 Femininos - Pista Coberta
Campeões Nacionais Séniores Masculinos - Pista Coberta
Campeões Nacionais Juvenis Masculinos - Ar Livre
Campeões Nacionais Juvenis Femininos - Ar Livre
Campeões Nacionais Juniores Masculinos - Ar Livre
Campeões Nacionais Juniores Femininos - Ar Livre
Campeões Nacionais Sub 23 Masculinos - Ar Livre
Campeões Nacionais Séniores Masculinos - Ar Livre
Campeões Nacionais Juvenis - Corta Mato
Campeões Nacionais Juniores - Corta Mato


Atletismo 2011/2012
Título Regionais de Pista (9)
Campeões Regionais Infantis Masculinos
Campeões Regionais Infantis Femininos
Campeões Regionais Juvenis Masculinos
Campeões Regionais Juvenis Femininos
Campeões Regionais Juniores Masculinos
Campeões Regionais Juniores Masculinos
Campeões Regionais Sub 23 Masculinos
Campeões Regionais Sub 23 Femininos
Campeões Regionais Seniores Masculinos


Atletismo 2011/2012
Títulos Regionais de Corta Mato (4)
Campeões Regionais Corta Mato Infantis Femininos
Campeões Regionais Corta Mato Iniciados Masculinos
Campeões Regionais Corta Mato Juvenis Masculinos
Campeões Regionais Corta Mato Juniores Masculinos

Muito bem Benfica!

Obrigado!

sábado, 23 de fevereiro de 2013

FIFPro estuda e denuncia a corrupção no futebol. Por cá, aplaudem-se os corruptos?

O organismo salienta que os jogadores devem manter a sua integridade profissional, apesar do crescente flagelo da manipulação de resultados.

A Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol (FIFPro) informou hoje que 11,9 por cento dos jogadores terão sido abordados para falsear resultados e mais do dobro (23,6) acredita que os seus jogos nacionais são manipulados.

Os dados foram tornados públicos pelo presidente da divisão da FIFPro Ásia, Brendan Schawb, durante o seu discurso de hoje na Conferência Internacional da Interpol, em Kuala Lumpur, sobre a viciação de resultados, no âmbito do acordo celebrado entre a FIFA e a Interpol em 2011.

«Todos os membros da família do futebol, os governos e as autoridades policiais devem trabalhar em conjunto para combater este problema», afirmou Schwab, destacando ainda o papel determinante da FIFPro em todo este processo, uma vez que representa cerca de 65.000 jogadores em todo o mundo.

Segundo o delegado australiano, 41,1 por cento dos jogadores não recebe no período indicado, cerca de 5 por cento espera cerca de seis ou mais meses para receber o salário, enquanto um em cada nove jogadores já foram vítimas de violência, maioria causada por adeptos.

Os dados recolhidos mostram que mais de 10 por cento dos jogadores se diz assediado por dirigentes de clubes e técnicos, mas também vítimas de racismo e alvos de atitudes discriminatórias por parte dos adeptos.

«É essencial que os jogadores trabalhem connosco, de modo a manter a integridade e a dignidade das suas carreiras profissionais», declarou Schawb.

O representante da FIFPro destacou ainda o trabalho que o sindicato tem realizado na Europa Oriental, mas insistiu que os problemas continuam a atingir os jogadores nas mais diversas áreas, contribuindo para a «pobreza do futebol».

O Chauvinismo de Serpa


No seu admirável blogue "Em Defesa do Benfica", Alberto Miguéns, dá conta de uma crónica de Vitor Serpa em o "A Bola" na qual,este, fazia a elegia do Sporting de Braga e acusava de traidores os Bracarenses adeptos de outros clubes!

Vitor Serpa demonstra mais uma vez não estar à altura dos pergaminhos de "A Bola" quando esta era considerada a bíblia do futebol, quando não tinha medo de trafulhas nem de sociopatas, quando não tinha a preocupação da equidistância cúmplice, quando tinha a coragem e o orgulho de ter inimigos por amor à verdade, quando tinha a lucidez de defender a arte do futebol. Abaixo Vitor Serpa!
 
"A Bola" é hoje um jornal castrado, medroso, merdoso, que quer estar bem com deus e com o diabo,  incapaz de defender a causa da transparência, da lealdade, da verdade. Um jornal que vai atamancando o discurso, dando uma no cravo outra na ferradura, cinzento, amarelo, na patética pretensão de pairar acima dos clubes, enquanto, paradoxalmente, rasteja ondulante ao sabor das conveniências. E Vitor Serpa é seu Diretor! Abaixo Vitor Serpa!
 
Ora então, segundo a "lei serpa", cada cidadão deveria ser, exclusivamente, adepto do clube da sua terra sob pena de ser acusado de traição e, quem sabe, condenado ao cadafalso, à forca, ao fusilamento, ao ostracismo ou à expulsão! Vitor Serpa, o Torquemada do luso ludopédico! Haverá algo mais patético? Abaixo Vitor Serpa!
 
