Desporto

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Carlos Queirós a Selecção Nacional e o Benfica

Sou um admirador de Carlos Queirós pelo brilhante desempenho enquanto responsável pelas camadas jovens da Selecção Nacional, onde obteve êxitos nunca antes alcançados, descobrindo e potenciando talentos, alguns dos quais de grande sucesso nacional, europeu e até mundial. Se o estudo que então fez sobre o futebol nacional tivesse tido acolhimento adequado pelas entidades responsáveis, estou certo que, hoje, o futebol nacional estaria noutro patamar competitivo e os clubes em melhor condição desportiva e financeira.

Quim vinha a desenvolver uma época muito boa até ao amigável Brasil-Portugal. A nossa Selecção,, “desmantelada” técnica e emocionalmente pela saída de Scolari, deslumbrada com o patético “endeusamento” de Ronaldo, revelara nos dois jogos anteriores fraca qualidade competitiva; falta de atitude, de segurança táctica e de automatismos. Não foi pois sensato o agendamento deste encontro, nesta fase, com uma equipa repleta de génios da bola determinados a mostrar o seu valor a 200 milhões de adeptos - pelo menos -. A derrocada foi total, e os 6 golos sofridos pelo pobre do Quim, atiraram-no para uma angústia de cariz depressivo que se reflectiu nos jogos posteriores ao serviço do seu clube, o Benfica, que, por sua vez, se viu afastado da taça UEFA e com menos dois pontos na Liga Sagres após o jogo com o Setúbal. Foi então Quim, relegado para o Banco de suplentes do Benfica e afastado da recente convocatória para o particular com a Finlândia.

Queirós está em dívida para com Quim, pois deve-lhe um gesto de solidariedade, proporcionando-lhe a possibilidade de reabilitação, convocando-o nem que fosse para suplente. Que diferença para o Scolari que sempre apoiou o Ricardo mesmo quando este estava em baixa no seu clube; foi assim que ganhou a adesão e o afecto dos seus jogadores.

Também não foi inteligente não ter convocado qualquer atleta do Benfica para este particular, suscitando desconfiança entre os seus adeptos relativamente a si próprio e à Selecção. Há no Benfica atletas seleccionáveis; Moreira, Miguel Victor, Ruben Amorim, Carlos Martins e um grande senhor do futebol de seu nome Nuno Gomes. E, nobremente, ninguém se queixa, ninguém lhe declarou “guerra”.

Começo portanto a perguntar-me se o Carlos Queirós não tem antipatia pelo Benfica e pretende, com estas atitudes, diminuir os seus atletas e desvalorizá-los.

Por outro lado, segundo a imprensa noticiou, Queirós dirigiu-se ao Porto logo que chegou a Portugal após o acordo com a FPF. Mas que raio foi lá fazer se a sede da FPF é em Lisboa? Terá ido explicar-se ao “Papa”?