Porém, de tal sapiência, rapidamente, a "lei serpa" se transformaria em "doutrina serpa" alargando-se a todos os setores da atividade humana. Assim, acabariam todos os cidadãos notificados da obrigatoriedade de prestação, em regime de exclusividade, de apoio a todos os atletas, artesãos e bachareis da cidade, com exclusão de quaisquer outros, ainda que notáveis e talentosos.
 
E para evitar a perdição da tentação, proibir-se iam os ignaros de assistir a espetáculos ímpios, desligar-se-iam as televisões, proibir-se-ia a circulação além das muralhas da cidade, queimar-se-iam  todos os livros de autores blasfemos e ateus e oferecer-se-iam livros e canções de autores locais como se fossem os melhores da galáxia. Haverá algo mais patético? Abaixo Vitor Serpa! Abaixo! PUM!
 
Ironias à parte; em matéria desportiva, todos os cidadãos são adeptos dos clubes da sua terra e destes, adotam mais um deles. Porém, sendo o futebol um espetáculo desportivo e aspirando o Homem ao êxtase emancipador da Arte, é natural que alguns Homens se identifiquem com aquelas entidades que, efetivamente, praticam a Arte do Futebol, mesmo não sendo da sua cidade. Apreciar a Arte é ainda uma liberdade que nenhum serpa, nenhum pinto, nenhum mesquita, nenhum salvador, nenhum bento, nenhum tavares, nenhum moreira, pode negar a um Homem, seja de Braga, do Porto, de Lisboa, de Guimarães, de Madrid, de Barcelona, de Paris, de Berlim, etc! Abaixo Vitor Serpa!
 
Serpa, defende a tese difundida pela "tropa saloia" pintista por tudo quanto é sítio, com o propósito de desalojar a simpatia de que o Benfica disfruta por toda a parte, tentando substitui-la não pelo clube da terra, mas pelo ressabiado clube da fruta, fomentando subversivamente a intolerância ativa, a discriminação e a perseguição aos Benfiquistas, enquanto se apresentam como beneméritos desinteressados, trocando atletas, técnicos e serviços outros, quiçá, aconselhamento matrimonial e distribuição de fruta, chocolatinhos, rebuçadinhos e quinhentinhos, tão necessários ao êxito desportivo em Portugal.
 
Serpa sabe, mas finge ignorar, que o futebol em Portugal, hoje, é um instrumento político ao serviço da ambição desmesurada e fraturante de alguns caciques sociopatas que, a coberto de cumplicidades várias, não hesitam em manipular o afeto dos seus conterrâneos ao seu clube para atingirem a notoriedade local que lhes permite ascender e permanecer em lugares de relevo na paróquia.
 
Serpa sabe, mas finge ignorar, que o relativo sucesso do Braga da era Salvador tem origem na réplica da miserável estratégia de condicionamento competitivo do seu clube mentor, destruindo um passado nobre porque leal, cordial e competitivo. O Braga já era competitivo muito antes de Salvador. O Braga de Cajuda, por exemplo, foi uma grande equipa!
 
Serpa sabe, mas finge ignorar, a razão das estranhas alterações táticas das equipas protegidas que propiciam ao seu clube mentor fáceis vitórias. Contrapartidas. Contrapartidas, que permitem ao mentor passear nas competições nacionais e concentrar-se nas europeias onde valoriza os seus ativos sem o que teria de reduzir os seus orçamentos a metade, com a correspondente perda de competitividade e quebra do ciclo virtuoso de natureza frutóide.
 
Vitor Serpa, garantiu a irrelevância na história do jornalismo desportivo nacional. Não soube, não sabe potenciar o privilégio de dirigir aquela que foi uma instituição de referência.
 
Vitor Serpa, parece não ter percebido que, também no futebol, há causas pelas quais vale a pena ter inimigos.  
 
AB
 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Corrupção no Futebol




 



 
 


Como é lindo o futebol em Portugal!

Benfica-Bayer Leverkusen (2-1)


Ao "jogo de paciência" a que aludiu o jornalista na conferência de imprensa referindo-se à equipa do Benfica, respondeu Jesus com "jogo de conhecimento". Concordo. Efetivamente, a equipa do Benfica, além da qualidade técnica que lhe é própria, exibiu uma coerência tática de grande nível, caracterizada pela excelência do posicionamento, concentração nas marcações e  muito boa dinâmica. É neste particular que se tem revelado esta época grande evolução. Contráriamente ao que se tem verificado nas últimas épocas, a equipa tem efetuado progressos assinaláveis na retenção da bola, fazendo-a circular com segurança entre si, obrigando o adversário a correr, a desgastar-se e a desposicionar-se, criandopara si, oportunidades ofensivas fatais.
 
O Bayer é uma boa equipa; excelente leitura de jogo, excelente posicionamento, boa qualidade técnica, grande envergadura e disponibilidade física e a tradicional força mental do futebol alemão. Fizeram as despesas do jogo, procurando o golo cedo que, por duas vezes, lhes fez o manguito. Como diz o Artur, os postes fazem parte do jogo, tal como a sorte. À primeira "postada" vaticinei a vitória dos nossos; graças ao conhecido adágio futebolístico; quem não marca...
 
A equipa do Benfica posicionou-se defensivamente mas bem aberto nas alas, as quais, apesar de pouco ativas, criaram alguns calafrios aos contrários, com cruzamentos para o solitário Cardozo no eixo de ataque, bem policiado por dois a três seguranças de alto lá com o charuto!
 
Eis senão quando, "o cantinflas", saindo da sua letargia, acelerou pela esquerda alta, livrando-se de dois adversários e, sem perder a leitura do lance, brinda-nos com um gesto técnico próprio dos eleitos, arrancando um chapéu soberbo, cruzado, perante o desespero do excelente GR contrário. É por lances destes que o público vai aos estádios de futebol. Pela arte; a via para a catarse celestial.  A evasão do Vale de Lágrimas. É assim que o Benfica tem de continuar a ser.
 
O golo do empate, surgindo após a substituição inicial, fez acender a luzinha amarela. Não falha; com o jogo equilibrado entre duas boas equipas, geralmente, quem muda perde o equilíbrio, com vantagem para o adversário. Artur nada podia fazer para parar aquela "bomba" desferida à entrada da área, com excelente colocação. Faltou a marcação ao adversário, que lhe permitiu rematar sem oposição. Não deve acontecer.
 
As entradas de Lima e Sálvio colocaram dificuldades assinaláveis ao meio-campo e defensiva do Bayer, tendo rendido o desejado golo da tranquilidade. Retive a serenidade do Lima ao ler o lance enquanto recebia e controlava o esférico a soberbo cruzamento do John. Fantástico! Fantástica execução do cruzamento a que acorreu Matic, ao segundo poste, colocando-o, com intencionalidade, no lado contrário, bem fora do impotente GR.
 
Carregaram os alemães, sempre intencionais, mas já em desespero de causa, ainda assim proporcionando duas ou três defesas de grande categoria do Artur.
 
Foi uma vitória digna dos parabéns do Treinador alemão, algo pouco frequente por cá, mas desejável em todo o lado.
 
Despir a camisola para celebrar um golo com os adeptos não devia ser motivo de punição. Não é agressivo. Será desrespeitoso? Não creio. A haver punição deveria confinar-se em exclusivo ao atleta e não ao clube. É injustificado e discriminatório.
 
Agora me lembro; havia árbitro, não havia? Se havia, porque não o mencionei?
 
AB
 
    

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Honra e Dever

Concerto insólito:
Pág. 206
Cena insólita esta que o farolim de  Marca Samba testemunha naquela noite. Durante mais de uma hora, no meio do mar, longe do mundo, longe de tudo, um pequeno grupo de fuzileiros de camuflado, de armas à bandoleira, cansados mas eufóricos com o sucesso da missão, escarranchados nos botes pneumáticos e tendo o seu comandante como maestro, entoram árias de conhecidas óperas com que se puseram a entreter o tempo de espera que, naquelas ocasiões, se escoava muito lentamente. O marinheiro “Setúbal” foi um dos cantores à força: “O regresso foi difícil porque não dávamos com o patrulha. Então, o comandante resolveu mandar-nos cantar explicando-nos que o som junto à água se propaga mais depressa. Ainda tentei resistir, mas era impossível, todos tínhamos de cantar, não havia excepções. Ele desatou a cantar a Samaritana, depois óperas, e só descansou quando por fim, bastante tempo mais tarde,  lá vimos a luz do patrulha e viémos embora.”

O massacre dos Capitães:
Pág. 207
Pela mesma altura, ocorre porém um revés em todo este processo de pacificação: o massacre dos majores, como ficou conhecido para a História. Havia algum tempo já que, no mais absoluto sigilo, decorriam contactos superiormente autorizados de alguns militares portugueses  com elementos do PAIGC, , no sentido de se alcançar a paz pela via não armada. No dia 20 de Abril de 1970 tem lugar o encontro final entre os principais elementos do Estado-Maior do CAOP (de Teixeira Pinto) e os chefes guerrilheiros da região de Cobiana-Churo. Avançam confiadamente os Portugueses para a reunião combinada a norte da região Có-Pelundo. O pequeno grupo era contituido pelo major CEM Passos Ramos, chefe do Estado-maior do CAOP; pelo major de artilharia Pereira da Silva, oficial de informações, e acção psicológica; pelo major de infantaria Magalhães Osório; pelo alferes miliciano Palmeiro Mosca, adjunto para o desenvolvimento sócio-económico; e por um intérprete. Como habitualmente, todos iam desarmados. Chega ainda a estar prevista a participação do general Spínola, mas, vivamente desaconselhado pelo seu Estado-Maior, resolve à última hora não comparecer, para frustração do inimigo que contava prendê-lo nessa ocasião.
                Segundo relatam mais tarde os guerrilheiros que participaram na emboscada, os portugueses faziam-se transportar em dois jeeps que chegam ao local combinado 10 minutos depois do meio-dia. O primeiro a ser abatido é Passos Ramos, quando sai do carro. Os outros foram selvaticamente mortos, sendo retalhados a golpes de catana. Os corpos foram recuperados no dia seguinte, completamente mutilados.
                Em Setembro, cinco meses depois, Amílcar Cabral irá referir-se ao assassinato dos três majores num discurso triunfalista proferido em Conakri , por ocasião de mais um aniversário do PAIGC, e glorificará aquele “ato heróico”: “Depois de vários contactos, cartas ridículas, ofertas, presentes e promessas de toda a espécie, os colonialistas sofreram mais uma derrota vergonhosa: os nossos heroicos combatentes liquidaram os majores e outros oficiais e soldados que pensavam que podiam comprar-nos.”

Zaratustra: Eis a verdadeira face de Amilcar Cabral, esse grande amigo dos portugueses! Não tem perdão; nem na Terra nem no Céu! Nem ele nem os seus apoiantes!
 

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Gattuso não esquece Rui Costa

 
 
Gattuso
 


 


 Nós também não!

Van Basten diz que Benfica é o clube certo para Djuricic

 
 
 


O Benfica é o clube certo para qualquer bom jogador!

Benfica-Académica (1-0)


Ganhámos, justamente, quando já desesperávamos, graças a uma grande-penalidade indiscutível, superiormente executada por Lima, que o árbitro da partida teve a coragem de assinalar. Estejamos atentos ao trajeto profissional deste árbitro, Nuno Almeida de seu nome.
 
Só faltou ao Treinador da Académica trazer aplicar um taipal na sua baliza! Este futebol tem que ser banido da primeira liga, visto que nega o direito do público ao espetáculo para o qual pagaram bilhete, impedindo, simultaneamente, o crescimento competitivo do futebol nacional. Claro que Pedro Emanuel tratou, não de defender os interesses da Académica, mas os do seu verdadeiro clube; o mostrengo. Não tenho a menor dúvida de que o empate neste jogo teria rendido choruda maquia aos academistas. Daí o desespero.
 
A equipa da Académica jogou com as linhas muito próximas, em bloco curto, recuadas no terreno - até aos 40 metros -, marcando em cima, bloqueando as alas com vários elementos - dois a três -, esperando numa transição rápida o bafejo da sorte. Com grande frescura física, entregou as despesas do jogo ao Benfica, abdicando totalmente dele. Pudera, antes de entrar em campo já tinha um ponto!
 
A equipa do Benfica, desfalcada cirúrgicamente de Matic e Cardozo, assumiu o jogo, empastelando-o, sem velocidade, sem dinâmica, sem sincronismo. É certo que Jesus negou défice físico, mas ele esteve lá! Por isso houve menos desequilíbrios, houve vários passes e cruzamentos falhados, ganhávamos poucos ressaltos, deixávamo-nos antecipar. Por isso alguns jogadores se agarravam demasiado à bola, sintoma típico da falta de força.
 
Apesar disso, surgiram algumas oportunidades. Ola John teve o golo nos pés, quis preparar o remate mas acertou no poste! Naquela zona, o remate deve ser espontâneo, caso contrário há vantagem para os defesas. O lance da grande-penalidade surgiu num movimento improvável em que Artur, numa excelente iniciativa, com a equipa adversária toda metida na sua área, sobe no terreno colocando nela a bola, que Kardec penteou para a zona frontal onde apareceu Gaitan, impedido de fuzilar devido ao derrube do defesa contrário. Lima não perdoou, marcando a preceito e festejando com merecida euforia.
 
O Árbitro esteve bem, exceto ao não assinalar falta por mão na bola de um defesa da Académica aos 48 minutos.
 
O Benfica venceu mais um obstáculo cirúrgicamente planeado pela "exemplar estrutura" para perder pontos, à semelhança do que aconteceu com o Braga, Académica e Porto. Estão a esgotar-se-lhe os argumentos, enquanto o pinto esbraceja e esperneia na teia que ele próprio teceu.
 
AB
 

domingo, 17 de fevereiro de 2013

O Beijo de Judas


 
O Beijo de Judas (de Giotto)
 

 
Os cristãos designam por "beijo de Judas" qualquer ato que, parecendo amistoso, prejudica quem o recebe, por analogia com o conhecido episódio da "traição" de Cristo por Judas Escariotes, o seu apóstolo predileto.
 
Mário Coluna, " O Monstro Sagrado" é digno de todos os encómios, por tudo o que foi enquanto desportista, por tudo o que tem sido para os seus concidadãos; uma esperança de vida.
 
Já o atual Governo e o suposto mentor deste agraciamento - Miguel Relvas - merecem todas as reservas. Porquê? Porquê agora? É certo que a corrente política que detém atualmente o poder está dele afastada há muito, descontando o breve interregno Barroso-Lopes. Porque será que, em momento tão atribulado, em que quase todos os portugueses vivem apavorados com o seu futuro e dos seus filhos, em que os governantes são atacados diáriamente de todas as frentes, vilipendiados, insultados, instados a encontrar rápidamente, soluções eficazes para tirar o país do atoleiro em que se encontra, surge esta homenagem?

A que propósito se lembraram, agora, de um atleta emblemático dos anos 60/70, atleta de um clube que tem sido discriminado pelo falsos democratas que prometeram abolir todas as ditaduras? Um clube a que o ressabiamento e o ódio dos vencidos atribui falsos vínculos ao regime que designam de "fascista". Um clube que tem sido objeto de tentativa continuada de extermínio, com a complacência de todas as forças políticas, nomeadamente as que atualmente governam o país?
 
Todos sabemos que a origem da preponderância do Porto no futebol nacional radica na assunção da causa regionalista pelos seus dirigentes, transformando-o num mero instrumento de afirmação política regional, beneficiando de cumplicidades a todos os níveis nas múltiplas estruturas da administração pública, que lhes assegura tratamento especial, quer dentro quer fora das quatro linhas.
 
A regionalização é uma causa fraturante, ansiada por muitos caciques locais, não com o interesse de melhorar a eficácia do desenvolvimento solidário de Portugal, mas com o intuito de satisfazer as suas aspirações de poder. A ala vencedora do maior partido da coligação, contráriamente à que a antecedeu, apesar de não o ter assumido publicamente, é favorável à regionalização, fomentando nos bastidores a institucionalização do processo, proporcionando aos regionalistas o acesso a cargos de relevo no poder local como requisito transitório para nova fase já em preparação.
 
É irrelevante que Relvas seja, supostamente, um portista convicto, mas já é significativo que tenha sido por sua influência que a distrital do PSD do Porto tenha aceitado a candidatura de Menezes à câmara do Porto, o que veio a acontecer após muita controvérsia, precisamente, na gala do Porto, onde esteve presente. Menezes é um regionalista que não inspira confiança, que tem proporcionado financiamento público continuado  e descarado, através da CMVNG e da FPG, ao clube regionalista. Entregar a câmara a Menezes é subordiná-la aos dirigentes do Porto. É isso que quer o PSD?
 
Sucede que, José Relvas, num gesto de deselegância inadmissível num governante, apesar de convidado, não compareceu nem se fez representar na gala do Benfica. Tal atitude só pode ser interpretada pelos Benfiquistas como um ato hostil ao seu clube e de cumplicidade com o mostrengo, extensível a todo o Governo. Um mau sinal.
 
A esta homenagem, pode não ser estranho o suposto protocolo entre a escola de futebol de Mário Coluna em Moçambique e o Porto, funcionando como contrapartida e, sobretudo, como o anúncio implícito de uma pretensa vitória do mostrengo no tabuleiro moçambicano e logo com uma figura emblemática do clube. 
 
Aqui chegados, parece óbvio que, ao Governo, não move qualquer sentido de justiça no reconhecimento do mérito desportivo de Mário Coluna e, implícitamente, do seu clube, o Benfica. Apenas se serve de ambos para atenuar a forte contestação pública de que tem sido alvo, visando o universo social do Benfica e a trajetória desportiva ascendente deste, quer interna, quer externa. Não foi por acaso que o anúncio deste agraciamento aconteceu logo após a excelente  vitória sobre o Bayer Leverkusen.
 
Finalmente, este gesto, mostra onde está o verdadeiro poder do Benfica e o caminho a seguir para a regeneração do futebol e do desporto em geral; transformar a tremenda força social do clube numa força cívica capaz de condicionar a ação política e governativa conforme aquele propósito.
 
AB 
 

sábado, 16 de fevereiro de 2013

O Grande Capitão

 
 
 
 
 
Mário Coluna
 
 
Mário Coluna foi agraciado pelo atual Governo com o Colar de Honra ao Mérito Desportivo, um gesto que se saúda pelo merecido enaltecimento de um desportista exemplar, que maravilhou todos os adeptos da arte de bem jogar futebol. Coluna, "coração" do Benfica e da Seleção, foi um atleta de enorme requinte técnico, grande capacidade atlética e de liderança, tudo alicercado numa rara serenidade e correção. Era um todo o terreno, a recuperar, transportar, construir e finalizar. Quem o viu jogar não o esquece e sabe que se trata de um dos melhores jogadores de toda a história do futebol mundial. Ficou para sempre gravado na minha memória o extraordinário golo que fez ao Barcelona na final da Taça dos Clubes Campões Europeus, antes da era Eusébio; canto alto da esquerda, ressalto aéreo para a entrada da área e...Mário Coluna, soberbo, de pé direito, sem deixar cair, a disparar tremenda bomba indefensável, desmantelando a resistência mental do estraordinário Barcelona. Memorável.
 
Parabéns Mário Coluna e obrigado pela magia do teu futebol com que nos brindaste pelos estádios de toto o mundo.
 
AB

Esperneando na própria teia

Acabou-se o ciclo da "fina ironia". As graçolas idiotas que os profissionais da bajulação, temendo perder as lentilhas diárias, designavam por "fina ironia", deixaram agora de ter graça, pelo excesso de ridículo de que se revestem.
Tendo declarado recentemente que "só os burros criticam os árbitros" a figura sinistra do futebol, veio agora a terreiro criticar João Ferreira, árbitro do último Benfica-Porto, considerando-se com este gesto, implícitamente, burro!
É a opinião que tenho há muito. Só um burro é incapaz de entender que, para as pessoas normais, a efetiva motivação das vitórias é ganhar o respeito dos outros, principalmente dos adversários. De nada servem quando suscitam o desprezo geral. São como a água salobra; não matam a sede e pesam na consciência. 
E porque critica o Sr Pinto o João Ferreira? Porque a sua agremiação político-desportiva não foi capaz de ganhar ao Benfica, o qual se superiorizou grande parte do jogo e esteve à beira da vitória, com dois tentos em que esfrangalhou toda a defesa contrária. Vai daí, como tantas e tantas vezes tem acontecido, não só no futebol, considera o bacano, que o juiz da partida deveria ter fragilizado o adversário, retirando-lhe dois elementos, porque a sua equipa tem de ganhar! Ora esta não é uma atitude digna de quem aspira a ser campeão.
Em total descontrolo, insinuando  parcialidade premeditada  de João Ferreira, Pinto invocou a escuta - única - em que Filipe Vieira, respondendo às sugestões de Pinto de Sousa, de árbitros para o jogo da final da Taça de Portugal, revela confiança em Ferreira, depois de manifestar a sua revolta pela hostilidade que os árbitros em geral tinham tido para com o seu clube. Pinto sabe bem que era prática corrente nestas finais o árbitro ser nomeado com a concordância prévia dos dois finalistas. E muito bem. 
Mas com que lata vem este bacano invocar escutas inócuas de outros, quando ele próprio é figura central de dezenas delas que mostram inequívocamente a sua influência miserável sobre elementos das entidades organizadoras e árbitros em proveito do seu pseudo-clube? Escutas estas que em qualquer país decente lhe teriam valido pena de prisão, só evitada pela inoportuna revisão dos códigos civil e penal proporcionada pela estúpida cumplicidade partidária. 
Como é possível que nenhum portista ilustre denuncie a afaste este alegado sociopata da Presidência dum clube outrora honrado? Será que as vitórias valem a desonra? Como é possível que tal comportamento não suscite censura maciça da generalidade dos comentadores desportivos e jornalistas em geral? Como é possível a passividade e até cobertura ativa dos organizadores e supervisores do futebol? Como é possível que a tutela se conforme com estas práticas recusando-se a perceber quão perniciosas são para o país?  
É possível, pela cobardia, pelo oportunismo, pelo ressentimento. É possível, pela falta de sentido de Estado, pela falta de respeito pela Nação, pela contaminação dos poderes de facto das adminisrrações pública e local e dos poderes policial e judicial. É possível, num país exíguo, onde a justiça é uma utupia mas, por isso mesmo, onde a revolta é possivel.
AB
      

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Bayer Leverkusen-Benfica (0-1)


Parabéns a todos; Atletas, Técnicos e Público. Todos foram um. Todos foram Benfica. Obrigado.

Contráriamente ao que vimos no Real Madrid-Manchester United, contráriamente ao que se vê no campeonato luso, o jogo de hoje foi de grande qualidade tecnico-tática por parte de ambos os contendores, agressividade sem violência - um ou outro excesso sem gravidade -, lealdade, e uma equipa de arbitragem cumpridora.
 
A equipa do Benfica foi isso mesmo; uma equipa. Grande concentração tática, fantástica ocupação dos espaços, grande entreajuda de todos, autoridade desportiva e muito talento. Atividade moderada nas alas, alguma lentidão na finalização - a corrigir - e muita eficácia na defesa, começando pelo guarda-redes que, hoje, esteve muito bem. Tudo isto em condições atmosféricas adversas; Baixa temperatura - provávelmente entre -1º C a -3ºC -, nevando copiosamente todo o tempo sobre um relvado de fraca qualidade.
 
O espetáculo foi valorizado pela qualidade do adversário que não tem a cultura do modelo defensivo. O futebol Alemão é um futebol frontal, agressivo, muito físico e pragmático, incorporando, hoje, elevada qualidade técnica. Tudo com uma fortíssima força mental.
 
Por todas estas razões, o jogo desenrolou-se em todo o campo, com a frente de ataque do adversário bem aberto nas alas, um meio-campo muito bem preenchido com os elementos do Benfica a bloquer muito bem as movimentações ofensivas do Bayer saindo com criatividade para a manobra ofensiva.
 
Verdade que nem sempre os cruzamentos, o passe, incluindo o último e a finalização saíram bem. Mas só uma equipa de grande nível é capaz de produzir um lance como aquele que deu o fantástico golo do Cardozo. Toda a movimentação dos nossos elementos atacantes foi soberba, racional, sincronizada, culminando com uma simulação e um chapéu só ao alcance dos grandes pontas de lança.
 
Outra lição forneceu o embate: até ao lavar dos cestos é vindima. Foi nos últimos segundos que Melgarejo negou o que parecia ser o inevitável golo do Bayer! Tal só foi possível pela permanente concentração de todos e pelo excelente gesto técnico de Melgarejo; não é nada fácil executar um cabeceamento como aquele. Muitos teriam introduzido a bola na baliza!
 
A equipa de arbitragem foi um exemplo para os proenças e para quem elabora os critérios da ridícula classificação internacional dos homens do apito. Fez o que deve fazer um bom árbitro e, se errou, foi nos dois sentidos; o tal padrão denunciador da efetiva isenção que os proenças cá da paróquia e seus mentores parecem desconhecer.
 
Muito bem estiveram os nossos jovens André, com infelicidade do Gomes, eles mesmo provas da excelente qualidade do trabalho que tem vindo a ser realizado por toda a estrutura técnica anunciando novo patamar de desenvolvimento e afirmação competitiva.
 
Et Ploribus Unum.
 

Rigor, Relativismo Arbitral e Sociopatia

In DN de 13 de Fevereiro de 2013, trabalho de Manuel Fonseca acerca de Pedro Proença e dos incidentes do recente jogo com o Nacional:

"...o juiz lisboeta, adepto assumido do clube da Luz não se mostra incomodado com as críticas que tem sofrido devido às expulsões de OscarCardozo e Matic, nos últimos minutos do encontro realizado na Choupana."
 
"...Infelizmente, pressionadas estão as pessoas que recebem o salário mínimo e têm de pagar as suas contas com esse dinheiro ou então todos aqueles que estão desempregados."
 
"Proença acrescenta que a sua profissão de árbitro o obriga a escrever sempre a verdade no relatório."
 
No mesmo diário, agora sob o título "APAF DEFENDE PROENÇA", referem-se declarações de Paulo Fontelas Gomes em declarações à TSF:
 
"A Associação de árbitros saíu ontem em defesa de Pedro Proença, considerando que o juiz tanto pode errar num jogo do Benfica como em qualquer outro, mesmo no estrangeiro. O erro faz parte da atividade do árbitro, pois os jogadores também falham penáltis e os guarda-redes às vezes não estão tão bem em alguns golos que sofrem. Tudo o que é humano está sujeito a erros."
 
(Lembramos que quer o DN, quer a TSF são propriedade do Sr Joaquim Oliveira, o braço do mostrengo na CS.)
 
In Público de 13 de Fevereiro de 2013, Artigo de Opinião de Santana Castilho acerca das políticas educativas e atitudes governativas:
 
"A crise antes de ser económica é política. E a natureza da crise política é moral, porque é a moral que molda as consciências dos que mandam."
 
"Um sociopata tem uma personalidade patológica a que falta sentido de responsabilidade moral, isto é, consciência. A consciência, resultado resultado de valores morais interiorizados ao longo de um processoeducacional, opera em relação ao passado e em relação ao futuro . Quanto ao passado, provoca no ser humano sentimentos de alegria ou de culpa arrastada, a que chamamos remorso. Relativamente ao futuro, atua como regulador de comportamentos, como juis de atuações. É aterrador sabê-lo quando alguns governantes se revelam sociopatas."
 
Ora aqui está uma bela aula para inserir nos currículos de formação dos árbitros e dos dirigentes da APAF:
 
1-Também se sentem pressionadas algumas pessoas que auferem gordas retribuições por funções precárias dependentes de gente sem escrúpulos com interesse direto na qualidade do seu trabalho.
 
2-A profissão de árbitro também deveria obrigar todos estes profissionais a ser igualmente rigorosos, em todas as partidas e relativamente a todos os adversários. Não o fazendo, desvirtuam a verdade do jogo defraudando o trabalho dos atletas, dirigentes e espetativas dos adeptos, contribuindo para a morte deste desporto. Os prejuízos que infligiu à equipa do Benfica, uns por excesso de rigor, outros por negligência, associados ao tenebroso histórico que ostenta relativamente a este clube, revelam parcialidade no rigor, provávelmente, devido a auto-condicionamento, por ser sócio do mesmo desde 1973 . 
 
3-A Apaf, deveria gravar uma cassete poupando alguns dos seus dirigentes ao ridículo. Os árbitros erram, mas quando a natureza dos erros que cometem tem um padrão bem definido, legitimam o espectador a suspeitar da naturalidade dos mesmos, levando-o a acreditar na premeditação. Em todo o caso, os erros dos atletas não legitimam os erros dos árbitros.
 
4-Se os erros de uns justificassem os erros futuros de outros, poderiam algumas pessoas sentir-se legitimadas a errar em prejuízo do Sr Proença e de todos os que, ano após ano, roubam a esperança à sua agremiação.
 
5-Erros involuntários com prejuízo de outros, provocam arrependimento em pessoas de boa-fé, levando-a a adotar correções comportamentais com o objetivo de prevenir erros futuros. Ora o Sr Proença, ano após ano, reitera o seu comportamento, sem mostrar vestígios de arrependimento genuíno. 
 
6- Segundo os critérios do professor Santana Castilho, quer-me parecer que, quer o Sr Proença, quer o Sr Gomes apresentam fortes sintomas de sociopatia.

7-Assumindo que Pedro Proença não é corrupto, é legítimo ao adepto considerar que a sua atuação é ineisenta quando a equipa do Benfica está em causa, devido à sua condição de associado deste clube. Assim sendo,  deveria o Sr proença desvincular-se.

8-Em último recurso, deverá o Benfica, no respeito das suas normas estatutárias, promover a expulsão de Pedro Proença de sócio, por incapacidade de isenção em prejuízo reiterado do clube. Deste modo ficará removido o motivo do excesso de zelo, ficando Proença liberto do fardo que o impede de aplicar zelo igual a todos os concorrentes do "seu clube do coração".
 
AB 

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

O Homem do leme.


 
O Homem do Leme
 
É hora do Homem do Leme! É hora de segurar o leme da nau Benfiquista com firmeza, inteligência e sem desfalecimentos. O mostrengo, consciente das suas velhas fragilidades, pressentindo a decadência, incapaz de vencer os adversários de igual para igual, lançou as habituais maldições salvíficas com o intuito de os fragilizar,  graças à colaboração de quem deveria garantir a universalidade das regras do jogo. Graças à cobardia ativa ou passiva da generalidade da comunicação social, instrumentalizada pelo mostrengo ou manietada pela retórica do "políticamente correto".
 
Os Homens do Leme são Filipe Vieira, Jorge Jesus e Luisão.
 
Filipe Vieira deve reafirmar  públicamente o caminho e mostar a sua determinação em alcançar os objetivos definidos, mantendo a Nação Benfiquista concentrada no essencial, com armas dignas dos pergaminhos do clube.
 
Jorge Jesus, deve manter-se inabalável na prossecução dos mesmos objetivos reiterando a confiança nos seus atletas, fortalecendo a determinação e controlo emocional indivudual e coletivo.
 
Luisão, enquanto Capitão, é a voz do Treinador, a imagem do Presidente e a Esperança dos Adeptos. Símbolo maior da determinação de vencer.
 
E é assim que enfrentaremos o temporal e venceremos o já caduco montrengo.
 
 

 





Os Homens do Leme

AB
 


Liberalismo e Mercantilismo

   Dani Rodrik é professor de Economia Política Internacional na Universidade de Harvard. É o autor de "The Globalization Paradox: Democracy and the Future of the World Economy.

   Em "O Público" de 10 de Fevereiro de 2013, com tradução de Deolinda Esteves, podemos ler um excelente artigo de opinião acerca dos temas em epígrafe, do qual destaco alguns excertos.
 
   "O modelo liberal vê o Estado como necessáriamente predatório e o setor privado como o que procura maximizar o lucro. Por isso ele defende uma estrita separação entre o Estado e as empresas privadas. O mercantilismo, por outro lado, oferece uma visão corporativista, onde o Estado e as empresas privadas são aliados e cooperam na procura de objetivos comuns, tais como o crescimento económico interno ou o poder nacional."
 
   "Uma segunda diferença entre os dois modelos reside em saber quem é o beneficiado: o consumidor ou os interesses do produtor. Para os liberais, os consumidores são reis. O objetivo final da política económica é aumentar o potencial de consumo das famílias, que significa dar-lhes livre acesso a bens e serviços que sejam os mais baratos possível.
 
   "Os mercantilistas, por sua vez, enfatizam o lado produtivo da economia. Para eles, uma economia sólida requer uma estrutura sólida de produção. E o consumo precisa de ser sustentado por uma taxa elevada de emprego com salários adequados."
 
   "Estes diferentes modelos têm implicações previsíveis para as políticas económicas internacionais. A lógica da abordagem liberal é de que os benefícios económicos do comércio surgem das importações: quanto mais baratas forem as importações, melhor, mesmo que o resultado seja um défice comercial. Os mercantilistas, todavia, vêem o comércio como um meio de apoiar o emprego e a produção interna e preferem estimular as exportações, em vez das importações.
   A atual China é o principal portador da tocha mercantilista, algo que os líderes chineses nunca irão admitir - ainda há muita vergonha associada ao termo."
 
Agora uma conclusão minteressantíssima:
 
   "Do ponto de vista liberal, estes subsídios à exportação empobrecem os consumidores chineses enquanto beneficiam os consumidores do resto do mundo. Um estudo recente realizado pelos economistas Fabrice Defever e Alejandro Riaño da Universidade de Nottingham, coloca as "perdas" para a China em torno de 3% da receita chinesa e os ganhos para o resto do mundo em torno de 1% do rendimento global. Do ponto de vista mercantilista, no entanto, estes são simplesmente os custos da construção de uma economia moderna e da criação das condições para a prosperidade a longo prazo."
 
E veio o fim de festa:
 
   "Chegámos agora ao fim desta feliz coexistência. O modelo liberal tem perdido o brilho, de forma severa, devido ao aumento da desigualdade e à situação difícil da classe média no Ocidente juntamente com a crise financeira que a liberalização gerou."
 
Mais adiante:
   "...as pressões mercantilistas irão provavelmente intensificar-se nos paises desenvolvidos.
   Como resultado, o novo ambiente económico produzirá mais tensão que comodidade entre os paises que procuram caminhos liberais e mercantilistas. Também pode reacender longos debates sonolentos sobre o tipo de capitalismo que produz maior prosperidade."
 
Por mim, rendo-me ao mercantilismo. Já a esquerda atual tem tanto de mercantilista como de liberal. O modelo económico português é misto, dominado pelo mercado livre, enquanto o Concelho de Concertação Social, perniciosamente, remanesce ao corporativismo Salazarista, bem mais racional e eficaz.
 
Ora aqui está jornalismo estruturante, vindo de quem menos se esperaria; um fiel protagonista do liberalismo puro e duro.
 
AB